Vai embora o brilho do ideal,
vai embora a juventude solar.
Os sonhos viram metas capitalistas,
o amor vira um plano de vida.
Os primos vão embora do caminho,
as praias perdem o mar e o sal.
As férias ficam secas e insossas,
o sábado vira mais um dia banal.
O ego diminui diante da indiferença,
o desejo perde o impulso divino.
O brilho do passado é como um pássaro,
que voou, voou, subiu e, depois, pousou.
O espírito se encolhe e perde a presença,
o ideal não é mais tão incrível e bonito.
A esperança sentida no passado é uma corça,
que anda ferida, assustada e sedenta.
O brilho que se vai é sinal de apocalipse!
O fim do mundo já chegou de mansinho,
ceifando os pastos dos sonhos devagarzinho.
Quanto tempos nós estivemos dormindo?
É tempo de acordar, meu amigo!
Vamos recuperar o brilho divino!
Ele não ficou perdido no passado,
porque renasce em cada verso e em cada passo.
É tempo de acordar, meu amigo!
Vamos passear nos bosques dos sonhos,
vamos inflar o ego de desejos bravos,
vamos salgar o mar e passear no sábado.
Vamos pretender realizar os sonhos,
vamos ser poetas idealistas de novo.
A vida só se liberta das garras do profano
quando pretende o oceano além do cotidiano.
Assim como as ondas voltam para a praia,
o brilho da vida volta para dentro da alma.
É só ter paciência e regar a sua flor direitinho,
que ela floresce na próxima estação sem falta.
Como um lago que reflete a luz da lua,
que, por sua vez, reflete a luz do sol,
a vida vai ganhar nova luz na noite escura.
Tudo vai florescer de forma bela e pura.
Como um cisne que passa gracioso
pelo lago que reflete a luz do luar,
o nosso coração será doce de novo
e vai reaprender a ser feliz e a amar.
Mesmo quando o sol vai embora,
mesmo quando a noite entra na alma,
vemos a luz das estrelas e a beleza da lua.
A esperança é o brilho que volta na forma mais pura.
Poesia escrita por Tatyana Casarino.
Tatyana Casarino.


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