O caderno digital de Tatyana Casarino. Aqui você encontrará textos e poesias repletos de profundidade com delicadeza.









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domingo, 20 de agosto de 2023

Rei de Espadas

 

Rei de Espadas




 

Nas colinas mais geladas,

mora um rei de espadas.

Articulado, sábio e admirado,

até as montanhas aplaudem o seu fado.

 

Considerado frio e recluso,

imponente, distante e orgulhoso,

ele chegou ao topo com o seu esforço.

Mas, ninguém viu o seu fado embaraçoso.

 

Ninguém viu quando ele desmaiou

por causa de três espadas no peito.

Ninguém viu quando ele se feriu

sob dez espadas frias de gelo.

 

Agora a espada que feriu a sua alma

é a mesma que ele usa para ter calma.

Ele usa a espada sábia das palavras,

e a sua sinceridade gelada até mata.

 

Nas colinas mais geladas,

mora um grande rei de espadas.

Mas, um dia ele foi apenas Valete:

perdido no mundo com a mágoa que fere.


Nas colinas mais geladas,

um rei admira a frieza das estrelas.

Como ele, elas brilham distantes

com etérea e inalcançável beleza.

 

Ninguém viu quando ele chorou,

porque ele limpou a lágrimas sozinho.

Ninguém viu quando ele orou,

porque ele viu Deus sozinho.

 

Ninguém viu o quanto ele sofreu

por ter alcançado o cerne da questão.

Ninguém viu o quanto ele raciocinou

até o pensar vencer a sua combustão.

 

O rei de espadas nunca sorri nas festas,

pois manter a pose séria é a cruz da matéria.

O universo feriu a sua alma com dez espadas,

e ele recebeu a dor como um beijo de donzela.

 

O universo permitiu a sua angústia

com três espadas invadindo o seu peito.

E ele recebeu tudo como um presente

que os deuses dão aos sábios eleitos.

 

Poesia escrita por Tatyana Casarino.


  



 Esta poesia fala sobre um lento processo de evolução espiritual até alcançar a sabedoria. O rei de espadas é o arquétipo do ser humano sábio e inteligente que atravessou os obstáculos e os desafios da vida com astúcia para atingir um padrão mais elevado de energia espiritual e intelectual. 

  Ocorre que, por trás da sua calma e da sua aparente frieza, existiu uma jornada repleta de dores emocionais e espirituais que ninguém viu. A sabedoria não é obtida por acaso, mas através de muitas lutas internas e externas. Sendo assim, o caminho dela é feito de "espadas", símbolos das grandes batalhas enfrentadas por todo guerreiro espiritual no caminho da luz. 

  A grande chave da maturidade é encarar a dor da mesma forma como esse rei encara: como o beijo suave de uma donzela ou como um presente dos deuses para expandir a sua sabedoria. 




Tatyana Casarino.


*Observação: Rei de Espadas também é o nome de um Arcano Menor do Tarô e a poesia reflete todo o seu simbolismo místico também. 


*O Rei de Espadas significa o "topo" da maturidade humana e a coroação da jornada intelectual de alguém na busca por um modo de pensar sábio e elevado. Mas, por trás da sua coroa, houve um caminho pesado e difícil (o caminho das espadas é um dos mais complexos do Tarô). 


*Observem o sofrimento do Rei antes de alcançar a sua coroa magnífica:


3 de Espadas (mágoas da vida) e 10 de Espadas (ponto de iluminação depois da fadiga espiritual).






Tatyana Casarino







*Observação final: a primeira imagem pertence ao livro "Dark Wood Taro" da escritora Sasha Graham e da ilustradora Abigail Larson. 

sábado, 24 de julho de 2021

Valsa dos Arcanos

 



Foi a luz das borboletas coloridas

que avistei na minha tristeza doída.

Elas batiam asas e beijavam a vida

que estava escondida no cadeado da sacerdotisa.


O mago abre as asas para o louco,

fechando a boca do leão numa só força.

O carro dirige até a gloriosa justiça,

a imperatriz é a criatividade da papisa.


Foi o sol que beijou a prateada lua

antes do eremita abençoar os enamorados.

Vejo faces que brilham em tímidas neblinas,

espectros de almas nas névoas que nos embalam. 


Vejo pássaros que voam até o céu,

e borboletas que voam soltas no vento.

Vejo ruas estreitas que se beijam,

sonho com o rio cheio por dentro.


Com minhas sapatilhas,

danço até a madrugada.

Estou dentro de um sonho

ou estou sonhando acordada?


Quando Vênus beija Netuno,

as fadas cantam o sublime.

O claro beija o escuro,

a vida é fascínio noturno.


O mago ama a sacerdotisa,

o imperador ama a justiça.

A lua dança no sol com o louco

antes da imperatriz brilhar divina.


Eis a valsa doce dos Arcanos,

a personalidade mágica do tarô.

A espiritualidade envia símbolos,

o universo dança no seu ritmo.


Poesia escrita por Tatyana Casarino. 


  



Estudo símbolos da astrologia e do tarô desde criança. Nunca foi meu intuito ler o futuro, mas ler a mim mesma. Na jornada do autoconhecimento, o tarô e a astrologia foram grandes ferramentas de sabedoria cujos símbolos apontaram minhas virtudes e vícios. Com essas ferramentas, entendi melhor as minhas intuições e acendi muitas luzes espirituais. Minha mãe me presenteou com cartas de tarô quando eu ainda era uma estudante de Direito e, desde então, minha intuição aflorou. 

 Essa poesia fala sobre o tarô ser "vivo" e expressar uma personalidade própria em cada Arcano. Sempre cito a sacerdotisa, pois é a carta do tarô que eu mais me identifico além de apontar o sagrado feminino em nós. Escrevo sobre misticismo, espiritualidade e sagrado feminino desde os 16 anos e ainda considero o simbolismo desses estudos infinito. 


Tatyana Casarino.