Olá, pessoal! Na postagem de hoje, vou revelar alguns filmes que eu gosto muito. Muito embora eles sejam mais "leves" do que outros filmes que recebem mais destaque nas redes sociais, eles apresentam reflexões profundas e mensagens sobre amor, coragem, perseverança e justiça.
Boa leitura! E bom filme!
*Observação: No meu texto, há pequenas revelações do enredo. Se você gosta de ser totalmente surpreendido pelo filme, não leia a postagem completamente (apenas guarde os títulos dos filmes como dicas).
*Observação 2: Verifique a classificação indicativa antes de assistir a um dos filmes, pois alguns têm cenas sensuais e abordam temas sensíveis (O Fabricante de Lágrimas e Eiffel). Donzela e Enola Holmes, embora sejam aventuras leves, possuem algumas cenas de luta com doses de violência.
Donzela
Um filme surpreendente que começa com ares de romantismo e termina com um tom eletrizante. Uma jovem ingênua (aparentemente) se casa com um belo príncipe, mas, em vez de viver a sua lua de mel, é traída pelas pessoas ao seu redor e jogada em uma caverna para ser devorada por um dragão. Dentro da caverna, ela enfrenta diversas aventuras para desbravar o interior dela, desvendar os mistérios da fera que cospe fogo e escapar da morte.
O grande destaque é a atuação de Millie Bobby Brown que consegue ser brava em cena sem deixar de ser delicada, sonhadora e fiel aos seus princípios. Mesmo no pior momento da jornada, a sua personagem encontra forças para lutar e transforma adversidade em oportunidade. Um filme que proporciona não somente uma aventura cativante, mas também uma excelente reflexão motivacional sobre coragem e perseverança.
Cena do filme
Enola Holmes
Esse é um filme completo! Ele mistura ação, aventura, mistério (no estilo de romance de detetive), nuances românticas, pitadas de comédia e reflexões filosóficas sobre os Direitos das Mulheres na forma como narra a jornada de Enola.
Enola foi criada por uma mãe excêntrica, intelectual e repleta de ideias modernas sobre os Direitos das Mulheres. Desse modo, ela não se encaixa nos padrões da sociedade nem consegue encontrar a felicidade nos papéis femininos da sua época (século XIX). Inteligente e intuitiva, ela tem talento para a carreira de detetive e deseja conquistar o mesmo sucesso que o seu irmão mais velho, Sherlock Holmes.
Quando a sua mãe desaparece, ela decide procurá-la em Londres e coloca o seu talento investigativo em prática. No meio do caminho, ela se envolve com outro caso de detetive: desvendar os mistérios de um jovem lord.
Destaque para o elenco maravilhoso desse filme! Enola foi interpretada por Millie Bobby Brown, a sua mãe foi interpretada por Helena Bonham Carter (perfeita para o papel) e Henry Cavill atuou como o seu irmão.
Enola Holmes 2
Esse filme consegue ser melhor do que o primeiro, porque apresenta uma narrativa mais envolvente e um mistério de detetive bem desenvolvido.
Depois de ganhar certa fama ao desvendar os mistérios do jovem lord e lutar ao lado dele no primeiro filme, Enola decide abrir o seu próprio escritório e trabalhar como detetive oficialmente.
Por ser uma mulher, ela sofre preconceitos da sociedade e não conquista clientes (todas as pessoas pensam que ela é frágil e delicada demais, já que não conhecem as suas incríveis habilidades de luta nem a sua perspicácia). Além do mais, a maioria dos ingleses prefere contratar o seu irmão, Sherlock Holmes, para investigar os seus casos.
Apenas uma garota confia no seu trabalho, mas ela não possui recursos financeiros para pagar pelos serviços de investigação de Enola. Mesmo assim, ela decide trabalhar nesse caso, pois sente compaixão pela menina. A investigadora também acredita que deixar o seu nome conhecido por um bom caso vale mais do que qualquer dinheiro.
No seu primeiro caso oficial, ela deve encontrar a irmã desaparecida de uma menina que trabalha numa fábrica de fósforos. A sua investigação ganha profundidade, visto que ela descobre mais camadas políticas, sociais e criminais dentro do seu caso: a fábrica não respeitava a dignidade humana das trabalhadoras, explorava o trabalho infantil, escondia uma doença misteriosa causada pela contaminação do fósforo e estava ligada a um esquema de corrupção.
O caso investigado por Enola fica entrelaçado ao caso analisado por Sherlock Holmes, já que, enquanto ela está investigando a fábrica de fósforos, o seu irmão descobre um esquema de corrupção vinculado à fábrica. Eles trabalharão juntos para desvendar os criminosos, salvar os inocentes e fazer justiça em nome das trabalhadoras da fábrica.
Enola também reencontra o jovem lord, o seu grande amor, que defende os direitos das mulheres na Câmara dos Lordes e corre risco de vida por causa dos seus ideais nobres.
Apesar de ser um filme de ficção e de retratar as mudanças políticas e sociais da Inglaterra do século XIX com licença poética, Enola Holmes 2 foi inspirado num momento histórico real: o caso das trabalhadoras de fósforo.
Durante a Revolução Industrial, algumas operárias da indústria de fósforos adquiriram uma doença profissional chamada "necrose fosforosa do maxilar" por causa dos vapores tóxicos do fósforo branco.
Penso que esse filme é uma aula de história que ultrapassa o entretenimento. Vale a pena conferir a sequência de Enola Holmes!
O Fabricante de Lágrimas
Dois jovens foram criados num orfanato repleto de irregularidades, violência psicológica e injustiças. Nica e Rigel carregam histórias dramáticas do passado no orfanato, mas têm a chance de uma nova vida quando são adotados por um casal que perdeu o filho adolescente.
Na casa da nova família, eles descobrem que são apaixonados um pelo outro e que não podem viver como irmãos (eles não são irmãos biológicos, mas foram adotados pelo mesmo casal). Acontece que, para serem felizes no amor, eles devem curar as feridas psicológicas adquiridas na infância.
O filme tem uma estética levemente gótica e apresenta algumas cenas românticas (sensuais também). A química dos protagonistas é incrível, porque é formada pela clássica atração entre o rapaz sombrio e a menina doce (quem gosta de A Bela e a Fera e de O Fantasma da Ópera também pode gostar desse filme).
Eiffel
Um filme que mistura história e ficção. Nesse drama romântico, a narrativa sustenta que a inspiração para a construção da Torre Eiffel, monumento francês que mistura modernidade e romantismo, foi um amor proibido.
Gustave Eiffel, um engenheiro visionário, foi apaixonado por Adrienne, uma moça rica cuja família não aprovava o romance entre os dois. Quando o engenheiro decide criar um projeto espetacular para a Exposição Universal de 1889, as memórias do seu amor do passado inspiram a sua dedicação ao monumento icônico, que seria o novo símbolo da cultura francesa.
Antes do projeto ser concluído, ninguém acreditava nas ideias de Gustave Eiffel, e as dificuldades que ele enfrentou durante a construção da Torre foram tantas que ele quase desistiu. Algumas pessoas mais moralistas achavam absurda a ideia de uma Torre ser tão alta quanto uma igreja enquanto outras criticavam as despesas financeiras do projeto.
Na época, o uso do ferro num monumento que deveria expressar arte e beleza era algo inusitado. O engenheiro, no entanto, queria unir beleza e praticidade para expressar uma nova forma de ver o mundo.
Eiffel enfrenta solidão, diversas injustiças (pessoais e sociais) e incompreensão da sociedade, mas não desiste do seu sonho. Ele apenas ganha fama e admiração da sociedade quando a "Dama de Ferro" (Torre Eiffel) fica pronta. Penso que o filme é uma bela mensagem sobre perseverança, porque o engenheiro não desiste do seu objetivo nos momentos mais sombrios.
Enquanto enfrenta momentos melancólicos durante a construção da Torre, Eiffel reencontra o seu amor do passado e descobre os segredos da família de Adrienne. Algumas pessoas afirmam que a Torre Eiffel se parece com a letra "A" (inicial do nome da sua amada). Contudo, essa inspiração romântica não foi comprovada pelos pesquisadores de história.
Texto escrito por Tatyana Casarino.