Privacidade e felicidade.
A privacidade como um valor sagrado e a busca por legados reais: reflexões críticas sobre as redes sociais.
Eu sou uma pessoa muito seletiva muito embora eu seja aberta para conhecer diferentes tipos de pessoas, acolhedora com pessoas de outros grupos e espiritualmente desperta para amar sem preconceitos. Ocorre que, na esfera íntima e privada, eu sou muito seletiva.
Como eu troco de energia de forma muito intensa em qualquer interação social por ser empata (pessoa com a empatia aflorada e que é capaz de sentir os sentimentos alheios), aprendi a selecionar apenas as pessoas com energia leve, que trazem paz ao meu interior e que são confiáveis para o meu pequeno círculo social.
Sou profunda, mas silenciosa. Acredito que a qualidade da comunicação não está na quantidade. Não gosto de ficar sobrecarregada com muitas mensagens nos aplicativos das mídias sociais e já percebi que não gosto daquele tipo de amizade que troca mensagens o tempo inteiro.
Amo profundamente as pessoas no silêncio do meu coração e não preciso conversar o tempo inteiro para provar o meu amor nem para me sentir amada. Sou segura do amor que plantei silenciosamente no coração dos outros.
Não gosto de ficar narrando sobre a minha vida nem de ouvir pessoas narrando as vidas delas. Gosto de "tocar a vida" em paz, vivenciando a realidade com os pés no chão e dentro do silêncio e da paz do meu lar (características do meu signo de Câncer falam alto por aqui hehehe). De vez em quando, gosto de sair da minha introspecção e trocar mensagens leves com as pessoas para criar pontes emocionais e vínculos saudáveis com os outros.
Sinto que tenho mais conexão comigo mesma, saúde mental, qualidade de vida e felicidade quando a minha rede de amigos é leve e também quando a forma de comunicação com as pessoas está equilibrada tanto na arte da fala quanto na esfera da escuta.
Minha harmonia interior depende de um dia a dia calmo, fixado no momento presente e na realidade fora das telas. Não gosto de falar muito sobre a vida nem de transformar a vida num "Reality Show" de influência digital. Eu gosto mesmo é de VIVER a vida no modo da realidade.
Não gosto de redes sociais abertas com muito barulho, agito, fama e milhares de seguidores. Posso parecer estranha, mas eu amo ser anônima. Não serei hipócrita de dizer que não gosto do sucesso. O meu ego e o meu espírito gostam de ser reconhecidos muito embora a minha alma não dependa de aplausos no fundo da sua essência. O reconhecimento é muito bom, a admiração das pessoas também é uma honra, mas o tipo de fama promovido pelas redes sociais é algo que nunca foi o meu sonho.
Meu sonho continua sendo o mesmo da minha adolescência e do período anterior ao desenvolvimento das mídias sociais: fazer sucesso no modo raiz e deixar um legado fora das telas, publicando livros físicos (com papéis, capas e tudo mais). Ser influencer nunca foi o meu sonho e nunca passará a ser mesmo que esse tipo de atividade digital tenha virado moda.
Eu admito que gosto do sucesso, mas eu gosto de sucesso "raiz", daquele que a pessoa batalha fora das telas, debruça o corpo sobre uma escrivaninha, estuda, trabalha, deixa um legado sólido na realidade e colhe o reconhecimento das lutas que surgem de dentro para fora.
Não gosto desse sucesso "nutella" de gente que se acha muito famosa e importante apenas por ter viralizado no Tik Tok (rede que nem faço questão de ter) e ganhado milhares de seguidores no Instagram. Que tipo de legado genuinamente sólido essa galera está deixando? O que viraliza hoje será esquecido amanhã. A influência sobre a moda de hoje será destruída amanhã.
Tudo é passageiro e efêmero quando se trata do mundo digital ou da mídia social. Quem faz sucesso nas redes sociais por motivos fúteis passará como o vento e será varrido por outros modismos.
Já aquele que publica um livro, planta uma árvore, coloca um filho no mundo, educa crianças com amor e luta por causas importantes fora das telas está deixando legados e plantando sementes virtuosas que durarão para sempre. A rede social é somente um instrumento e nunca substituirá a força do legado do ventre de uma mãe ou da criatividade de uma alma que dança na realidade.
Não são raros os influenciadores depressivos e repletos de problemas psíquicos por trás do sorriso perfeito e da vida glamourosa do Instagram, porque esse estilo de sucesso é tóxico a partir do momento que descentraliza a pessoa da sua essência e desconecta o influenciador da sua realidade.
As fotos do Instagram não formam uma realidade nova. A "realidade virtual" é uma ilusão. A saúde mental genuína e a verdadeira felicidade estão endereçadas na realidade. Para ser feliz de verdade, preciso abraçar a minha essência e não a persona do Instagram. Para ter uma boa saúde mental, preciso fazer as pazes com a minha realidade e encontrar prazer na simplicidade em vez de buscar "fogos de artifício" virtuais e esperar por grandes ilusões.
Algumas pesquisas mostram que aqueles que buscam a felicidade nas grandes coisas são os que menos sentem a felicidade. A simplicidade, a humildade e a realidade são os ingredientes de uma vida harmoniosa e, consequentemente, feliz. A felicidade verdadeira está presente nas pequenas coisas do cotidiano real e não no like do Instagram.
Por tudo o que escrevi e acredito do fundo da minha alma, tenho valores sagrados que me impedem de ter qualquer tipo de rede social aberta. Eu acho que uma rede social aberta afeta a privacidade, desconecta a pessoa da sua essência e prejudica o nosso tempo com o sagrado. Gosto de cultivar vida interior, focar na minha evolução espiritual e no desenvolvimento dos meus dons espirituais. Se eu tiver uma rede social aberta um dia, ela será profissional e não pessoal.
Afetar a privacidade pessoal seria como afetar parte da alma e do sagrado que vive na nossa alma. Há algo muito sagrado na privacidade, mas a maioria das pessoas já se esqueceu disso e acabou ficando quase "desalmada" nas mídias sociais infelizmente. Muitas pessoas perderam as suas almas para alimentar personagens nas redes sociais. E muitas outras quiseram ser verdadeiras demais em ambientes virtuais e perderam o seu lado sagrado quando despiram as suas almas nas redes sociais.
Para mim, preservar a minha privacidade é uma maneira de preservar a minha alma. Pareço muito radical? Não sou radical. Sou apenas uma alma que gosta da introspeção e dos mistérios dela. Mas, nem por isso deixo de me comunicar. Tenho redes sociais fechadas na esfera pessoal, mas também tenho meios de comunicação abertos para expressar as minhas paixões criativas e intelectuais, como, por exemplo, esse blog.
Repito: não sou radical. Amo a privacidade, mas também admiro o mundo comunicativo. Acredito que os meios de comunicação não são maus e que podem ser instrumentos belíssimos nas mãos das pessoas boas. Estou criticando apenas a forma como o mundo encara as mídias digitais hoje e a gabolice da maioria dos influenciadores (tenho consciência de que existem influenciadores de bom coração também e que não são todos os influenciadores que perdem a sua alma nesse mundo digital).
Por alguma razão que só Deus sabe, eu recebi o dom da comunicação de Deus mesmo sendo uma pessoa introspectiva (risos). Deus usa os quietos e os humildes de coração para comunicar algumas verdades profundas quando Ele quer. É claro que eu também gosto de meios de comunicação digitais, senão eu não teria esse blog. Mas, a privacidade vem em primeiro lugar na minha escala de valores.
Ao longo da minha vida, descobri que ser uma pessoa misteriosa chama mais atenção do que falar demais nas redes sociais inclusive. O meu mistério pessoal atraiu mais leitores do que a gabolice de muitos influenciadores. Como sou uma pessoa quieta e reservada, as pessoas sentem mais curiosidade para ler os meus textos. Já quem se mostra muito nas redes sociais acaba desgastando os seus ouvintes e leitores.
Em geral, as pessoas acham chatas demais aquelas pessoas tagarelas e que falam muito de si mesmas, mas as pessoas quietinhas e que levam uma vida privada são as que mais brilham. Quando uma pessoa introspectiva resolve se comunicar, a comunicação tem mais brilho, profundidade e verdade.
Aquele que fala demais, por sua vez, sobrecarrega o ouvinte, comete mais erros e escorrega em contradições e superficialidades. Quem fala demais não tem tempo de ouvir a voz de Deus dentro de si nem de cultivar a profundidade do espírito.
Bem, eu gosto de cultivar profundidade espiritual. E esse é o tipo de coisa que precisa de silêncio e mistério. Eu gosto de momentos de solidão e silêncio, pois sou empata e preciso de paz para "recarregar" as minhas energias. Gosto de natureza, animais, plantas, flores, vento, céu e ar livre. Gosto de tudo o que está fora das telas dos celulares.
Vivo praticamente isolada numa região cercada por natureza. Meu único contato com seres humanos ocorre quando tenho interações com a minha família - risos (quer mais canceriana que isso?). Confesso que tenho mais contato com os meus animais de estimação do que com pessoas (risos).
Dentro do meu estilo de vida mais introspectivo, as minhas redes sociais são fechadas. Sou feliz assim. Sou profundamente feliz por dentro, porque a minha felicidade só depende de Deus. E Ele vive me dando insights espirituais maravilhosos. Posso ter momentos tristes, mas logo supero quando faço uma oração, leio um livro e recebo uma sabedoria espiritual nova. Minha felicidade está na minha mente e no meu coração. Não preciso de fama, likes nem título de "influenciadora".
Sendo assim, se você é meu amigo nas redes sociais, saiba que você é especial. Você não é mais um número. Eu aceitei você na minha rede social, porque você é um ser humano especial. Eu não ligo para números. Já dispensei vários convites de seguidores e bloqueei muitos outros. Só deixo entrar na minha rede social quem é confiável, tem bom coração e transmite paz para mim.
Geralmente, eu somente aceito quem já trocou ideias comigo na vida real, ou seja, fora das telas. Se você conversou comigo e transmitiu uma energia boa para mim, você foi aceito nas minhas redes sociais com certeza. Saiba que a sua energia é boa.
Fique sabendo que 99% das pessoas nas minhas redes sociais são pessoas que conheço pessoalmente, familiares, amigos de longa data, amigos dos meus pais e colegas da faculdade ou dos cursos de idiomas (inglês, francês e espanhol) que já fiz na Wizard e na FISK. Eu conheci você em algum momento especial, onde estávamos estudando e compartilhando sonhos.
E, se você faz parte da minoria que eu ainda não conheci pessoalmente (1%), saiba que eu abri uma exceção para você estar em minha rede social por causa de alguns fatores:
*nós temos uma missão espiritual juntos;
*eu vi o seu trabalho em algum lugar com admiração;
*a minha intuição apontou que você é uma pessoa confiável;
*Deus me deu sinais de que você é uma pessoa boa.
Sinta-se especial se você está em minha rede social! Antes de finalizar o texto, uns conselhos: use as redes sociais com consciência e procure formar um círculo social saudável. Olhe mais para dentro de sua alma e menos para as redes sociais. Reflexão, meditação, contemplação e silêncio fazem bem ao espírito.
E, se você está dentro do meu círculo social, sinta-se muito amado, respeitado e admirado de verdade. Meu círculo social é sagrado e eu somente aceito as pessoas que a minha intuição e Deus apontam como pessoas de boas almas. Você é uma boa alma! Posso não concordar com tudo o que você diz ou com a sua posição política, mas sinto a bondade e a leveza dentro de você. Siga no caminho do bem!
Texto escrito por Tatyana Casarino.
*Imagens: Pinterest.
*Música que reflete a busca da alma no mistério da privacidade:
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