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quarta-feira, 15 de junho de 2022

Versos do espírito que venceu o medo

 Versos do espírito que venceu o medo.




 

Quando estive cega pela vaidade,

doce e amarga compulsão infernal

de simpatia e agradabilidade,

dancei de luto pelo abismo e umbral.

 

As belas pernas amantes de procissão

não andavam mais por tristeza.

Um azul escuro no coração

blindou a alma e sufocou a beleza.

 

O medo do que os outros pensam,

o medo de não ser compreendida,

tudo isso formava uma dor enorme

antes da verdade ser vista.

 

E eu dancei de sapatos vermelhos

dentro do meu inferno pessoal.

Cansada de todas as lutas,

senti uma dor obscura e fatal.

 

O cansaço da alma no deserto

é a sede do nosso oásis interior.

Onde está o seu prazer espiritual?

Onde está a fonte da sua energia vital?


Já estava escrito nas estrelas

que o nosso destino era a autodescoberta.

Dançando no deserto, vi a areia

que faz a vida ser mais aberta.

 

A dança dos sete véus na clareira,

a procura por Deus na igreja,

a oração feita na natureza.

Tudo isso é a busca por beleza.

 

Devemos ser apenas nós mesmos

com plena loucura e autenticidade.

Não devemos agradar a todos,

mas agradar somente a verdade.

 

A verdade nua e crua da alma,

o espírito selvagem, sem maquiagem,

e o canto da poesia que vive em nós.

O resto é preocupação vazia e será pó.

 

A cura para o medo de desagradar

jamais está numa valentia fictícia,

mas em transformá-lo em prazer.

A autenticidade deve ter satisfação cínica.

 

Uma boa dose de espírito rebelde

e de doce consciência tranquila

enfrentam uma multidão de chatos

e vencem todas as injustas críticas.

 

Afinal, que graça teríamos na paz?

Que graça teríamos se fôssemos compreendidos?

A vida gosta de adrenalina e luta,

e a oposição fortalece a nossa busca.

 

Estes são os versos do espírito,

o espírito que venceu o medo,

o espírito que renasceu das cinzas

ao aceitar as verdades da vida.


Poesia escrita por Tatyana Casarino. 



*Inspirações da poesia:

Essa poesia foi baseada na minha jornada espiritual, bem como nas ideias comunicadas por dois livros que li:




*A Coragem de Não Agradar;




*Mulheres que correm com os lobos.  

Obs: Dentro do livro "Mulheres que correm com os lobos", há a citação do conto "Sapatinhos Vermelhos" de Hans Christian Andersen. Este conto pode ser interpretado como um arquétipo dos desequilíbrios psíquicos dos desejos reprimidos e das compulsões das mulheres, servindo de inspiração para as reflexões filosóficas da poesia. 


*Uma música que combina com o espírito da poesia:





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