Sacerdotisas das estrelas
Eu e minhas irmãs somos sacerdotisas,
nós lemos as pessoas pelas estrelas
e dançamos em volta da fogueira.
Esprememos romãs e fazemos poesias.
De noite, as nossas mestres maternais
ensinam-nos a acender o incenso
Nós dançamos com a luz das estrelas,
e decoramos os nomes dos planetas.
Nós formamos um círculo feminino,
um círculo fraterno e delicado.
Um círculo que não pode ser rompido
pelo mundo masculino e desalmado.
Nós somos o sagrado feminino,
as deusas do passado que voltaram.
Nós somos Afrodite e Atena num só fio,
beleza e sabedoria no mesmo rio.
Nós somos as Persérfones de almas profundas,
aquelas que atravessaram o submundo chorando
para trazer ao mundo uma sabedoria fecunda.
Nós somos deusas sensuais quando dançamos.
Entre duas colunas, sentamos em nossos tronos.
O véu azul cobre parcialmente o rosto delicado,
mas os pés pequenos pisam na gigante lua.
Nosso transe místico é um belo espetáculo.
Eu e minhas irmãs espirituais vamos para a floresta,
dançamos, rimos e respeitamos toda a luz celestial.
Cada uma com a sua crença forma o círculo espiritual,
que honra a poesia, a música e a força do mundo ancestral.
Uma irmã faz chá, a outra canta músicas,
uma irmã faz poesias, a outra pinta gravuras.
Uma irmã é sensual, a outra é a casta e pura,
uma irmã reza, a outra tem ervas e cura.
Nós não prendemos os nossos cabelos,
nós não deixamos de correr com o vento.
Nós não escondemos os nossos sentimentos,
nós não ocultamos a sensualidade e os beijos.
Nós não escondemos a nossa fé mística,
nós não deixamos de ser sacerdotisas.
Nós não nos calamos nessa sociedade cética,
pois nós somos a ponte entre o céu e a terra.
Nós vivemos uma vida plena em liberdade,
equilíbrio perfeito entre pureza e sensualidade.
Nós somos feitas de alma doce e nobres desejos,
nós somos as damas da sabedoria dos sentimentos.
Nós lemos livros ocultos do grande público,
livros da grande sabedoria ancestral.
Nós transformamos a sabedoria antiga
em linguagem moderna e poesia.
Nós somos o sagrado feminino,
a força do útero e da lágrima.
Nós somos a força da ternura,
mulheres escolhidas e abençoadas.
Nós somos a força da sensibilidade oculta,
nós temos sonhos, poesias e pressentimentos.
Dentro dos nossos véus, recebemos as visões
de um mundo novo repleto de nobres sentimentos.
Poesia escrita por Tatyana Casarino.
Essa poesia é baseada no arquétipo da sacerdotisa, o Arcano II do Tarô. A sacerdotisa é uma mulher consagrada ao mundo divino e que carrega os grandes mistérios da sabedoria celestial.
Estudo sobre Sagrado Feminino e Direitos das Mulheres há anos. Escrevo poesias com o símbolo da sacerdotisa há anos também. Gosto do universo feminino e do universo místico. Defendo uma fraternidade feminina sólida baseada em virtudes e no apoio mútuo entre mulheres.
Longe de qualquer possibilidade de rivalidade feminina, o círculo feminino de mulheres místicas é repleto de amor fraterno, pureza, honestidade e sabedoria. Uma mulher conforta a outra quando é preciso. Somos amigas e somos consagradas ao divino.
Jamais seremos oprimidas pela insensibilidade e pelo ceticismo do mundo ou de alguns homens. Jamais esconderemos a nossa sensibilidade mística. Encantaremos o mundo com a riqueza espiritual da nossa força, da nossa sabedoria e da nossa sensibilidade. Viva a feminilidade! Viva a delicadeza que conforta o mundo!
Tatyana Casarino.
Confiram uma música que tem a energia mística da poesia:
Enya - The Celts
https://www.youtube.com/watch?v=rGwUpsyDJTk
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