A glória das virtudes elevadas
jamais será tão divina
quanto à entrega pequenina da flor
que sabe dar a Deus a sua dor.
Somos como pássaros pequenos
convidados ao coro celeste.
Nosso humilde canto, um dia,
soará como esplendor nessa vida.
Compreendi que a grandeza
é saber ser pequena e imperfeita.
Compreendia que a glória
é extrair da derrota a vitória.
Buscamos pela cura perfeita
que vai acabar com os defeitos da alma.
Mas a verdadeira cura do espírito
é abraçar a alma imperfeita e entregá-la ao Divino.
É a fraqueza que abre a alma
para receber uma força superior.
É o espinho na carne, que traz a dor,
o grande revelador do amor.
Compreendi que a beleza humana
se revela em seus vastos defeitos.
Como o vento varre veloz o tempo,
a maturidade traz o sutil acalento.
Compreendi que o sofrimento digno
e as lágrimas tão gloriosas
são melhores que as alegrias hipócritas.
Compreendi que sofrer bem é divino.
Compreendi que o bem não é fácil,
mas que, por vezes, é caminho pesado.
Suportar os nossos defeitos com amor
é a nossa cruz até a luz do esplendor.
Compreendi que faz parte da jornada
cair, sofrer, chorar, ser atormentada.
Tudo isso leva à evolução espiritual
para quem quer levantar, sorrir e ser iluminada.
Compreendi que cair é inevitável,
mas que Deus sempre vai nos levantar.
Compreendi que o cansaço faz parte da vida,
mas que Deus sempre sopra nova energia.
A graça de Deus sempre será superior
ao esforço dos homens pelo esplendor.
Se o lírio é mais glorioso que Salomão,
nossa beleza é a simples luz do coração.
Não precisamos nos esforçar
para alcançar o dia de amanhã.
Não precisamos ser esplendorosos,
pois já temos o perfume dos graciosos.
Não precisamos nos esforçar
para alcançar a glória e a perfeição.
Nossa pequenez é a nossa fortaleza:
repleta de perfume e espiritual beleza.
Eis a entrega absoluta da flor da alma:
nas mãos de Deus, ela desabrocha.
Se lapidar a pedra bruta ficou difícil,
apenas entregue o seu espírito ao Divino.
Poesia escrita por Tatyana Casarino.
Essa é uma poesia baseada na minha jornada espiritual. No início da minha jornada de autoconhecimento, eu ficava muito preocupada quando não conseguia superar certas questões emocionais e tropeçava nas mesmas fraquezas psicológicas.
Após conhecer a espiritualidade de Santa Teresinha do Menino Jesus, eu passei a me entregar absolutamente às mãos de Deus na caminhada espiritual. É tão bom sentir Deus "anestesiando" as nossas dores e tendo misericórdia dos nossos tropeços. Apenas com a leveza dessa entrega ao Divino, conseguimos evoluir espiritualmente de verdade tal como uma flor que desabrocha naturalmente.
Às vezes, queremos lapidar nossa alma com as próprias mãos e nos esquecemos que somente o tempo de Deus pode fazer a nossa alma desabrochar como uma flor.
Texto: Tatyana Casarino.
Ilustrações: Pintor Vladimir Volegov.
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