Olá, pessoal! Hoje eu trago uma postagem sobre caranguejos. Mas, não é sobre o signo de Câncer diretamente (risos). A postagem de hoje é científica e biológica com uma lista impressionante sobre 10 Caranguejos pouco conhecidos. A postagem foi preparada pelo escritor gaúcho Mateus Ernani Heinzmann Bülow e conta com curiosidades de biologia. Se você gosta de assistir ao canal Discovery Channel e é uma pessoa curiosa, você vai gostar da postagem de hoje. Confira, querido leitor, tudo sobre 10 espécies de caranguejos impressionantes. Boa leitura!
10 Caranguejos Impressionantes.
Na mitologia grega, o signo de Câncer outrora foi um caranguejo gigante enviado por Hera, com o objetivo de eliminar Hércules, um dos inúmeros filhos bastardos de Zeus. O imenso animal não conseguiu cumprir seu objetivo, porém a deusa grega o recompensou pelo esforço, transformando-o em constelação.
Caranguejos fazem parte de inúmeros folclores ao redor do globo, além da mitologia grega. Além de alimento comum nas regiões costeiras, os crustáceos também ajudam no equilíbrio do ecossistema, comendo algas, fungos e moluscos daninhos. Na cultura popular, os caranguejos também deixaram seus exemplares interessantes, como o Sebastião da Pequena Sereia, ou o Seu Siriguejo do Bob Esponja.
Aproveitando que estamos em Julho, o mês associado ao signo de Câncer, fiz uma lista com espécies interessantes de caranguejo. Aqui veremos espécies imensas, fósseis vivos, escavadores da areia e criaturas que inspiraram lendas do outro lado do mundo. Apanhe o seu equipamento de mergulho, e boa leitura!
1-Siri Azul.
Nome científico: Callinectes Sapidus.
O primeiro exemplar da lista é um crustáceo comum em quase todo o Oceano Atlântico ocidental, e um prato típico na América do Norte. O siri azul, ou simplesmente siri, é uma espécie versátil e adaptada ao frio e ao calor, além de atingir tamanho considerável; alguns exemplares possuem quinze centímetros de largura.
O siri azul é importante na economia dos estados americanos de Virginia e Maryland. Nesse segundo estado o animal virou um mascote não oficial, e o local mais frequente de sua pesca ocorre na Baía de Chesapeake, desde o longínquo século XVI. As receitas mais populares envolvendo o bicho são os bolinhos de siri e a sopa de caranguejo com mariscos.
Apesar de associada à costa ocidental do Atlântico a espécie já foi encontrada do outro lado do mar, no estuário do Rio Guadiana, em Portugal. Acredita-se que os exemplares vieram de “carona” em algum navio que usou água marinha como lastro, mas ainda não se sabe quais serão os impactos ambientais do intruso na região.
2-Boca-Cava-Terra.
Nome científico: Uca Tangeri.
Nosso segundo participante é um crustáceo comum no litoral brasileiro, e membro do gênero Uca, conhecido por abrigar muitas espécies de caranguejos com uma das garras maiores do que a outra. Em alguns lugares, esse gênero recebe o nome de “caranguejo violinista”, em referência ao tamanho da pinça.
Como o nome já diz, o boca-cava-terra prefere viver no barro a explorar o oceano, mas isso não impediu sua existência simultânea na África e no Brasil. Um aspecto curioso desse caranguejo é sua habilidade para se camuflar mudando de cor; durante o dia, sua coloração é mais escura, imitando a lama, mas de noite esses crustáceos ficam mais claros.
3-Caranguejo Aranha Gigante.
Nome científico: Macrocheira Kaempferi.
Agora iremos ao outro lado do globo, em busca de um Gigante pela própria natureza, nada menos que o maior artrópode do mundo. O tamanho médio do caranguejo aranha gigante é impressionante, muitas vezes passando dos três metros da ponta de uma garra a outra! O peso médio desse monstro do mar é de dezoito quilos, e a carapaça tem o tamanho de uma bola de futebol.
O habitat desse formidável crustáceo é o mar ao sul do Japão, e os pescadores desse país temem e respeitam a espécie. A carne do caranguejo aranha gigante é muito valorizada, mas a pesca desse monstro marinho é difícil e arriscada. As garras são poderosas ao ponto de arrancar o braço de um pescador desavisado.
Em comparação com os machos da espécie, as fêmeas possuem garras mais curtas, mas isto não as torna mais indefesas. Além de atacarem com suas pinças, os caranguejos aranhas gigantes sabem improvisar camuflagem com algas e pedras, aproveitando para se misturar ao solo marinho rochoso.
4-Caranguejo Eremita.
Nome científico: Várias espécies, todas na família Paguroidea.
Os caranguejos são conhecidos por suas carapaças resistentes, mas existe um grupo seleto entre eles que não conta com proteções eficazes, obrigando-os a procurarem por outras formas de defesa. Os caranguejos eremitas são conhecidos por se esconderem em conchas abandonadas de moluscos, tais como caramujos e ostras.
Em comparação com seus “primos”, os caranguejos eremitas ou paguros possuem apenas a parte dianteira coberta de um exoesqueleto, enquanto o abdome encontra-se desprovido de qualquer defesa mais eficaz. As conchas duras de moluscos falecidos são as defesas preferidas desses animais, mas já foram vistos caranguejos eremitas se escondendo em recipientes metálicos, tais como latas de refrigerante ou de ervilhas.
Além das conchas, os caranguejos eremitas possuem outros métodos criativos para afastar predadores. Uma das artimanhas mais comuns desses crustáceos envolve colocar anêmonas do mar no topo da casca, para afastar peixes e polvos; as anêmonas se beneficiam dessa protocooperação, se movendo de um lado a outro com ajuda do caranguejo eremita.
5-Caranguejo dos Coqueiros.
Nome científico: Birgus Latro.
Nosso próximo integrante da lista se encontra entre os caranguejos eremitas, porém merece uma colocação exclusiva, devido ao tamanho impressionante. Enquanto o caranguejo aranha japonês é o maior artrópode marinho, o caranguejo dos coqueiros assume o trono de maior artrópode terrestre, capaz de ultrapassar um metro de uma perna à outra.
Esse bicho pode ser encontrado em inúmeras ilhas dos oceanos Índico e Pacífico, mas em diversos lugares a espécie corre risco de extinção, como em Madagascar e na Austrália. Suas pinças são muito fortes, capazes de arrebentar a casca de um coco; esse animal não se intimida de comer casca de árvore ou carniça, se assim for necessário. Existem relatos de caranguejos dessa espécie comendo pássaros e atacando porcos do mato.
Por se tratar de um bicho grande e intimidante, o caranguejo dos coqueiros possui poucos predadores, exceto os seres humanos. Entretanto, o apresamento dessa espécie é tabu em diversas regiões do Oceano Pacífico, pois esses animais são associados aos espíritos dos ancestrais dos nativos. Outra razão para evitar a carne de um caranguejo dos coqueiros envolve a dieta do animal, capaz de deixá-lo impróprio ao consumo humano.
6-Heikegani.
Nome científico: Heikeopsis Japonica.
Voltando ao Japão, encontramos uma espécie de crustáceo que deu origem a uma lenda curiosa. Devido ao formato pitoresco de sua casca, o Heikegani é muitas vezes chamado de “caranguejo samurai furioso”, e os pescadores mais supersticiosos evitam capturar esses animais, acreditando que estes são reencarnações de homens que morreram no mar.
Segundo algumas versões da lenda, os Heikeganis são espíritos de soldados mortos durante a batalha de Dan-No-Nura, o último confronto entre os clãs Taira e Minamoto pelo controle do Japão. Curiosamente, essa batalha ocorrida em 1185 teve como cenário a baía de Shimonoseki, um lugar onde essa espécie de caranguejo é abundante; o clã Taira também é chamado de Heike em algumas regiões do Japão.
7-Límulo.
Nome científico: Limulus Polyphemus.
Nosso próximo integrante é um fóssil vivo que nem poderia estar nessa lista, pois não se trata de um crustáceo, e sim um artrópode mais próximo às aranhas e os escorpiões. No entanto, o límulo é uma criatura tão curiosa que eu tive de reservar um espaço para ele, até porque seu outro nome é caranguejo ferradura.
O límulo é bizarro à primeira vista, com seu casco de vinte centímetros parecido com o de uma tartaruga e rabo similar ao ferrão de uma arraia. No topo da carapaça estão os dois olhos do bicho, e sob a casca se escondem inúmeras patas articuladas ao redor da boca. As patas podem se regenerar com facilidade caso forem arrancadas, e essa capacidade de reconstrução continua a ser estudada por diversos laboratórios de medicina ao redor do mundo.
Existem quatro espécies de caranguejos ferraduras, e a nominada no início é a única delas a viver no Oceano Atlântico, na costa leste dos EUA e do México. Ao contrário de outros artrópodes marinhos, o límulo não é apreciado como alimento, apenas como iscas na pesca de animais maiores. O sangue dos límulos é azul devido à elevada concentração de Hemocianina, uma substância muito valorizada por laboratórios farmacêuticos, por seus interessantes efeitos anticancerígenos.
8-Caranguejo-Rei do Alasca.
Nome científico: Paralithodes Camtschaticus.
Agora iremos para um lugar mais frio, no extremo norte do globo, em busca de outro colosso das águas, com uma carapaça de 28 centímetros e 12 quilos. Se o leitor assistiu ao programa Pesca Mortal do Discovery Channel, é possível que já conheça a grande estrela da série, um dos crustáceos mais valorizados pela indústria da pesca.
O caranguejo-rei do Alasca se espalha por um território mais amplo do que o litoral do estado americano que lhe deu o nome. A espécie é vista com mais frequência no Estreito de Bering, entre o extremo leste da Rússia e o oeste do Alasca, e também pode ser encontrada no litoral da península russa de Kamtchatka. Essas regiões são assoladas por tempestades e maremotos, o que torna a pesca do caranguejo-rei muito arriscada e lucrativa para quem sobrevive aos terrores do mar.
Na década de 1960, a União Soviética tentou exportar esses animais à Europa, ainda vivos. Parte da mercadoria se perdeu pelo caminho, e em 1977 o caranguejo-rei podia ser encontrado no litoral da Noruega, tornando o país nórdico um concorrente dos russos na captura e comércio dos animais. O crustáceo se multiplicou com tanta rapidez que hoje virou uma praga na região, pois ele se alimenta de ovos de peixes e outros animais marinhos.
9-Gigante da Tasmânia.
Nome científico: Pseudocarcinus Gigas.
O último titã da lista vive no litoral de uma pequena ilha pertencente à Austrália. Com 17 quilos e 47 centímetros de casca, o Gigante da Tasmânia é um dos maiores crustáceos do mar, porém ele é uma espécie protegida, não sofrendo exploração comercial como ocorre com seus “primos”. A pesca foi proibida em 1992.
Outro aspecto interessante do Gigante da Tasmânia é sua condição como o único integrante do gênero Pseudocarcinus, tornando-o outro fóssil vivo, assim como o límulo. Os machos da espécie são maiores que as fêmeas, além de serem reconhecíveis pela presença de uma garra maior.
10-Caranguejo Ervilha.
Nome Científico: Pinnotheres Pisum.
Depois de vermos tantos espécimes grandalhões nessa lista, nada mais apropriado do que finalizar com uma espécie bem pequena, o menor caranguejo do mundo. Como o próprio nome já deixa claro, o caranguejo ervilha tem o tamanho de uma semente, embora possa ser ainda menor. As fêmeas costumam ter a carapaça quase transparente, enquanto os machos são amarelados.
O caranguejo ervilha é uma espécie parasita, algo raro entre os crustáceos. As maiores vítimas desse malandro são os moluscos, especialmente ostras e cracas; o bichinho se esconde no manto deles, e aproveita toda a comida e oxigênio que conseguir roubar. Outras criaturas importunadas pelo caranguejo ervilha são os pepinos do mar, ouriços do mar, camarões e até minhocas.
Texto escrito por Mateus Ernani Heinzmann Bülow.
Mateus Bülow é gaúcho da cidade de Santa Maria/RS, Bacharel em Direito pela Faculdade de Direito de Santa Maria (FADISMA), escritor e poeta.
Mateus é colunista do blogue da Tatyana e escreve textos históricos, fantásticos e listas de curiosidades. Por coincidência, Tatyana e Mateus são cancerianos. Tatyana faz aniversário no dia 11 de Julho e Mateus faz aniversário no dia 18 de Julho. Os dois escritores são criativos como o signo sugere. Você pode parabenizar os escritores Taty e Mateus no espaço dos comentários dessa postagem. Deixe também a sua opinião sobre esse texto do Mateus. Nós ficaremos muito felizes com os seus comentários!
*Mateus é autor de dois livros de fantasia publicados:
*Taquarê -- Entre a Selva e o Mar.
*Livro dele no Skoob:
*Divulgação do Livro no Blogue:
*Divulgação do Livro no Canal do YouTube de Taty Casarino:
*Leia o início do livro gratuitamente e compre o livro para ler a história completa no Link abaixo:
*Compre o Livro no site Amazon:
*Taquarê -- Entre um Império e um Reino.
*Divulgação do Livro no Blogue:
*Sobre o Livro dele no Jornal Diário de Santa Maria:
*Mateus falando sobre o seu livro no Lançamento que ocorreu na Feira do Livro de Santa Maria/RS (Canal do Youtube do Diário de Santa Maria):
*Compre o livro no Site Amazon:
*Confira todas as postagens do colunista Mateus no blogue:
Nenhum comentário:
Postar um comentário