Eu vejo brumas de mar
beijando o céu cor-de-rosa.
Golfinhos celebram as estrelas,
a água tem sua beleza.
No meu caminho para a casa,
eu posso ver um sol líquido.
Uma chama viva por baixo d'água
guardada por nove anjos divinos.
No meu caminho para a casa,
eu posso ver um sol líquido
emendando a terra e o paraíso.
Todo o vigor do fogo em estado líquido.
Caranguejos andam para trás
buscando o sol da meia-noite
O sol toca as estrelas prateadas
que são, pela lua, norteadas.
Como o astro-rei beija a rainha?
Despojado de seu trono claro,
esse sol líquido beija o noturno.
Ele transforma sentimento em fato.
Quando o rei beija a rainha,
o punhal de fogo sente a ferida.
Dessa combinação, nasce a poesia,
bálsamo de profecia e intuição.
Não pare agora, meu sol líquido,
de penetrar no mundo da lua.
O astro do fogo toca o desejo da água
como a paixão na alma de um menino.
Sinos de igreja tocam do ventre rasgado,
um bebê respira pela primeira vez
e inspira a profundidade do luar.
Sua primeira impressão é chorar.
Os anjos derramam lágrimas,
lágrimas de pérolas da lua.
Sua alma atravessará a fartura
após enfrentar a emocional angústia.
O corpo virado para a lua,
recebendo o brilho das estrelas.
No meu nascimento, as melhores energias,
anjos e estrelas abençoaram a travessia.
O destino não é uma surpresa
para quem estuda as estrelas.
Emoção profunda do oceano,
ondas de pureza me abençoando.
Esta jornada só está iniciando,
e eu já conheço o começo da vida.
Esse sol líquido é minha sabedoria,
bálsamo do brilho e da beleza divina.
Quando o sol beija o caranguejo,
as igrejas tocam o sino de alegria.
As estrelas de julho são as mais bonitas
e brilham mais a cada nova vida.
O sol é sempre mais precioso em julho
quando seu calor ameniza o inverno.
Assim é o canceriano sábio e terno
que ameniza esse mundo amargo e térreo.
Você quer nascer sob o sol de julho?
É como receber a flecha do cupido
e padecer de amor e angústia.
Mas, não há bênção mais bela e pura.
Você quer nascer sob o sol de julho?
As estrelas de caranguejo dançam,
regendo lares e famílias maravilhosas.
A esperança de julho é a mais formosa.
Porém, penetrarás em mistérios obscuros.
De dia, serás inocente como a Core*,
de noite, serás profunda como Perséfone *
e chorarás assustada pelas sombras.
É por essas e outras razões que choramos:
os cancerianos choram sempre de espanto,
porque sua inocência se depara com o desencanto.
Sua intuição percebe sombras que dão pranto.
Para não ser enganado com sua inocência,
Deus deu ao canceriano profunda intuição.
O canceriano já não sofre tristes desenganos,
mas chora assombrado pelo que vê desde então.
Criança pura de Deus é o canceriano,
cheio de saudade da pátria celestial.
Todos os pecados espantam essa alma,
que nasceu para inspirar o angelical.
Seja uma flor de lótus, oh! canceriano!
Não chore mais pela lama do mundo
nem se contamine com o obscuro.
Seja corajoso, iluminado e profundo!
Seja desconfiado e protetor mesmo,
mas saia da casca de vez em quando.
O mundo quer conhecê-lo de dentro para fora,
terá fama ao tirar os seus segredos da cartola.O meu sol líquido derrama bênção na nona casa,
a casa da filosofia, da religião e da advocacia.
Uma casa que é regida por Sagitário e sua poesia
terá de viajar pelas águas cancerianas nessa vida.
Logo o meu sol entra na décima casa,
a casa do labor intenso de Capricórnio.
No Meio do Céu, é só sucesso, sorte e vigor
quando encontra Vênus, a rainha do amor.
Poesia astrológica e simbólica escrita por Tatyana Casarino.
*Explicação da poesia: Essa poesia retrata o meu seguinte posicionamento astrológico: Sol em Câncer na Casa 9 do Mapa Astral (a casa filosófica de Sagitário). Quem estuda astrologia sabe o que significa cada "casa" astrológica (são 12 casas dentro de uma roda zodiacal, a qual é sempre dividida em 12 partes que lembram "pedaços de pizza") e você pode pesquisar sobre esse assunto em livros astrológicos ou até mesmo em sites da internet. De forma metafórica, a poesia traz símbolos que traduzem os sentimentos dessas energias arquetípicas dos signos e dos elementos que influenciam o meu Mapa Astral.
O sol sempre foi ligado aos arquétipos de fogo (como o vigor do signo de Leão, por exemplo). Ter o Sol em Câncer é um belo paradoxo, já que Câncer é um signo regido pela Lua (o arquétipo oposto do sol) e pelo elemento água (o elemento oposto ao fogo). Sendo assim, a poesia "brinca" com esse paradoxo de maneira metafórica e simbólica ao dizer que o sol da essência dos cancerianos é uma espécie de "sol líquido". Independentemente de você crer ou não em astrologia, não creio que seja errado esse estudo ainda mais como forma de conhecimento simbólico -- conhecimento tão rico e necessário para os poetas. Sabe-se que a inspiração poética é beneficiada com o estudo de metáforas, símbolos e arquétipos.
Outros arquétipos que beneficiam o autoconhecimento e a inspiração poética são os arquétipos das "deusas" em diversas mitologias. O estudo dos mitos é até mesmo celebrado em tratamentos psíquicos (podemos lembrar das teorias de sincronicidade, símbolos e inconsciente coletivo do psicoterapeuta analítico Carl Gustav Jung).
Core e Perséfone, nomes citados nessa poesia, são uma deusa apenas. Perséfone é a deusa do submundo na mitologia grega, bem como é considerada a deusa da agricultura, das flores, dos frutos, das ervas e da fertilidade. Esse mito de Perséfone explicaria as estações do ano, pois a fertilidade da terra nos meses do outono, da primavera e do verão correspondem aos meses em que ela passa na superfície da terra ao lado da sua mãe -- assim como os meses de inverno refletem o período em que ela fica ao lado de Hades no submundo.
O canceriano teria essa mesma flutuação de humor: ora é quente, ingênuo, pueril, sociável, criativo e primaveril e ora é fechado, rancoroso, sombrio, introspectivo e melancólico. É como se o canceriano experimentasse o arquétipo da ingênua Core (nome da deusa quando ela está na superfície) e, ao mesmo tempo, conhecesse as sombras do mundo e ficasse perplexo diante delas tal como Perséfone. O medo do mundo, o rancor diante dos males imprevistos que sofreu e o lado sombrio da vida ferem a sua sensibilidade e o seu caráter impressionável, razão pela qual o canceriano gosta de criar uma "casca" de proteção ao seu redor.
Ocorre que o medo pode transformar-se em prudência, astúcia e sabedoria sem impedir as belíssimas e alegres manifestações criativas do canceriano no mundo exterior (O mundo quer conhecê-lo de dentro para fora / terá fama ao tirar os seus segredos da cartola). O caminho ideal para o signo de Câncer é encontrar um equilíbrio entre extroversão e introversão ou entre seu lado "Core" e a sua face "Perséfone". O sol brilha quente e primaveril, mas também pode ser sensível e assumir um misterioso "estado líquido" quando está no signo de Câncer.
Texto escrito por Tatyana Casarino, Especialista em Direito Constitucional, Advogada, Escritora e Poetisa.
Outros arquétipos que beneficiam o autoconhecimento e a inspiração poética são os arquétipos das "deusas" em diversas mitologias. O estudo dos mitos é até mesmo celebrado em tratamentos psíquicos (podemos lembrar das teorias de sincronicidade, símbolos e inconsciente coletivo do psicoterapeuta analítico Carl Gustav Jung).
Hades e Perséfone.
Deus grego do submundo e rainha do submundo.
Hades fica encantado pela delicadeza e beleza de Perséfone e leva a deusa para morar no submundo. No submundo, ela conhece a profundidade, a sabedoria e os mistérios da vida e da morte. Assim como Eva, ela come a fruta proibida do conhecimento do bem e do mal do submundo. Ao invés de ser a maçã, na mitologia grega essa fruta é a romã.
Core e Perséfone, nomes citados nessa poesia, são uma deusa apenas. Perséfone é a deusa do submundo na mitologia grega, bem como é considerada a deusa da agricultura, das flores, dos frutos, das ervas e da fertilidade. Esse mito de Perséfone explicaria as estações do ano, pois a fertilidade da terra nos meses do outono, da primavera e do verão correspondem aos meses em que ela passa na superfície da terra ao lado da sua mãe -- assim como os meses de inverno refletem o período em que ela fica ao lado de Hades no submundo.
O canceriano teria essa mesma flutuação de humor: ora é quente, ingênuo, pueril, sociável, criativo e primaveril e ora é fechado, rancoroso, sombrio, introspectivo e melancólico. É como se o canceriano experimentasse o arquétipo da ingênua Core (nome da deusa quando ela está na superfície) e, ao mesmo tempo, conhecesse as sombras do mundo e ficasse perplexo diante delas tal como Perséfone. O medo do mundo, o rancor diante dos males imprevistos que sofreu e o lado sombrio da vida ferem a sua sensibilidade e o seu caráter impressionável, razão pela qual o canceriano gosta de criar uma "casca" de proteção ao seu redor.
Ocorre que o medo pode transformar-se em prudência, astúcia e sabedoria sem impedir as belíssimas e alegres manifestações criativas do canceriano no mundo exterior (O mundo quer conhecê-lo de dentro para fora / terá fama ao tirar os seus segredos da cartola). O caminho ideal para o signo de Câncer é encontrar um equilíbrio entre extroversão e introversão ou entre seu lado "Core" e a sua face "Perséfone". O sol brilha quente e primaveril, mas também pode ser sensível e assumir um misterioso "estado líquido" quando está no signo de Câncer.
Texto escrito por Tatyana Casarino, Especialista em Direito Constitucional, Advogada, Escritora e Poetisa.
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