A poesia a seguir é mística e retrata a origem esotérica do uso das cores, bem como seus significados psíquicos e espirituais. Recentemente, houve uma grande polêmica política envolvendo as cores rosa e azul, e as destinações dessas cores foram refletidas de forma metafórica.
Entretanto, longe de qualquer discussão política (em geral, não falo de política em minhas poesias e a poesia abaixo é isenta de qualquer orientação política), a poesia retrata o simbolismo das cores e a forma como elas são usadas para provocar certos sentimentos no espírito.
A psicologia das cores, a arte e a cromoterapia afirmam que azul é uma cor fria e vermelho uma cor quente, indicando a qualidade tranquilizante do azul e a capacidade da cor vermelha aumentar a vitalidade e a adrenalina.
No âmbito místico, o azul estaria vinculado à qualidade "Yin", ao elemento água e ao arquétipo feminino. Sim, isso mesmo hehehe: o azul é feminino. Presente no manto de Nossa Senhora, nos vestidos das santas e nos retratos de Iemanjá, o azul é predominantemente associado à feminilidade.
O manto azul de Nossa Senhora remonta à feminilidade e à suavidade. O azul remete ao céu e ao paraíso. A profundidade do mar azul é complexa e bonita como a mulher.
Já o vermelho seria uma cor masculina por retratar todo o vigor e a agressividade regidos por Marte, o planeta vermelho que rege o arquétipo "Yang", o homem e o elemento fogo para a astrologia. Nesse sentido, o rosa seria masculino também por representar a mistura do vermelho e do branco, expressando um vermelho um pouco mais "apaziguado".
Guerreiros espartanos são retratados de vermelho. Essa cor é agressiva e assertiva. O rosa é variante do vermelho.
Tendo em vista as qualidades das cores, a mulher usa vermelho e rosa para aumentar a sua vitalidade. Isso não significa que a mulher não tenha vitalidade, mas apenas que a mulher também busca as qualidades astrológicas e Yang de Marte para equilibrar a sua natureza Yin. O homem, por sua vez, vestiria azul não por esta ser uma cor "masculina", mas justamente pela feminilidade e suavidade do azul que esfriam os ímpetos agressivos do arquétipo masculino (já repararam que os meninos costumam ser mais hiperativos que as meninas em regra?).
A tradição de vestir um menininho de azul remonta aos significados esotéricos: a cor fria ajudaria a acalmar o bebê. Já a menininha usaria rosa para despertar suas qualidades mais assertivas, pois a natureza Yin geralmente é mais calma. Por essas razões, dizemos que os homens são de "Marte" e as mulheres são de "Vênus", visto que os homens são mais impetuosos, hiperativos e até agressivos em geral enquanto as mulheres seriam mais sensíveis, pacíficas, empáticas e diplomáticas.
As qualidades Yin (associadas à resignação) e Yang (associadas à assertividade) não têm a ver com sexualidade, pois dependem dos elementos predominantes no Mapa Astral da pessoa. Homens nascidos sob a regência de signos de água (Peixes, Câncer e Escorpião) são mais sensíveis que os outros homens, assim como as mulheres nascidas sob os signos de fogo (Áries, Leão e Sagitário) são mais impetuosas e assertivas.
Todavia, em regra, a água, a lua e Vênus têm vínculos com a mulher, assim como o fogo, o sol e Marte têm vínculos com o homem. O azul é feminino por representar a água, a serenidade e a empatia enquanto o vermelho e o rosa seriam masculinos pela assertividade que a cor quente provoca. A mulher usaria rosa em busca de qualidades mais assertivas e o homem usaria o azul a fim de equilibrar sua agressividade com a lucidez da cor fria.
Contudo, podemos usar qualquer cor. Estude a sua personalidade, faça seu Mapa Astral e veja quais qualidades você precisa desenvolver em sua personalidade. A cromoterapia (a terapia das cores) ajuda a estimular certas características comportamentais.
Salienta-se que a psicologia das cores é usada no mundo dos negócios também: restaurantes apelam para as cores quentes a fim de estimular a fome dos clientes enquanto hospitais e casas de repouso revestem-se de cores frias e tranquilizantes.
Vamos ler a poesia! Boa leitura!
La naissance du bleu et du rose
O nascimento do azul e do rosa (título traduzido do francês para o português)
arrivé dans les temps mystiques.
Asseyez-vous près du feu
et laissez l'etang lire la poésie.
O nascimento do azul e do rosa
aconteceu em tempos místicos.
Sente-se perto da fogueira
e deixe a lagoa ler a poesia.
De noite, a lua reina plácida
enquanto sua luz reflete sobre a água.
A mulher é como o azul da lagoa:
translúcida, compassiva e boa.
De dia, o sol reina majestoso:
sua luz queima toda a terra.
Ele é como uma esfera de fogo
que brilha com vigor pela selva.
O azul do manto de Nossa Senhora
serenamente apaga as nossas mágoas.
O azul é translúcido, doce e calmo,
feminilidade, suavidade e bálsamo.
O azul é sereno como a mulher
que apaga o fogo do homem belicoso
com uma dose de bem-me-quer.
O azul é tecido do céu mais formoso.
O azul é como a mulher
que traz paz no seu olhar.
O azul é da imensidão do mar
que reflete o céu como um espelho.
Já o vermelho é a cor do desejo
e dos deuses profanos de Marte.
O vermelho é o fogo dos homens
que queima na guerra e na arte.
O vermelho é o sangue derramado
nas guerras e nas batalhas.
O vermelho tem cheiro de armas
e sabor de homem irado.
O vermelho vem do vigor solar
e dos ímpetos do desbravar.
O azul nasce do sereno luar
sobre a lagoa que quer te acalmar.
O vermelho esquenta a pele,
o azul esfria a alma.
O vermelho conquista a terra,
o azul derrama emoção terna.
O azul é a cor da mulher
que reina como a sacerdotisa.
O vermelho é a cor do homem
que, com sua espada, grita e briga.
Ah! Se eu pudesse fazer um acordo,
eu conheceria a Deus e a seus anjos
e pediria que trocassem as nossas cores.
Conheceria a guerra e seus tambores.
Trajada de vermelho, eu lutaria
como uma amazona à beira mar.
Como uma arqueira, eu caçaria
os maiores tesouros do Czar.
Eu seria uma mulher plena
que luta ao lado dos guerreiros.
Seria vigorosa, valente e vitoriosa
sobre os sombrios pesadelos.
Trajada de vermelho, meu sangue correria,
e eu teria muito mais audácia e valentia.
Roubarei dos homens a cor vermelha
e deixarei para trás meu passado de sereia.
Para emprestar-lhes a serenidade feminina,
vestirei todos os homens de azul.
Assim, o ímpeto bélico será diminuído
e os meninos serão menos hiperativos.
Venha, querido, tomar a cor dos anjos,
vamos dançar até trocar as nossas cores.
Meu vestido será vermelho vivo
e o teu terno de azul será tingido.
As fadas ainda não decidiram
qual será a nova cor do meu vestido.
Suas varinhas de condão duelam
entre o azul sereno e o vermelho vivo.
Quero experimentar do vermelho o ardor,
correr até as montanhas livremente.
Sentir do fogo vermelho todo o calor
que palpita o coração ativamente.
Quero sentir a terra sob os meus pés
e cantar bravamente com tuas espadas.
Quero tomar um banho de vermelho
e sentir minha aventura ser abençoada.
Por que uma cor reúne ódio e paixão?
Quero o seu ímpeto, mas sem exageros,
não quero agressividade e sim benfazejo.
Diluindo o vermelho no branco, há o cortejo.
Ao mergulhar o vermelho no branco,
nuvens de paz criam o cor-de-rosa.
E, assim, nasce uma cor bem formosa
que será feminina e vigorosa.
Dentro dos homens, há trovões
que fazem vibrar os seus corações.
O azul irá acalmar os meninos,
pois é a cor do mais sereno paraíso.
Vestiremos, então, as meninas de rosa
para serem equilibradas e mais vigorosas.
Vestiremos, então, os meninos de azul
para equilibrarem seu fogo na luz.
E, assim, o azul será como a água
que apagará o excesso de chama masculina.
E o rosa será a lembrança do fogo
que aquecerá com bravura as meninas.
Trocaremos as nossas cores logo ao nascer
em busca do mais perfeito equilíbrio.
Você me emprestará o calor do sol
e eu te doarei a serenidade do frio.
Nesta eterna dança mística,
o azul e o rosa são apenas sinais.
Cortando os excessos, equilibramos a vida
e tingimos com novas cores essa poesia.
La naissance du bleu et du rose
arrivé dans les temps mystiques.
Asseyez-vou près du feu
et laissez l'etang lire la poésia.
O nascimento do azul e do rosa
aconteceu em tempos místicos.
Sente-se perto da fogueira
e deixe a lagoa ler a poesia.
Poesia escrita por Tatyana Casarino.
**Curiosidade: No filme "A Bela Adormecida", há uma briga entre as fadas que cuidam de Aurora: uma fada quer que o vestido de Aurora seja azul enquanto a outra almeja que ele seja rosa. Certamente, tratava-se de uma dúvida dentre os criadores do filme acerca de qual seria a cor mais adequada para o vestido da princesa, e eles resolveram expor de forma lúdica tal conflito.
Nota-se, no entanto, que Aurora usa azul enquanto dorme, indicando a qualidade lunar e introspectiva do azul. Assim que Aurora desperta e começa a dançar com o príncipe, seu vestido azul é transformado em vestido rosa devido à vitalidade readquirida.
Desse modo, o azul seria feminino, introspectivo e Yin enquanto o rosa seria masculino, extrovertido e Yang. Nesse Conto de Fadas, o uso do cor-de-rosa em a Bela Adormecida estimula o seu despertar, o seu poder e a sua vitalidade.
O vermelho vivo usado pelo príncipe remete ao elemento fogo e ao arquétipo masculino enquanto o vestido azul de Aurora traz a sensação de feminilidade e sensibilidade.
Durante todo o baile de Bela Adormecida, as fadas ficam brigando e alterando de forma mágica a cor do vestido da princesa enquanto ela dança. Sendo assim, a cena fica belíssima, pois o vestido alterna entre o rosa e o azul durante toda a dança.
Confiram o vídeo da cena final do Conto de Fadas citado (Contos de Fadas são muito ricos de simbologia):
Postagem escrita por Tatyana Casarino.
Tatyana Casarino é Especialista em Direito Constitucional, Advogada e Poetisa. Taty estuda Astrologia, Tarô, Misticismo e Simbolismo há muito tempo, bem como faz análises místicas dos Contos de Fadas.
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De Sacerdotisa à Guerreira:
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