O caderno digital de Tatyana Casarino. Aqui você encontrará textos e poesias repletos de profundidade com delicadeza.









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sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

Antes do amor ser coroado




O sol de julho é luz
que aquece o pior frio.
Seus raios são sua cura
que formam o anel e a cruz.

Como um bebê que respira
depois de tanto tempo no útero,
assim é a estrela-guia de julho
repleta de doçuras translúcidas.

A tua mãe sente as asas da paixão,
tu sabes que isto chegou da redenção.
É o teu anjo que canta em voz alta
como uma criança faceira e formosa.

Nas asas de julho, tudo é cor,
porque o amor olhou para julho
e ali fez encarnar o teu futuro.
Pura dor aguarda tua alma.

Pura dor aguarda a alma que do amor,
é o bebê que nasceu e logo chorou.
Chorou, porque respirou as estrelas
e o impacto delas acertou as tuas veias.

Chorou, porque a empatia 
parece um veneno nos teus lábios.
O amor tem má fama agora,
tudo é culpa do frio que foi embora.

Lembra de correr um pouco
antes do novo entardecer.
Cai a chuva sobre o luto
e o sol faz nascer um novo ser. 

O sol de julho é puro amor e luz
que aqueceu a pior dor e o pior frio.
Seus raios são a sua maior cura
que formam o mar e o rio.

O anel é a aliança da dança
que o louco terá de aprender.
A cruz é o dever do cristão
que dentro do amor irá morrer.

O mar é o lar das sereias 
que será navegado pelo teu ser.
O rio é a conduta da jornada
que faz a esperança renascer.

Eu vi uma mulher nua 
que derramava água no rio.
Ajoelhada, seus cabelos negros uivavam
sob a estrela e a prateada lua.

Eu vi lobos uivando para a lua
e um caranguejo cambaleando.
Vi os raios destruindo as torres
e os reis confessando seus amores.

Mas, agora tudo é puro outra vez,
eis que vejo o menino sobre o cavalo.
O menino sorri com inocência
e o cavalo branco traz altivez.

Tudo é puro e amoroso de novo,
eis que o sol nasceu outra vez.
O sol de julho venceu o inverno,
pois o amor foi coroado como rei. 

Poesia escrita por Tatyana Casarino. 


                     



      **Essa poesia mística foi inspirada nos Arcanos do Tarô, especialmente nos seguintes Arcanos: O Louco (XXII), A Lua (XVIII), A Estrela (XVII) e O Sol (XIX). O Tarô representa a jornada do ser humano repleta de obstáculos, testes evolutivos, virtudes e vícios. 
    Sendo assim, a poesia destaca a vitória da luz sobre os obstáculos da jornada. O sol sempre volta a brilhar e, através da redenção, a alma recebe o perdão pelos seus pecados e uma nova pureza. É preciso salientar que, além do tarô, a astrologia inspirou a poesia, já que o mês de julho foi citado por ser o mês típico do signo de câncer. 
      O signo de câncer é receptivo, empático, sensível e impressionável, pois capta as energias dos ambientes e sente a grandeza dos sentimentos em seu ser. Portanto, a dor na alma (a angústia) será inevitável para o canceriano, mas ele poderá se salvar caso aprenda a dançar conforme a sabedoria da jornada. 
       
                               



       Curiosamente, a lua é regente do signo de câncer, o qual também é simbolicamente representado por um caranguejo. Na carta XVIII do Tarô, a lua aparece acompanhada por um caranguejo (pode ser um lagostim também representando os crustáceos) no meio de dois lobos que uivam para ela. A lua do tarô representa o nosso inconsciente e toda a magia psíquica prestes a ser revelada. O sol, por sua vez, é a luz que retornou mais pura, coroando a vitória do herói ou da heroína da jornada com amor, alegria, boas colheitas e contentamento. 


***Observação: Os Arcanos do Tarô que inspiraram a poesia estão representados nas imagens da postagem. 

Tatyana Casarino.



*Tatyana é Especialista em Direito Constitucional, Advogada e Poetisa. 

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