Quem me dera ser de Áries
e tranformar essa lágrima mansa
em raiva, bravura e gana.
Exorciza, Senhor, a tristeza canceriana!
Quem me dera ser de touro
e transformar essa lágrima ácida
em raiva, trabalho e ouro.
Exrociza, Senhor, a tristeza plácida!
Quem me dera ser de Gêmeos
e transformar essa lágrima curiosa
em livros, debates e prosa.
Exorciza, Senhor, a tristeza do meu peito!
Quem me dera ser de leão
e transformar a lágrima desse fado
em show ou em peças de teatro.
Exorciza, Senhor, a tristeza do meu coração!
Quem me dera ser de virgem
e transformar essa lágrima triste
em rotina ou em trabalhos científicos.
Exorciza, Senhor, a tristeza do espírito!
Quem me dera ser de libra
e transformar essa lágrima minha
em equilíbrio, paz e beleza.
Exorciza, Senhor, essa louca tristeza!
Quem me dera ser de escorpião
e transformar a minha lágrima cara
em teimosia, poder e força rara.
Exorciza, Senhor, a tristeza inata!
Quem me dera ser de sagitário
e transformar a minha lágrima farta
em alegria, viagens e farra.
Exorciza, Senhor, a tristeza e o calvário!
Quem me dera ser de capricórnio
e transformar a minha lágrima incompreendida
em trabalho, dinheiro, cotidiano e diretoria.
Exorciza, Senhor, essa tristeza dolorida!
Quem me dera ser de Aquário
e transformar essa lágrima pesada
em filosofia, tecnologia e risada.
Exorciza, Senhor, essa tristeza que tortura!
Quem me dera ser de Peixes
e transformar essa lágrima solitária
em fugas, artes e aventuras.
Exorciza, Senhor, essa tristeza que tortura!
Mas eu sou de câncer
e tenho orgulho dessas lágrimas,
pois só eu posso fazer poesias
onde ninguém mais vê cor e vida.
E, assim, eu vou transformando
lágrimas em doces versos.
O meu coração é o maior do universo,
pois vivi e morri amando.
Eu sou o protetor, o intuitivo, o sensível,
eu sou o gênio, o louco, o incompreendido.
Eu sou o colo materno e a justiça do pai,
eu sou o sábio poeta do zodíaco.
Poesia escrita por Tatyana Casarino
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