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terça-feira, 5 de dezembro de 2017

O poeta do zodíaco





Quem me dera ser de Áries
e tranformar essa lágrima mansa
em raiva, bravura e gana.
Exorciza, Senhor, a tristeza canceriana!

Quem me dera ser de touro
e transformar essa lágrima ácida
em raiva, trabalho e ouro.
Exrociza, Senhor, a tristeza plácida!

Quem me dera ser de Gêmeos
e transformar essa lágrima curiosa
em livros, debates e prosa.
Exorciza, Senhor, a tristeza do meu peito!

Quem me dera ser de leão
e transformar a lágrima desse fado
em show ou em peças de teatro.
Exorciza, Senhor, a tristeza do meu coração!

Quem me dera ser de virgem
e transformar essa lágrima triste
em rotina ou em trabalhos científicos. 
Exorciza, Senhor,  a tristeza do espírito!

Quem me dera ser de libra
e transformar essa lágrima minha
em equilíbrio, paz e beleza.
Exorciza, Senhor,  essa louca tristeza!

Quem me dera ser de escorpião
e transformar a minha lágrima cara
em teimosia, poder e força rara.
Exorciza, Senhor, a tristeza inata!

Quem me dera ser de sagitário
e transformar a minha lágrima farta
em alegria, viagens e farra.
Exorciza, Senhor,  a tristeza e o calvário!

Quem me dera ser de capricórnio
e transformar a minha lágrima incompreendida
em trabalho, dinheiro, cotidiano e diretoria.
Exorciza, Senhor, essa tristeza dolorida! 

Quem me dera ser de Aquário
e transformar essa lágrima pesada
em filosofia, tecnologia e risada.
Exorciza, Senhor, essa tristeza que tortura!

Quem me dera ser de Peixes
e transformar essa lágrima solitária
em fugas, artes e aventuras.
Exorciza, Senhor, essa tristeza que tortura!

Mas eu sou de câncer
e tenho orgulho dessas lágrimas,
pois só eu posso fazer poesias
onde ninguém mais vê cor e vida.

E, assim, eu vou transformando 
lágrimas em doces versos.
O meu coração é o maior do universo,
pois vivi e morri amando. 

Eu sou o protetor, o intuitivo, o sensível, 
eu sou o gênio, o louco, o incompreendido.
Eu sou o colo materno e a justiça do pai,
eu sou o sábio poeta do zodíaco. 


Poesia escrita por Tatyana Casarino


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