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quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Mulheres que devem ser lembradas - Parte 1


            


     Olá, pessoal! Quem nunca escutou aquela frase machista "Por trás de um grande homem, existe uma grande mulher?" Vocês sabem qual é o problema dessa frase? Ora, a expressão "Por trás!" Que tal falarmos que "ao lado de um grande homem, existe uma grande mulher?"

            

   
      Desde o mito da loira sexy e burra invocado por Hollywood através das personagens de Marylin Monroe (que era uma mulher que gostava de ler, tinha temperamento melancólico por trás de seu sorriso sexy e uma personalidade enigmática e inteligente muito além de sua aparência), as mulheres são famosas por causa da beleza e não por causa da inteligência ou das contribuições sociais. Os homens, no entanto, sempre foram lembrados por sua inteligência, contribuições sociais, atos de heroísmo célebres e ideias geniais. 

                     

     

        Ocorre que as mulheres também são extraordinárias quando se trata de inteligência, contribuições sociais, atos de heroísmo célebres e ideias geniais. Por que não nos lembramos delas nestes campos e requisitos? Ao contrário das críticas feministas, não vejo mal em sermos lembradas pela nossa beleza também e acredito que "sex appeal" não é pecado. Contudo, defendo que sejamos lembradas por tudo: não somente pela beleza, mas pela inteligência e por todas as virtudes que expressamos também. 
     Não é preciso ofuscar qualidades (a beleza, o charme e a feminilidade) para que outras virtudes como a inteligência e a criatividade possam aparecer. Queira ou não queira a mulher sempre será o sexo da beleza, já que somos abençoadas por Vênus (e eu não vejo mal algum nisso, pois não invejo a feiura e o jeito mais grosseiro e desajeitado do sexo masculino, hehehe). 
     O feminismo se perde quando ataca o feminino (um suicídio ideológico, ao meu ver), diz que ele é uma "construção social" e parece advogar em prol da revolta, da baderna e da "masculinização" das mulheres ao invés de defendê-las como elas merecem. 
      Sendo assim, o feminismo chama a atenção da sociedade de maneira negativa e acaba provocando mais conflitos (muitas vezes, desnecessários) ao invés de protestar pelo que realmente importa: respeito pelas mulheres e pela memória de mulheres que foram importantes. 

                        

     

        Quanto mais gritamos, menos somos ouvidas. É com respeito e elegância que podemos expressar as nossas ideias. Como protestar por respeito adotando atitudes desrespeitosas como sair por aí gritando na frente de padres, pichando igrejas e mostrando os peitos na rua? Não seria um contrassenso? 
       Eu sempre fui ensinada a melhorar os meus argumentos e não a gritar para ser ouvida. Por que não usamos toda a elegância venusiana que possuímos para "seduzirmos" mentalmente as pessoal em prol de nossas ideias? O nosso poder de sedução não se limita ao corpo (embora o sex appeal não seja pecado, repito), mas se manifesta em nossa mente também. Sedução mental e verbal: eis a arte da diplomacia e da persuasão, a qual é mil vezes mais eficaz que qualquer protesto vil. 
       O problema da falta de reconhecimento da mulher nunca foi e nunca será a sua feminilidade, mas a imaturidade da sociedade. E nós nunca construiremos uma sociedade mais madura através de protestos infantis. Ao invés de atacar o sex appeal, a feminilidade e o charme (características muito mais positivas do que negativas, ao meu ver), por que não lutamos para o destaque de nossa inteligência também? 
      Perder tempo atacando a beleza feminina e a "construção social" do feminino não vai levar a lugar algum, mas será satisfatória a promoção de outras qualidades (inteligência, criatividade e coragem) e a lembrança dessas. Não podemos nos limitar à beleza e ao charme, mas atacar estes elementos não é uma atitude sensata. Tudo o que temos de fazer é promover outros elementos para nos tornamos figuras maiores diante dos olhos da sociedade. Que tal promovermos a inteligência e destacarmos a criatividade e a personalidade das mulheres? 
     Afinal de contas, podemos ser belas e inteligentes também. Salienta-se que a repetição da expressão "também" é proposital no meu texto para deixar bem claro que várias virtudes podem estar na mulher -- sem que uma virtude necessite ofuscar a outra. 
               
                         

     

     Chega a ser ridícula a militância contra o feminino e a beleza da mulher hoje em dia quando nos deparamos com uma empresa de maquiagem atacando os elogios como "linda" e "bela" feito às mulheres. Nós usamos maquiagem para ficarmos mais belas sim e seria hipocrisia dizer que uma mulher não gosta de se sentir bonita ou de ser elogiada por sua beleza. 
     Isto prova que, ao invés de protestar por direitos da mulher, o feminismo hoje virou uma militância contra o feminino e talvez seja tão opressor e hipócrita quanto o machismo. Diante de suas abstrações sem sentido efetuadas por mulheres imaturas que lembram "adolescentes choronas", o feminismo hoje é patético e não tem nada a ver com o feminismo "raiz" do passado. Vivemos uma era de "feminismo nutella" que está mais preocupado em eleger candidatos do PSOL e dar palestras sobre a insensata "ideologia de gênero" do que em cuidar dos direitos das mulheres. Hoje o feminismo é militância esquerdista e "massa de manobra" pura e simplesmente.    
      Voltando ao assunto sobre a propaganda de maquiagem atacando os elogios à beleza da mulher, percebemos o ponto ridículo onde a "militância" chegou. Queremos outros elogios também (olha a repetição da expressão "também" aí sendo importante), já que é importante sermos lembradas pela nossa inteligência, criatividade, coragem e demais virtudes. 

                           

       
         Mas, para recebermos outros elogios, não precisamos suprimir elogios como "bela". Podemos continuar chamando a mulher de "bela" e "princesa" sem nos esquecermos que ela também é inteligente e rainha do próprio reino. Vamos celebrar todas as virtudes e elogios que as mulheres merecem: desde bela até genial.   
        E, por falar da importância em celebrar as virtudes das mulheres, eu separei uma lista de mulheres "virtuosas" (talvez elas não fossem tão virtuosas assim, já que tinham defeitos como todo ser humano) que acabaram sendo ofuscadas pelos homens ao lado delas ou subestimadas injustamente pela sociedade e pela mídia ao longo desses anos. 
       Lembrar dessas mulheres amadurece o olhar da sociedade diante da importância delas. Pode ser que nem todas elas sejam "virtuosas" aos olhos de vocês (umas ficaram loucas no meio da vida como veremos nesta e em outras postagens sobre o assunto), mas elas expressavam virtudes sem dúvidas e merecem ser lembradas pela originalidade. A postagem de hoje será a primeira de muitas a respeito de "Mulheres que devem ser lembradas". Então, vamos lá falar das mulheres importantes e que nunca são citadas (nem pelas supostas feministas de hoje)! 

1) Alicia Nash

         


   Alicia Nash era a mulher do matemático John Nash, o autor da célebre "teoria dos jogos". Ela deu suporte a ele nos momentos mais difíceis de sua vida, onde ele lutava contra a esquizofrenia paranoide. Poucos falam de sua carreira, a qual foi ofuscada pela de seu marido. Sabe-se que ela conquistou graduação no M.I.T (uau!) e foi trabalhar na Brookhaven Nuclear Development Corporation como uma física de laboratório. 
  No início da década de 60, ela trabalhou para a RCA como engenheira aeroespacial. Depois, trabalhou em Con Edison como programadora do sistema por longos anos. Ela chegou a trabalhar para o sistema de trânsito de Nova Jersey como programadora de computador e analista de dados além de ser membro de várias sociedades femininas de engenharia. Quando o filme "A Beautiful Mind" sobre a história de seu marido foi lançado, ela estava no cargo de Presidente do Conselho de Associação de Antigos Alunos do M.I.T 
    Alicia Nash tornou-se a porta-voz dos direitos das pessoas portadoras de doenças mentais. Em 2005, recebeu o prêmio Luminário da Brain & Behavior Research Foundation. Ela viajava por todo o seu país para falar dos direitos das pessoas com problemas mentais e, em 2009, encontrou-se com legisladores estaduais de Nova Jersey para discutir como melhorar o sistema de saúde mental desse estado. Em 2012, foi homenageada na Universidade do Texas por seu apoio às pessoas com desordens mentais. 

                  

     
       No filme "Uma Mente Brilhante" (onde retrata a vida de seu marido), ela é interpretada pela bela atriz Jennifer Connely. A atriz interpretou perfeitamente a famosa cena da janela, onde o professor John Nash (ela era aluna dele antes de iniciar o relacionamento) fica tremendamente irritado com o barulho de uma obra que estava sendo construída ao lado da sala de aula. 
        O professor fecha todas as janelas de modo rabugento a fim de abafar o barulho, mas a sala acaba ficando calorenta desse modo. A aluna Alicia se levanta, abre as janelas e pede gentilmente aos obreiros que interrompam o barulho por causa da aula. Com seu sorriso e simpatia, ela convence os obreiros a trabalharem mais tarde naquele local. O professor fica encantado com a diplomacia e "jogo de cintura" dela e diz: "Realmente, sempre há várias soluções diante de um problema." 
         E aí, galera, a diplomacia feminina torna a mulher mais genial do que os homens, não é mesmo? Às vezes, saber se relacionar bem com as pessoas e pedir "por favor" pode ser bem mais genial do que resolver problemas complexos de matemática. 
         Dizem que ela foi a única mulher que mexeu com o coração dele, pois ele era considerado "mais cabeça do que coração" conforme suas professoras antigas. Ele também teve mais disposição para cortejar Alicia do que qualquer outra, porque ele falava frases diretas para as mulheres como "vamos pular logo para a parte do sexo sem que eu fale palavras bonitas" e levava inúmeros tapas na cara antes de conhecê-la, conforme a biografia que deu origem ao filme.  
           Além do mais, tudo indica que uma mulher inspirou a teoria dos jogos, a qual foi criada num momento descontraído enquanto ele estava com os amigos num bar tentando conquistar uma loira (antes de conhecer a Alicia). Mais uma prova de que as mulheres inspiraram as teorias geniais das artes e da ciência. Se os poetas têm as suas musas, os cientistas também têm. Muitas delas não só inspiraram como participaram também, mas os seus nomes não são citados nem como co-autoras... Lamentável! 

                    

           
            Sabe-se que ele "quebrava a cabeça" (metaforicamente e quase literalmente também, tendo em vista que ele bateu a cabeça contra a janela de vidro num ataque nervoso) em busca de uma ideia original. Até que ele resolveu sair com os amigos para tomar uma cervejinha, comer uma pizza e paquerar quando se deparou com uma ideia original em sua mente (é por essas e outras que eu defendo o ócio criativo, minha gente!). 

                        

          
         Nesse momento, ele se deparou com um grupo de mulheres formado por uma loira bonitona e outras mulheres não tão bonitas que eram amigas dela. Todos os seus amigos queriam a loira e, então, ele disse: "Se todos vocês forem cortejar a loira, ela não ficará com nenhum de vocês. Mas se vocês forem cortejar as amigas dela, a loira deixará de ser o centro das atenções e escolherá um de vocês. Ao invés de disputarem a loira de modo egoísta, pensem no bem do coletivo e do que será mais vantajoso para todo mundo. Pensando no bem de você mesmo e no do grupo, haverá mais benefícios e ninguém sairá perdendo. Em suma: não disputem pela loira e todo mundo terá sexo hoje a noite."
             Diz a lenda que o matemático, antes de sair do bar, passou pela loira e falou "obrigado", pois sabia que ela tinha inspirado a sua ideia mais genial. A loira ficou atônita diante do "obrigado" por não saber o porquê da gratidão dele. Olha, minha gente, essa loira deveria ser lembrada também. Quem era essa loira? Qual era o seu nome? É, meus queridos, a teoria dos jogos também pode ser interpretada no âmbito da conquista. 
              Mas o jogo do amor é muito mais difícil. Quando se trata de conquistar uma mulher difícil, os problemas matemáticos mais complexos viram "fichinhas" ou "mamão com açúcar" de tão fáceis. Os amigos dele gostavam das loiras, mas ao que tudo indica ele se sentia atraído pelas morenas charmosas e inteligentes como a Alicia. 

2) Mileva Maric

              


        Mileva Maric foi uma física sérvia, a primeira esposa de Albert Eisnten, com quem teve três filhos: Lieserl Einstein, Hans Albert Einstein e Eduard Einstein. Ela era a filha mais velha de um oficial do Governo do Império Austro-Húngaro e mancava devido a uma luxação na perna que não podia ser corrigida pela medicina na época. 
      Quanto ao papel de Mileva nos trabalhos de Einstein, há muitas controvérsias. Muitos afirmam que ela apenas corrigia os cálculos para ele enquanto outros dizem que ela era a grande fonte das ideias geniais. O livro "Senhora Einstein" traz uma grande "pulga atrás da orelha" para os leitores que ficam cogitando a possibilidade de ela ter sido a autora das teorias atribuídas ao marido. Seria uma simples teoria da conspiração ou quase todos os gênios que a sociedade moderna admira na realidade assinaram ideias e obras de mulheres? Sem dúvidas, haveria um grande choque se isto fosse comprovado!
         Muito embora existam linhas científicas que tentam derrubar a teoria da relatividade, essa teoria ainda representa um dos mais geniais "insights" científicos. Será que o mérito dessa teoria é de Einstein ou de Mileva? Mileva nasceu de uma rica família sérvia em 1875. Desde cedo, ela chamava a atenção pela sua inteligência excepcional ao contrário do garoto avoado e confuso que chegou ao mundo quatro anos depois na Alemanha. 

                        

       
            Albert Einstein sofria de dislexia e, apesar de incríveis raciocínios, era incapaz de compreender simples problemas. Dizem que ele era um aluno mediano ao contrário de Mileva que sempre foi a típica "melhor aluna da classe". Em 1895, Einstein tentou ingressar no Instituto Politécnico de Zurique na Suíça, porém sofreu rejeição. O destino permitiu que ele perseverasse e ele entrou na Instituição no ano seguinte. No mesmo ano, Mileva era a única aluna mulher do prestigioso curso de matemática. Milena tinha fama de boa aluna enquanto Einstein tinha fama de preguiçoso. Ela costumava ajudar Einstein a resolver problemas e teoremas matemáticos.  
           Os matemáticos se admiravam e tal admiração logo virou amor. Einstein nunca escondeu a paixão e a admiração pela melancólica e silenciosa Mileva. O romance, iniciado em 1896, rendeu 54 cartas de amor (na época, não havia messenger do Facebook, Skype ou Whatsapp, minha gente). 
            Ressalta-se que, em 1905, Einstein publicou a primeira versão da Teoria da Relatividade Espacial e o nome de Mileva constava como co-autora. Muito embora seu nome não seja mais citado nas versões posteriores, há cartas trocadas pelo casal em que Einstein falava com a companheira sobre a teoria, referindo-se da seguinte maneira: a "nossa" teoria da relatividade. 
             Muitos diziam que Mileva é a responsável por concretizar as ideias de Einstein e dar uma face mais prática a elas, já que ele era genial em formular abstrações complexas em sua cabeça, mas tinha dificuldade em enfrentar cálculos ou em usar o lápis e o papel para descrever suas ideias. 
             Em uma das cartas trocadas pelo casal, Mileva escreve: "E se o trem fosse mais rápido que a velocidade da luz... o tempo era relativo ao espaço. Não era absoluto." Ela complementava as ideias dele e sugeria muitas outras ideias inovadoras. Será que ela está por trás da Teoria da Relatividade? Pode ser. Por que não?

                               
"Quão feliz e orgulhoso eu estarei quando nós dois tivermos trazido a Teoria da Relatividade à conclusão vitoriosa!" - Einstein para Mileva. 


"Como eu fui capaz de viver sozinho, meu pequeno tudo? Sem você, eu não tenho autoconfiança, nem paixão pelo trabalho, nem prazer de viver. Em suma: Sem você, minha vida é vazia." -Einstein para Mileva. 


           
    Ela pode não ter tido o reconhecimento científico de sua participação na teoria, mas Einstein teve de repassar todo o dinheiro ganho em um possível Prêmio Nobel para ela a partir de uma cláusula no acordo do divórcio. Eis que, em 1921, o Prêmio chega e ela enriquece. Mas não há dinheiro que pague o direito de ter reconhecida a paternidade (ou seria maternidade?) diante de uma obra, invenção ou teoria. 

3) Emmy Noether

               


     E, por falar em Einstein, como eu poderia deixar de citar Emmy Noether, a mulher cujo teorema revolucionou a física? Sabe-se que ela foi chamada de genial pelo próprio Einstein (considerado até hoje como ícone de genialidade). Salienta-se que as mulheres ainda eram proibidas de entrar na universidade quando a alemã Emmy Noether quis estudar matemática. 
      Consoante Einstein, Emmy Noether foi o gênio matemático criativo mais importante que já existiu desde que as mulheres passaram a ter acesso à educação superior. Emmy nasceu em 1882. Max Noether, o seu pai, ensinava Matemática na Universidade de Erlangen na Baviera (Alemanha). Conforme a direção da universidade, "acabaria com toda a ordem acadêmica permitir o acesso a estudantes mulheres" (hahahaha, rindo até o infinito dessa frase machista e ignorante). Que tal? Vejam só este absurdo! Mulher acabaria com a ordem acadêmica por qual motivo? Pela beleza que poderia distrair os alunos? Pela inteligência que faria com que ela fizesse mais sucesso do que os homens?           Todavia, em 1903, Emmy conseguiu ingressar nesta Universidade. Apesar de ser uma das primeiras mulheres a estudar lá, ela não tinha os mesmos direitos que os demais alunos homens. Ela somente poderia participar das aulas como ouvinte e através de autorização expressa de cada professor. Mesmo com todos estes desafios, ela se formou em Matemática quatro anos depois. 

                    

           
            Emmy é considerada a mãe da álgebra moderna e suas teorias de anéis e corpos são geniais e vão muito além da matemática. Ela desenvolveu um teorema (o Teorema de Noether) que é a chave para entender a física das partículas na teoria quântica dos campos. 
            É importante ressaltar que Emmy foi professora, mas enfrentou muito preconceito para dar aulas em uma época tão machista. Ela ensinou em Erlangen por sete anos sem salário. Muitas vezes, ela inclusive substituía o pai nas salas de aula e dava aulas aos alunos dele. Em 1915, o grande matemático alemão David Hilbert decidiu levá-la para a Universidade de Goettingen, porém Emmy não foi bem aceita pelos colegas do departamento de matemática. 
            Na ocasião, um professor indagou: "O que pensarão nossos soldados quando retornarem à universidade e souberem que vão aprender de uma mulher?" Diante dessa indagação, Hilbert deu uma resposta genial: "Não vejo por que o sexo dos professores seja um argumento contra a sua admissão. Somos uma universidade, não uma sauna." Arrasou, hein, Hilbert?! Valeu por defender esta mulher incrível! 
              Que o caso de Emmy sirva de exemplo para alunas e professoras do mundo todo darem valor ao lugar que ocupam em suas Universidades. Muitas têm preguiça de estudar sem saber que as mulheres choravam por não poder estudar no passado. Muitas reclamam de seus alunos sem saber que as mulheres enfrentavam preconceito e desafios imensos para ter a permissão de dar aulas. Por fim, na carta de Einstein sobre a genialidade de Emmy, ele diz: "A Matemática pura é, á sua maneira, a poesia das ideias lógicas." 

  4) Camille Claudel 

                  


      Camille Claudel foi uma escultora francesa nascida em 1864. Ela foi amante do escultor Rodin. Por volta de 1884, Camille começa seus estudos na oficina de Rodin, tornando-se sua inspiração, sua confidente, sua modelo e sua amante. Ela nunca chegou a morar junto de Rodin que relutava em terminar seu relacionamento com Rose Beuret. 
       O seu caso amoroso desagradou a sua família, especialmente a sua mãe que a rejeitava por não ter nascido menino. Após sofrer um aborto em 1892, Camille deixou a sua residência familiar. Seus trabalhos iniciais podem demonstrar influência de Rodin, mas evidenciam características femininas bem peculiares: um forte lirismo e uma imaginação fértil. Enquanto Rodin apresentava linhas mais clássicas e suaves, o temperamento forte, passional e vigorosamente feminino de Camille deixava as suas obras permeadas de linhas expressivas e vigorosas. 
            Por ser uma artista mulher, Camille enfrentava diversos obstáculos em seu tempo como o machismo e o preconceito. Ela não conseguia financiar muitas de suas ideias e, por vezes, dependeu de Rodin para realizar algumas delas em colaboração. Sabe-se inclusive que ele chegou a levar o crédito por obras feitas por Camille Claudel. Muitas vezes, ela foi co-autora e até mesmo a própria autora das ideias das obras de esculturas famosas atribuídas somente a Rodin. 
     
                       

             
                 Ela era dependente de sua família e, após a morte de seu amado pai (que costumava financiar as suas ideias), sua mãe e seu irmão tomaram o controle das finanças, deixando a escultora na miséria. Cabe ressaltar que a artista usava roupas esfarrapadas e vivia de favores. 
               Um fato curioso sobre ela e que pouca gente sabe é o seu envolvimento com o músico francês Debussy. Ele a admirava e a considerava uma grande artista além de admirar as obras dela até a morte. Entretanto, não há certeza se eles foram apenas amigos ou amantes, já que Camille evitava se envolver de modo romântico ou sexual com os homens após a relação traumatizante e conflituosa com Rodin. Outro fato curioso é que o desenhista do príncipe Adam, a Fera da Bela e a Fera, inspirou-se nos traços das esculturas de Rodin para desenhar um dos príncipes mais famosos da Disney. 
                 Após 1905, Camille parece ter desenvolvido um transtorno mental (supostamente esquizofrenia). Ela passou a sabotar a si mesma, destruir as próprias obras e exibir sinais de paranoia. Reclusa em seus estúdios nos últimos anos de vida, ela acusava Rodin de roubar as suas ideias e de armar um complô para assassiná-la. 

                            

Abandono, 1905. Escultura em Mármore. 


                 Será que tudo era fruto da paranoia da doença mental ou havia um fundo de verdade por trás de seu jeito paranoico? Será que o relacionamento abusivo, a opressão social e a falta de reconhecimento foram fatores determinantes para o desenvolvimento de sua doença mental? Eu creio que sim! Que o caso triste de Camille sirva de exemplo para que possamos valorizar a autoria das mulheres em seus trabalhos. 
                    Camille foi uma escultura talentosíssima e brilhante que tinha o mesmo nível de Rodin no que tange à excelência. Todavia, o mundo preferiu falar dela como a assistente e amante louca do grande artista ao invés de ter reconhecido o mérito de sua arte. O reconhecimento de seu talento apenas apareceu décadas depois de sua morte. Que tal reconhecermos os talentos das mulheres enquanto elas ainda estão vivas? 


   5) Hedy Lamarr

                    


      Uma das mulheres mais belas da história do cinema -- e mais inteligentes também. Como foi filosofado no início desta postagem, quem disse que beleza e inteligência não podem andar juntas? Muito embora tivesse nacionalidade americana, Hedy Lamarr nasceu no dia 09 de Novembro de 1914 na Áustria. 
      Vale ressaltar que Hedy Lamarr inventou o sistema que serviu de base para os atuais telefones celulares. Durante a segunda guerra mundial, ela criou um sofisticado aparelho de interferência em rádio para despistar radares nazistas que patenteou em 1940.

                   

      
      Tal ideia surgiu ao lado do compositor George Antheil em frente a um piano. Os dois brincavam de dueto enquanto ela repetia em outra escala as notas que ele tocava. Assim, experimentavam o controle dos instrumentos, inclusive usando uma música escrita para o filme abstrato de Fernand Léger. George e Hedy descobriram que duas pessoas podem conversar entre si mudando o canal de comunicação com frequência, bastando que ocorra de modo simultâneo.
        Sendo assim, a sua mais significativa contribuição tecnológica foi o trabalho em parceria com George Antheil que rendeu não apenas um sistema de comunicações para as Forças Armadas dos Estados Unidos, mas também a base para a atual telefonia celular. 

                    

           
           No início de 1933, estrelou o filme de Gustav Machatý, Êxtase, um filme tcheco feito em Praga, que a deixou famosa por aparecer nua, correndo por entre folhagens, mergulhando em um lago e simulando uma relação sexual com direitos a closes no momento do orgasmo (a primeira atriz a representar o prazer feminino no cinema, já que só os homens poderiam representar o seu prazer nas artes). Sabe-se que ela foi casada seis vezes. Um dos maridos, milionário e ciumento, gastou uma fortuna para readquirir as cópias da película a fim de destruir cada uma delas. 
           Em agosto de 1933, Heddy estava casada com Friedrich Mandl, um vienesene fabricante de armas e 13 anos mais velho do que ela. Em sua autobiografia, Ecstasy and Me, Hedy o descreveu como um homem controlador que a deixava trancada em sua mansão. Ela acompanhou o marido em diversos jantares com a elite nazista, com a qual Mandl tinha contato. Salienta-se que, em 1937, persuadiu Mandl a autorizá-la a usar todas as suas joias em uma festa. Depois, ela o drogou e, com o auxílio de uma empregada, fugiu do país levando as valiosas joias consigo. Hedy Lamarr naturalizou-se norte-americana em 10 de abril de 1953. 

Postagem escrita por Tatyana Casarino

                  

Hedy Lamarr



      E aí gostaram da postagem sobre mulheres importantes que devem ser lembradas? Infelizmente, muitas delas caíram no esquecimento do grande público. Mas, graças à internet, estamos relembrando sobre a vida e a obra dessas mulheres. Pelo visto, compartilhar ideias pode ser mais perigoso e chocante do que enviar "Nudes". 
       Então, guardem sob sete chaves os seus projetos literários, acadêmicos, artísticos ou científicos ante da conclusão deles! É preciso muita confiança em alguém para desnudar a mente. Após a conclusão de seus projetos, mostre ao mundo a sua obra com a sua assinatura e saiba que você tem o direito de ser reconhecida como a autora de cada um de seus projetos. 
        Eu creio firmemente nisso: desnudar a mente é mais revolucionário do que desnudar o corpo. Nesse sentido, que tal as mulheres da nossa sociedade passarem a desnudar mais a mente e menos o corpo? Acho que sex appeal não é pecado. Ao contrário do que as feministas radicais pregam, não acho nada errado em ser feminina, charmosa e gostosa. Só que o mito da gostosa burra criado por Hollywood está com os dias contados. Esse mito criou uma farsa que esconde (propositadamente, ao meu ver) a genialidade das mulheres. Não há nada de errado em ser considerada "gostosa" desde que você seja considerada genial também. ;) 

                   

        
        Há sempre uma mulher inspirando ou participando de uma ideia genial: guardem isso para sempre. Todavia, não achei alguma mulher que tenha influenciado as teorias de Isaac Newton. Dizem que ele não gostava das mulheres (trauma por ter uma mãe não tão boa) e era recluso (azar o dele, não é mesmo?). Mas, certamente a maçã que caiu em sua cabeça quando descansava debaixo de uma árvore (e o inspirou a escrever sobre a Teoria da Gravitação Universal) teve a participação de alguma mulher. Creio que tenha sido o espírito de Eva ou a própria mulher-serpente do paraíso quem lhe ofereceu a genialidade em forma de uma maçã. 


Tatyana Casarino


   Para encerrar a postagem, um vídeo curto da primeira cena de prazer feminino da história do cinema com Hedy Lamarr em Êxtase (ela é puro êxtase como diria a música de Barão Vermelho hehehe). A cena é muito leve, elegante e nada vulgar. Não tem nada a ver com a deselegância e vulgaridade dos filmes, séries e novelas de hoje em dia. Trata-se de uma cena erótica suave e carregada de romantismo (nota-se amor entre o casal). A personagem de Hedy Lamarr deita em seu sofá enquanto recebe carícias do namorado (opa!). Ela amassa o tapete peludo na hora do prazer e coloca a cabeça para trás enquanto o colar de pérolas é visto no chão. No final da cena, ela fuma um cigarro (hahaha, o cinema antigo e o charme do cigarro). Sou contra o fumo, ok? Só que admito que a cena é romântica! 

Confiram no link abaixo: 

            https://www.youtube.com/watch?v=TxntNZyuKvQ
          

     

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