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sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

O desejo do vampiro







Com um colar cravejado de rubis,
ela dança no salão nobre e noturno.
Um pingente de escorpião sobre os seios
cativa o olhar dele e brilha no escuro.

O vampiro caminha misteriosa e lentamente,
seus olhos estão fixados nos olhos dela.
O sangue dela é tão doce e quente,
e ele está apaixonado por ela.

Como não devorar esta donzela?
Como controlar seu desejo ardente?
Ele sente o perfume dela e treme,
assustando a sua amante bela.

Ele caminha em direção a ela,
envolve a sua cintura num instante.
Assim que ele sente o calor dela,
ele sofre, na alma, vil rompante.

Ele ergue uma de suas sobrancelhas
enquanto ela morde os próprios lábios.
Ele sente o desejo dela a pulsar nas veias
quando ela ergue um olhar inocente e obstinado.

Ele acaricia as suas costas vagarosamente,
e ela suspira num ritmo ondular e apaixonado.
Quando ele toca o escorpião com seus lábios,
ela geme ao sentir a pele mais quente.

Ele treme e arranca a joia dela,
deixando o seu pescoço despido.
De olhos fechados, ele exala suspiros
enquanto pedrinhas de rubi beijam o chão.

Ela sai do salão em direção à biblioteca,
deitando-se em um divã de veludo.
Enquanto isso, ele passa na adega
para tomar vinho no silêncio do escuro.

Antes de sentir o corpo dela,
ele precisa sentir o sabor do vinho.
É a única maneira de enganar o seu instinto
para não desejar o sangue da donzela.

Mas, o vinho permanece com o gosto amargo
e não sacia a sua feroz e desesperada sede.
Em sua alma, o cheiro dela é um retrato
que tortura, sob a lua, a sua mente.

Ele deseja o sangue mais doce
e sua alma incontrolável treme.
O vampiro atira a taça de vinho na janela
antes de adentrar a biblioteca silente.

Sob o brilho divino das estrelas e das velas,
o corselete dela é levemente transparante.
Ele sente sua pele macia, doce e bela
e, em seu pescoço, crava os dentes.

Ela geme de prazer, surpresa e dor
enquanto ele suga o seu sangue.
Sentindo o mais intenso ardor,
o êxtase explode em mil cores.

Ele ergue a cabeça em direção ao espelho
e vê o sangue escorrendo dos seus lábios.
Sob o seu corpo, ela sangra de amor e desejo
e logo ele cobre o seu corpo com suaves beijos.

"Perdoe-me, oh! amada princesa,
eu não consegui me controlar.
Seu cheiro é um bálsamo de beleza
cuja doçura entorpece o meu pensar."

"Não me peça perdão, oh! doce vampiro,
eu quero que o meu sangue seja seu!
Nessa noite de amor e suspiro,
tornar-te-ei príncipe, nobre plebeu."

Poesia escrita por Tatyana Casarino




   Muito embora a atmosfera gótica e sensual tenha predominância sobre toda a poesia, a poetisa incluiu símbolos da alquimia e arquétipos nos versos também (tais elementos não poderiam faltar, é claro, hehehe). Os arquétipos/símbolos principais são:






*Escorpião (pingente de escorpião):

*O Escorpião é um animal que remete ao oitavo signo do zodíaco, representando poder, morte, renascimento, luxúria, profundidade, intensidade e o encontro com as verdades doloridas e obscuras da alma.






*Sangue

*O sangue na alquimia é a energia vital onde reside a essência da alma. O fato do vampiro desejar o sangue da princesa também pode ultrapassar o sentido literal de sangue propriamente dito, pois ele almeja a doçura dela em verdade. Como se ela representasse o lado Yin dele e também um complemento para a sua alma. Desse modo, ele deseja ser um só corpo e um só espírito com ela. Logo, além do desejo, há amor, substância, sangue, energia vital e anseio espiritual. Desejar o sangue é como desejar a alma, algo além do corpo e da pele...




*Vampiro

  *Vampiros são criaturas góticas e sombrias que perderam a sua energia vital solar e divina e, por essa razão, necessitam "sugar" as energias vitais dos outros. Desse modo, muitos consideram os vampiros como seres das trevas. Não obstante, a poesia afasta o maniqueísmo e não trata o vampiro como um ser necessariamente ruim. Os nossos ímpetos carnais (luxúria, ira e orgulho) são evidenciados pelos vampiros, os quais podem simbolizar o arquétipo sombrio que toda alma carrega. Tais instintos sombrios precisam ser sublimados através do encontro com o elemento feminino, lunar e intuitivo. Mais uma vez a poetisa retrata a força do amor no exercício do autocontrole emocional.
 Ao amar uma mulher e entregar-se a ela, o homem aprende a domar os seus desejos viscerais. Não é renegando a luxúria ou a ira de forma absoluta que ele atinge o autocontrole, mas aprendendo a "canalizar" tais energias para um propósito elevado de amor. Nenhum ímpeto pode ser sufocado, eis que se revela ainda mais perigoso. Todos os ímpetos necessitam de atenção, cuidado, vigilância e equilíbrio. 
 Desse modo, a princesa transformou o plebeu em um príncipe através do sangue dela, ou seja, transformou o homem em uma criatura de nobreza. Tal "nobreza" do príncipe não é literal... Trata-se da nobreza interior, nobreza de caráter... O papel da mulher é tornar o homem uma criatura nobre. 





*Cálice de vinho

Muitas vezes, o vinho remete ao sangue. No caso da poesia, o vampiro tomava vinho como um substituto do sangue, mas não conseguia encontrar a saciedade. Tal saciedade só foi possível de ser encontrada no sangue da mulher, a qual representa sua "perdição" e também a sua salvação em um paradoxo de vida e paixão. Ela era a única capaz de sublimar a sede dele. Esse simbolismo também faz referência ao Santo Graal, o Cálice Sagrado, muito evocado não somente no cristianismo (sangue de Cristo), mas também nas lendas celtas e nos contos dos templários. No sangue da mulher, ele encontrou a sabedoria e atingiu a iluminação. A mulher é a sacerdotisa do templo, aquele que traz a sabedoria para o mundo.










*Colar de Rubi

 O Rubi é a minha joia predileta. Eu acho o rubi uma das mais belas pedras preciosas, pois ele reflete tons de cores cheios de magnetismo como o vermelho vivo com "pinceladas" rosadas e púrpuras. Tal pedra preciosa também porta inúmeros simbolismos, eis que ela era considerada um emblema de felicidade na antiguidade. Para quem acredita na energia das pedras, os místicos costumam afirmar que o rubi repele a tristeza, resiste ao veneno e desvia maus pensamentos. Sendo assim, ele traz purificação para quem usa, eliminando as toxinas venenosas da alma causadas pelos nossos ímpetos sombrios e pensamentos desequilibrados. Desse modo, o rubi traz força, magnetismo, intensifica a energia vital e traz equilíbrio mental. 
 Na homeopatia e nos tratamentos holísticos, o rubi é utilizado contra hemorragias, razão pela qual a pedra de rubi é invocada como a "pedra do sangue". Portanto, os místicos também acreditam que o a pedra de rubi é boa para o coração, memória, vigor e traz energias favoráveis ao processo de cura para todas as doenças vinculadas ao sangue. Além do mais, a pedra de rubi também está associada ao calor, à paixão, aos enamorados e ao amor verdadeiro. 
    Usado como colar, o Rubi estimula o Chackra laríngeo, o qual está associada à fala e ao discernimento. Como o Rubi representa o coração e o sangue, o colar traria a energia sentimental para a fala. A partir disso, há aquele ditado: "A boca fala aquilo que o coração está cheio." Sendo assim, a pessoa seria abençoada com o poder da comunicação, sabendo expressar com discernimento os seus sentimentos, as suas ideias e as suas convicções através das palavras.
   Curiosamente, o Rubi é a pedra dos comunicadores e de todas as profissões que lidam com a oratória e com a escrita, em especial a advocacia. Portanto, o anel de rubi é o anel clássico do Bacharel em Direito, sendo tradição o estudante receber um anel dessa pedra no dia da sua formatura. Considerado como o "sangue da terra", acredita-se que o Rubi traz vigor, força, honra, poder, amor, sabedoria, vida e discernimento para julgar. Muitos juízes usam anel de Rubi. Os homens costumam usar no dedo mínimo. 





*Curiosidades sobre Rubis:



Eles beneficiam o coração e o sistema circulatório e podem promover a filtração e desintoxicação do corpo. A literatura também sugere Rubis para os olhos.

O Rubi é uma pedra de energia que estimula a motivação e a visualização.

Ele pode ajudar ao usuário a ser mais realista em relação a seus objetivos e mais honestos em suas intenções.

Os Rubis eram considerados pelos hindus como as pedras mais valiosas porque preservavam a saúde do corpo e da mente de quem os usava, removendo pensamentos maus, controlando os desejos amorosos, dissipando os vapores pestilentos e reconciliando disputas.

No Lapidário de Philippe de Valois é dito: “Os livros dizem-nos que o belo, claro e fino Rubi é o senhor das pedras, é a gema das gemas e se sobrepõe a todas as outras pedras em termos de virtude”.

Um tratado do século XIV atribuído a Sir John Mandeville assegura ao fortunado usuário de um brilhante de Rubi que ele viverá em paz e concordará com todos os homens, que nem sua terra nem os seus serão levados para longe, e que ele será preservado de todos os perigos.

A mágica da pedra também guardaria sua casa, suas árvores frutíferas e vinhas dos danos causados pelas tempestades.

Todos esses bons fatos seriam alcançados se o Rubi, colocado num anel, bracelete ou broche fosse usado no lado esquerdo.

Em Burma, os Rubis eram valorizados por sua invulnerabilidade.

Para se chegar a isso, o Rubi deveria ser inserido dentro da carne de modo a tornar-se parte do corpo.

Aqueles que incrustavam Rubis em sua pele acreditavam que se tornavam inatingíveis por quaisquer feridas causadas por lanças, espadas ou revólveres.



Sabe-se que alguns soldados imprudentes passam relativamente sem ferimentos através dos muitos perigos da guerra e portanto é fácil entender como essa superstição muitas vezes parece facilmente verificada.
    
O Rubi é a pedra indicada para aqueles nascidos em julho (pessoas do signo de câncer como eu).

Fonte das curiosidades citadas:


http://significado-das-pedras.blogspot.com.br/2014/04/significado-da-pedra-rubi.html





Texto escrito por Tatyana Casarino. 


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