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sábado, 19 de setembro de 2015

Peripécias de Dionísio



Todos os nossos problemas
foram ateados ao fogo.
Neste outono repleto de lobos,
doce sacrifício faz a fogueira.

Duas bocas que se beijam,
duas mãos que se entrelaçam,
duas narinas que cheiram
as almas que se despedaçam.

A neblina cobre o olhar
que meigo finge ignorar
a bruma que tece o coração:
muitas mentes, muitas almas,
muitas visões e uma união.

Nenhum marinheiro no porto
acenou para a sua flor.
O nosso amor precisou ser morto
para não fazer guerra e dor.

Entre a paz e a paixão,
é preferível a pomba branca.
É sabido que o gozo sem permissão
cheira à morte franca.

Hospícios de corações apaixonados,
doentes do sentir exacerbado.
Doces canções de ninar das fadas
são recitadas em minha morada.

O sol brigou com a lua,
e, por isso, se escondeu.
Se quiser que eu seja tua
é só roubar um beijo meu.

Julieta muito amou o seu Romeu,
mas como a chama ardente era proibida,
vieram a tragédia e muitas lágrimas,
pobre Julieta, moça querida.

Romeu foi moço danado,
bonito e muito sedutor,
que se alimentou de gozo e vinho,
provocando em Julieta uma dor,
porque foi batizado por Dionísio*.

Poesia de Taty Casarino

*Dionísio é o deus do vinho, das festas e do êxtase passional na mitologia grega.


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