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sábado, 19 de setembro de 2015

Sutil teia do destino



Vazio no peito, dor infinita.
É como se o universo gritasse
dentro desta alma minha.

Os tempos voam, os passarinhos voam,
as crianças crescem, os avôs morrem,
os amores ficam tristes, loucos,
e a vida a cda dia se aproxima da morte.

Vejo pessoas sem vida respirando,
vejo pessoas que brilham eternamente,
vejo pessoas que vivem e dançam.

Aproxima-te devagar e diga as tuas verdades.
Os olhos espantados e a sua sina,
os olhos paranoicos de um frade reprimido,
ardendo de desejo por um raio de sol.

A cigana outrora tão alegre é a nova torturada,
não escapou do destino nem ela nem a sua cabra.
O bem e o mal se contentam e dançam
com a teia humana de luz e sombra.

O coração da cigana é uma grande teia,
uma gigante teia que vibra
e hoje cada linha dessa teia dói
e ressoa por toda minh'alma como sinos.

Os sinos anunciam a vida,
os sinos anunciam a morte,
dez baladas em Notre Dame
levam a feiticeira à fogueira.

Carrascos da injustiça
são intrépidos devoradores.
Ciganos que dançam alegremente,
cometem o crime de sorrir.

Os tigres levam as presas à forca,
as águias voam conforme o azul do céu.
A alma da reclusa é um poço sem fundo
cuja fonte d'água produz lágrimas de mãe.

Assim como a cigana conheceu a doçura e a tortura,
a cinza realidade bate em nossas portas,
aprisionando nossas almas em masmorras,
cruzes da terra cuja alma não suporta.

Assim como a mosca é pela aranha devorada,
o ser humano preso na teia do destino
por ele será indubitavelmente devorado.

Oh! Doce teia do destino,
por onde cruzam as tuas veredas?
Não seria o livre-arbítrio o condutor?

Poesia de Taty Casarino inspirada na obra "O Corcunda de Notre Dame" de Victor Hugo

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