O caderno digital de Tatyana Casarino. Aqui você encontrará textos e poesias repletos de profundidade com delicadeza.









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terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Inverno da alma





É o cair da noite
que embriaga minha lua,
torta, cheia, minguante,
alegre, triste, errante.

São as emoções
que me devoram silentes.
É o nosso medo que nos deixa doentes.

Era como se cordas enforcassem minh'alma.
Não quero trancar minh'alma insegura
em uma concha pura de lágrimas.
Chorei debruçada no chão,
alma sangrando e angustiada.

Caíram dos olhos meus,
milhares de doces lágrimas
torturadas pela amargura
de hostis pensamentos.

É o medo de viver
que deixa minh'alma inerte.
Oh! pensamentos insensatos,
por que tenho medo da vida?

Não, eu não vou entregar minh'alma
para o umbral da fraqueza!
A esperança grita dentro de mim
como um riacho de fortaleza.

Há em meu peito um medo rançoso
que escorre em sangue
por entre meu corpo.

Sinto o aroma desagradável
dos traumas apodrecidos do passado.
As velhas correntes apodrecidas
ainda me aprisionam e me machucam.

Eu sinto minh'alma se afogando
num lodo escuro e infinito
de dor, de pranto e de silente grito.

Minh'alma sente frio,
preciso de um manto seguro
para aquecer meu espírito inseguro.

Sinto a neve derretendo
ao tocar no fervor do meu sangue,
sangue de rebeldia angustiada.

Olho para a janela e contemplo,
tudo o que eu vejo é uma selva de pedra.
Será que o mundo será acolhedor?
será que minh'alma curará a dor?

Eu só almejo uma luz
para banhar minh'alma.
Um manto seguro para me secar,
um pilar firme para me segurar.

Minh'alma voa no infinito,
mergulha na escuridão
para conhecer as labaredas
desse tesouro que é o mundo do sentimento.

A melancolia está tomando conta de mim
quando olho para essa brisa sem fim,
que esfria a minh'alma e me arrepia
como a neve que me hipnotiza.
Eis o inverno da alma.

Tatyana Casarino 











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