O caderno digital de Tatyana Casarino. Aqui você encontrará textos e poesias repletos de profundidade com delicadeza.
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sábado, 1 de dezembro de 2012
A outra face da lua
Meu poder é delirante,
arrepio funesto de fogo primaveril.
Nas labaredas da morte,
meu nome é vingança.
Sou a mulher esquecida,
sou a natureza mal-tratada,
sou a lua revoltada,
que agita o mar e os furacões.
Dizem que eu apaguei a luz,
mas não é verdade.
Meus cabelos são de fogo,
vomo meu espírito vivaz.
Eu apenas sou a vingança da luz do luar,
clamando por justiça na escuridão.
Eu apenas sou o poder de escorpião,
esclarecendo a verdade por meio de sangue.
Até quando terei de ser o pecado?
A doçura reprimida gera a amargura,
a mulher esquecida gera a lágrima,
a natureza mal-tratada gera a crueldade.
Instintos reprmidos, quando desgovernados,
fazem florescer as catástrofes mundanas.
Não escondas suas energias sob a falsa santidade,
a picada de escorpião é inevitável,
e todos estão marcados.
Sou a irmã da lua doce
que brilha bela no noturno.
As lágrimas de minha irmã pura e passiva
me fazem ser ainda mais vingativa.
A mulher tem mais poder
que toda a Terra unida.
Minha face se esconde
na escuridão do universo.
Minha irmã brilha entre as estrelas
enquanto eu sou beijada por um escorpião.
O poder leva à loucura,
o poder leva à loucura.
Despida, caminho nas sombras.
Minha alma seduz a noite
enquanto o vento do delírio me açoita.
Tatyana Casarino
Poema inspirado no mito da lua negra,uma espécie de "irmã" da lua, o princípio feminino revoltado e sedento de poder, que pode ser perigoso e sombrio quando desconhecido ou reprimido.
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