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domingo, 16 de setembro de 2012

As Cores Da Alma


"A infância não vai do nascimento até certa idade, e a certa altura a criança está crescida, deixando de lado as coisas de criança.
A infância é o reino onde ninguém morre."
Edna Sr. Vincente Millay


As Cores Da Alma

Uma criança pura,
sensível e deslocada.
Todas aquelas risadas sarcásticas
apontavam para ela.

Ela jamais esquecera do livro,
mas fora castigada por isso,
colocada em um canto da sala
distante de outras crianças.

Pensou, desde então,
que havia algo de errado com ela
e que ninguém era confiável,
exceto os livros e os serafins reais.

Enclausurada dentro de si mesma,
ela permaneceu e viveu
em um mundo só seu.
Passou a criar histórias
para nutrir sua alma.

A hostilidade real
a fazia chorar sem motivo,
insegura, desprotegida,
e com medo das sombras.

A menina desconfiava
de todas as risadas
e de todos os apontamentos.
Ela caminhava no fio da navalha
de uma mente um pouco insensata
e feriu seus pés.

Decidiu esconder-se para viver
sem tormentos de possíveis apontamentos.
Tinha medo de expressar a alma,
então se enclausurava.

Eis que um belo dia surge,
e ela vê sua alma no espelho:
era tão bela e colorida
que fez sorrir sua autoestima,
outrora deprimida.

O desejo de colorir a vida dos outros,
pintando a sociedade de lilás,
decepou seu medo fugaz.
Então, mostrou suas veradeiras cores
na frente de todos sem tantos temores.

O mundo está tão cinza,
e sua alma tão cheia de cores,
por que não trabalhar
por dias mais coloridos?

A criança cresceu feliz,
colocou os sapatos da sanidade
e caminha rumo à felicidade,
porém seus pés ainda estão feridos
pelo fio da navalha insensata.

Tatyana Casarino

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