O caderno digital de Tatyana Casarino. Aqui você encontrará textos e poesias repletos de profundidade com delicadeza.
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sábado, 15 de setembro de 2012
Doce insanidade
Doce insanidade
Essa curiosidade mórbida
levou-me a uma biblioteca amaldiçoada,
e, se a curiosidade mata,
do fim, eu estive perto.
Deparei-me com monstros e serafins,
lutei contra minotauros vis,
descobri potenciais ocultos:
um iluminado, outro obscuro.
Fiquei insegura diante das trevas,
será que o meu lugar é na luz?
Será que eu mereço a luz?
Havia monstros sabotando os caminhos,
e atormentando minha mente,
a rainha deles era a insegurança.
Cadê minha confiança outrora destemida?
Perdida naquela vila sombria
cheia de carrascos insanos.
Os meus próprios monstros
queriam me açoitar,
então fugi, corri, fugi
com dor no coração,
ansiedade e desespero.
Um tormento descomunal,uma dor atroz,
pequenas coisas eram grandes gatilhos
de angústia e melancolia.
Alguns monstros alimentavam-se de dor,
medo, angústia e culpa.
Queriam que eu fizesse loucuras
só para alimentá-los.
Iludiam-me, prometiam-me o topo,
mas levavam-me ao fundo do poço.
Faziam-me pensar em atos insanos
e nas vilas das trevas.
Eu quis entender por que a sombra existe
e fiquei demasiadamente triste.
Para entender a sombra,
experimentei uma dose de empatia.
Oh! Quanta agonia,
oh! quanta agonia!
A dor da insegurança
é a saudade da confiança
e o desejo de ser puro.
O outro lado da luz
é a sombra.
A sombra só existe,
porque a luz existe.
Todos querem o poder,
mas só Deus pode personificá-lo.
Todos querem luz,
mesmo sem saber.
A noite tem inveja
da capacidade do sol de iluminá-la.
A noite quer matar o sol,
para ter poder eterno.
Mas, a noite tem de ser humilde,
ela tem de saber que seu lugar
está entre o crepúsculo e a aurora.
Cada um tem de amar sua função,
e ser feliz sem grande poder.
O poder não está em grandes atos
de insanidade ou heroísmo.
O poder está na semente do lírio
que faz brotar a flor,
e nas pequenas delicadezas da luz.
O poder em excesso gera impotência,
oh! paradoxo de dor.
Só o equilíbrio pode ser seguro,
os opostos extremos são iguais demais.
O paraíso não está na ausência de sombra,
mas em algum lugar são entre ela e a luz.
E a sanidade não é a falta de loucura,
mas reside no gerenciamento desta
com esquadros e compassos.
Fugindo dos meus monstros
pela floresta sombria,
eu encontrei, finalmente,
o meu esquadro e o meu compasso.
E, nenhum monstro será capaz de me açoitar,
pois a segurança é tudo o que conheço
nesse ponto de equilíbio e sanidade,
gerencio minha doce insanidade.
Tatyana Casarino
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