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quarta-feira, 22 de agosto de 2012

No paraíso(?)

                                             
                                                VÍDEO-POEMA



No paraíso(?)

Oh! Como é divina a tua mão

tecendo o meu corpo desvelado,

sobre flores no chão,

sob um céu estrelado.


Meu corpo fala, tua alma ouve,

um sussurro agora é declarar paixão.

Todas essas flores são estrelas,

e todos esses carinhos

Transbordam de meu coração.


Teu perfume lembrar-se-á do meu.

E, no meu corpo, estão gravadas eternamente

as digitais de teus dedos.

E, na minh’alma, resguardo docemente

retratos de teus sentimentos.


Como era doce o desbravar da existência,

naquele paraíso de sorrisos eternos,

onde tu foste o rei mais belo.


Agora, onde estão as utopias?

Paraíso: utopia distante.

Eis que a nostalgia urge bela:

saudade da ignorância donzela!


Oh! Conhecimento, foste tu que corrompeste

minha virginal ignorância inocente.

Então, tu me fizeste o que sou:

rainha e escrava.


Rainha do aprender,

escrava do saber.

Tudo o que tu me ensinaste

aprisiona-me e liberta-me.


Libertaste minh’alma da caverna platônica,

E aprisionaste meu coração no mundo real.

Se o ônus da inteligência é a loucura,

quero um dia de virginal inocência pura.

Quero um dia ter um amor puro, lírico,

transcendental e real.


Quero também uma ilusão, um só devaneio

para alegrar minh’alma nesse instante.

Quero sair desse peso,

Queria que meu coração fosse uma pluma.

Queria ser uma flor sem dor.


 Tatyana A.F Casarino

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