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domingo, 12 de agosto de 2012

É tempo de acordar

Nós te rogamos,
oh! realidade imperfeita
para ser a nova eleita
de vida translúcida.

Talvez nós vivêssemos
num mar de ilusões
que parecia ser feito de rosas.
Mas, hoje percebo, na vida,
uma realidade bem mais formosa.

Quantas artes eu desenhei em versos...
...toneladas de pensamentos e utopias
jorradas em doces divagações e filososfias,
foram-se séculos vividos só em poesias.

Perdemos o equilíbrio
quando caímos nas armadilhas da mente,
oh! loucura, ah! poesia, estamos dementes
nos teus delírios orgulhosos de arrepios d'alma.

Sim, nós vivemos imaginações
enquanto respirávamos loucuras,
são as visões de arte que nós construímos
para fugir, fugir da limitação da Terra.
Quisemos voar alto demais e caímos
em teus prados em prantos e em pedaços.

Todos os outros nascem para viver de realidade
e aprendem a filosofar só quando ficam velhos.
Não obstante, nós nascemos crianças velhas
cheias de arte lúdica e filosofia pura.
Agora, temos de aprender a viver de algo menos étereo,
de algo menos eterno, mais mortal e concreto.

Abandonar-te-ei jamais, oh! arte doce de minh'alma!
Mas, agora é o tempo de viver junto à minha realidade
que é tão linda quanto teus versos doces de amor.
Pode ser que, na vida, nem tudo seja flor,
contudo, quero dançar conforme a realidade
antes que eu seja a bailarina proscrita da verdade.

Tua intensidade pode levar à insanidade, sonho poético.
Tu repugnavas o superficial como se fosse uma doença perigosa,
mas talvez a realidade não seja tão fútil como tu disseste a mim.
Hoje, eu vejo que o equilíbrio é bálsamo para alma,
enquanto teu ardor frenético é loucura pura sem razão alguma.

Meus devaneios doces serão transmutados em versos,
a literatura será a minha eterna companheira
o meu refúgio, o meu recanto, para as inspirações da lua cheia.

Mas, a realidade será vivida sob a luz do sol
enquanto eu estiver viva nesse corpo de menina.
Não se vive só para sonhar, também se vive por viver.
Eis que o equilíbrio está em algum lugar entre o sonho e a Terra.

Cadê esse lugar? Onde está?
Entre o vale da utopia e a esqiuna da realidade.
Sei que vou achar esse lugar entre nuvens e morros,
no alto de tantos tesouros, encontrarei a vida.

Mesmo acordada, eu sonhava.
Era como se eu vivesse a dormir...
...Mas hoje percebo que abrir os olhos
pode ser bom para mim.

A realidade também tem sua beleza
mesmo que não seja perfeita como um sonho.
No entanto, é tempo de abrir os olhos
de uma vez por todas.
É tempo de acordar,
é tempo de viver.

Tatyana Casarino






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