Eleva minh'alma
as doces verdades de Faetonte.
Narciso era o orgulho
que se perdeu na fonte.
Meu minotauro silencia
as moradas de tuas ninfas.
Onde vão os versos meus?
Vão fazer rir a Monalisa?
Creio que um raio de Deus
quando atinge o horizonte
faz tremer a terra,
faz cair o Faetonte.
Ah! Sinto-me como o Teseu
faminto por liberdade,
perdido no labirinto
da mente obscura.
Cadê o minotauro confuso
que quer devorar os sonhos?
És tu, Teseu belo,
mais forte que o feroz castelo
de sombras da mente?
Quão doente são os sonhos
que atormentam a liberdade?
Querem eles o poder sombrio?
Oh! Loucura, oh! sanidade,
até quando se terá fraternidade?
Uma criança velha e faceira
que brinca de ser grande,
há lágrimas de pérolas
caindo em cascatas no horinzonte.
A flor quer florescer
e espalhar sementes,
nutridos os sonhos do ser,
desejo ardente!
Inconsciente, são os teus frutos doces?
Ou são teus os frutos doentes?
A doçura da tua voz
sussurrando essa poesia
não é a mesma de quando
tu queres ser algoz.
A tua árvore é vasta,
há frutas e lágrimas
perdidas no horizonte
do carro de Faetonte.
Governarei os campos da mente,
destronarei o rei do inconsciente,
serei rainha das flores doces
e das sementes.
Taty Casarino
*Poema com referência à mitologia grega e à psicologia.
O inconsciente é fascinante pela forma com a qual nos fornece inspiração, imaginação, romantismo e criatividade. No entanto, é perigoso deixar as rédeas de nossa mente em suas mãos, tendo em vista que sua obscuridade e seus recantos obscuros e isentos de sanidade podem confundir a nossa alma.
É necessário um justo equilíbrio entre a clareza de nosso consciente e a imaginação de nosso inconsciente em prol de nossa harmonia e felicidade.
Para quem gosta do mito de Faetonte e de poemas com referências mitológicas, sugiro um dos meus poemas prediletos cujo título é "(Des)Governada". Inspirei-me em mitologia, psicologia e sociologia para escrevê-lo.
Para conferir, clique no seguinte link: http://www.tatycasarino.blogspot.com.br/2012/01/desgovernada.html