Era uma vez uma princesa
que morava isolada na floresta.
Ela dançou numa noite de primavera
e passou a participar de um grupo sagrado.
Pediram para ela servir o ouro dos deuses,
mas ela não se sentia a princesa mais digna.
Uma fada da lua só conhece a prata e a alma,
não conhece a etiqueta nem as regras da mata.
Ela aceitou o convite com alegria e leveza,
sem pensar na sua origem de noturna beleza.
Ela acreditava nas estrelas mais puras,
e, da noite, era a suprema herdeira.
Foi ela que formou a lua no céu
e cada pedra mística na estrada.
Mas, ela era apaixonada pelo sol,
pela sua luz pura, perfeita e imaculada.
Certa noite, em volta da fogueira,
ela viu o grupo brigar com o fogo.
Silenciosa, ela não entrou na briga,
pois já tinha a postura de sacerdotisa.
Eles lavavam as frutas e as mãos,
mas não purificavam o coração.
Eram soberbos, bélicos e puritanos,
não sabiam nada sobre a lua em prantos.
Ela saiu a correr pela noite sem lua,
sem servir o banquete dos deuses.
Entrando na floresta mais escura,
viu a sua alma mais pura que a deles.
Há tantas tristezas no coração
como estrelas perdidas pela noite.
Ela é uma fada sem céu nem clã,
perdida na incerteza do amanhã.
A fada da lua se sente perdida,
pois não se identifica com ninguém.
Nenhum grupo combina com o seu espírito,
porque a sua alma é um oceano de labirintos.
Como um unicórnio na floresta escura,
assim é a doce fada noturna da lua:
criatura bela, rara, excêntrica e deslocada.
Ninguém entende o valor das suas asas.
Ela ama o sagrado,
ela ama o sagrado,
mas se sente sozinha
quando as luzes se apagam.
Eles fingem que são puras luzes,
mas ela conhece a natureza da noite.
Na profundidade noturna do espírito,
há sombra, luxúria, medo e instinto.
O único elfo sincero
mora nas terras do ouro.
Atrás dos campos de trigo,
ele esconde o seu maior tesouro.
Correndo com os cabelos louros,
ele guia a luz do sol dia após dia.
Sem a sombra da noite densa e fria,
quem valorizaria as estrelas da vida?
Se o sagrado, no mundo das fadas,
representa o supremo bem e a paz,
por que há tantas brigas intensas
que apagam, com rivalidade, a beleza?
Ela sonha com a paz perfeita,
uma coroa de ouro e beleza.
Mas, acorda na floresta escura,
dançando entre lágrimas puras.
Mergulhando no profundo abismo,
a noite chora como uma criança
enquanto se despede das estrelas.
Um dia, sol e lua serão uma só realeza.
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