Violetas pálidas
Quando chega o seu espírito,
sinto a presença de violetas.
Tua lânguida aparência é gentileza,
beijando ressentimentos e incertezas.
Teu sucesso é vingança perfumada,
teu espírito é mistério indecifrável.
Doce e sutil vampiro das profundezas,
nascido da lua e morto pela beleza.
Enfeitando de perfumaria distinta
a alquimia dos meus dias,
tu és a poesia escondida na tua mordida,
tu és o beijo das minhas entrelinhas.
Tu és a minha inspiração gótica,
profusa e difusa num mar de rosas.
Tu és o Fantasma da Ópera,
tu és o homem que chora.
Tu amas a minha pele rosada,
assim como as rosas na neve.
Tu amas as minhas lágrimas,
assim como amas o vinho que bebes.
Tu amas beber cada lágrimas
mais do que cada taça de champanhe,
pois a dor sombria é o teu brinde,
e a lágrima tua coroa infame.
No submundo e no mundo elevado,
há cinco coisas em comum:
o não pertencimento, a dor, o lamento,
o talento criativo excêntrico e o cansaço.
Tanto o vampiro que assombra a noite
quanto o anjo disfarçado que arrasta as asas
estão sentindo o peso do mundo
e não se encaixam na energia planetária.
Deixe-me ser teu anjo, oh! Vampiro!
Numa noite de amor e perfume,
sinto a sensação espiritual do teu aroma.
Nada é mais profundo que o nosso espírito.
Eu sinto o sentimento de cada cheiro:
o romantismo da rosa vermelha,
o ardor angélico do incenso
e o mistério místico da violeta.
Na noite da lua cheia,
vou soltar as minhas sombras.
Todas elas são prazeres reprimidos
vestidos de mágoa e vinho tinto.
Venha agradar o meu espírito
que está cansado de tanto agradar.
Hoje ele que será o agraciado,
agradado por violetas na luz do instinto.
Tuas violetas são flores pequenas
cujo lilás desaparece após o roxo.
Elas estão pálidas, pois estão cansadas.
Elas estão perfumadas após serem esmagadas.
Gosto do teu perfume das sombras
feito de gotas de luar e brasas.
Teu hálito da noite é rastro de mordida,
teu brasão lunar é um beijo de despedida.
Poesia gótica escrita por Tatyana Casarino.
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