O caderno digital de Tatyana Casarino. Aqui você encontrará textos e poesias repletos de profundidade com delicadeza.









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sexta-feira, 29 de dezembro de 2023

Violetas pálidas

 Violetas pálidas







Quando chega o seu espírito,

sinto a presença de violetas.

Tua lânguida aparência é gentileza,

beijando ressentimentos e incertezas. 


Teu sucesso é vingança perfumada,

teu espírito é mistério indecifrável.

Doce e sutil vampiro das profundezas,

nascido da lua e morto pela beleza. 


Enfeitando de perfumaria distinta

a alquimia dos meus dias,

tu és a poesia escondida na tua mordida,

tu és o beijo das minhas entrelinhas.


Tu és a minha inspiração gótica,

profusa e difusa num mar de rosas.

Tu és o Fantasma da Ópera,

tu és o homem que chora. 


Tu amas a minha pele rosada,

assim como as rosas na neve.

Tu amas as minhas lágrimas,

assim como amas o vinho que bebes. 


Tu amas beber cada lágrimas

mais do que cada taça de champanhe,

pois a dor sombria é o teu brinde,

e a lágrima tua coroa infame. 


No submundo e no mundo elevado, 

há cinco coisas em comum:

o não pertencimento, a dor, o lamento,

o talento criativo excêntrico e o cansaço. 


Tanto o vampiro que assombra a noite

quanto o anjo disfarçado que arrasta as asas

estão sentindo o peso do mundo

e não se encaixam na energia planetária.  


Deixe-me ser teu anjo, oh! Vampiro!

Numa noite de amor e perfume,

sinto a sensação espiritual do teu aroma. 

Nada é mais profundo que o nosso espírito.


Eu sinto o sentimento de cada cheiro:

o romantismo da rosa vermelha,

o ardor angélico do incenso

e o mistério místico da violeta. 


Na noite da lua cheia,

vou soltar as minhas sombras.

Todas elas são prazeres reprimidos

vestidos de mágoa e vinho tinto.


Venha agradar o meu espírito

que está cansado de tanto agradar.

Hoje ele que será o agraciado,

agradado por violetas na luz do instinto. 


Tuas violetas são flores pequenas 

cujo lilás desaparece após o roxo. 

Elas estão pálidas, pois estão cansadas.

Elas estão perfumadas após serem esmagadas.


Gosto do teu perfume das sombras

feito de gotas de luar e brasas.

Teu hálito da noite é rastro de mordida,

teu brasão lunar é um beijo de despedida.





Poesia gótica escrita por Tatyana Casarino.


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