Maria Antonieta não era
soberba
Por trás de cada mulher
julgada,
existe uma história mal
contada.
Maria Antonieta não era soberba,
mas apenas uma mulher na
realeza.
Uma estrangeira solitária na
França,
vítima de xenofobia e de uma
aliança.
Triste pela falta de carinho
do rei,
ela tinha tudo e não tinha o
absoluto.
Escrava da coroa cravada em
sua cabeça,
entregou os seus pensamentos
ao protocolo
e a sua cabeça para uma cruel e
triste guilhotina.
Tantas humilhações jamais abateriam
uma rainha!
Tediosa pela falta de liberdade
e de autonomia,
ela nunca gostou de, em
excesso, ser servida.
Mesmo com todo ouro, prata e
riquezas,
ela não conseguiria escapar da
tristeza.
A falta de liberdade e de uma
grande paixão
sufocou a sua alma selvagem
desde então.
O excesso de formalidade fria
da França
oprimia a sua personalidade sem esperança.
Julgada como esquisita pelos nobres,
ela se vingou com a sua
elegância excêntrica.
Passou a usar perucas altas e
joias opulentas
para mostrar que ela jamais
perderia a sua essência.
Com sapatinhos delicados e
cheios de laços,
vestidos rodados, moda chique,
jogos e cavalos,
Maria Antonieta não exibia o
seu ouro, mas a identidade!
Era revanche! Era revanche
chique! Não era a sua vaidade!
Vítima da frase do seu
escritor favorito, o Rousseau,
ela nunca mandou dar brioches ao
povo em vez de pão.
Ela não podia salvar a fome e
a sede da raivosa França,
pois também tinha fome de amor
e sede de esperança.
Lendo Rousseau, ela mandou
tudo ir embora!
Refugiando-se em sua doce
fazendinha,
brincava de camponesa ao lado
das ovelhinhas.
No meio da natureza, uma alma
pobre, feliz e selvagem.
Maria Antonieta não era soberba!
Não era soberba!
A sua maior riqueza era uma
menina, a Maria Theresa,
a sua filha querida, que era
mais dela do que da realeza!
Ela não colocava o status acima
da sua real beleza.
Quando Mozart tropeçou no seu palácio,
ela socorreu o músico,
dando-lhe um abraço.
E, diante da morte, não hesitou
em pedir desculpas
quando tropeçou nos pés do seu
próprio carrasco.
Uma mulher soberba não teria
gentilezas,
mas Maria Antonieta era uma
alma gentil.
Na sua última carta antes dos
carrascos,
ela pede perdão pelos seus
pecados.
Que alma nobre a da rainha!
Mesmo perdendo a própria
cabeça,
nunca perdeu a realeza e a
gentileza.
Somente uma alma humilde tem
essa beleza!
Poesia escrita por Tatyana
Casarino.
Tenho paixão pela história da França desde os tempos do colégio. Após assistir ao famoso filme dirigido por Sofia Coppola "Maria Antonieta" cuja vida da rainha da França é interpretada por Kirsten Dunst, resolvi escrever a trajetória dessa personagem histórica em formato de poesia.
Maria Antônia Josefa Joana de Habsburgo-Lorena, foi uma arquiduquesa da Áustria, a esposa do rei Luís XVI e Rainha Consorte da França e Navarra de 1774 até a Revolução Francesa em 1792.
Infelizmente, ela somente é retratada por sua suposta soberba e luxúria. Vítima de um mal-entendido histórico, atribuíram, equivocadamente, a autoria de uma frase infeliz à rainha: "se o povo não tem pão, deem brioches a ele". Esta frase nunca foi dita por ela e era apenas uma expressão irônica e poética dentro de um livro filosófico de Rousseau.
Maria Antonieta foi vítima de xenofobia (aversão ao estrangeiro e preconceito com pessoas de países diferentes) na França por causa da sua origem austríaca. Segundo os relatos históricos, quando ela se casou com o rei Luís XVI, ele demonstrava ser tímido e frio, demorando para consumar o casamento. Ela era julgada pelos nobres franceses por não conseguir ficar grávida de um herdeiro e, apesar da vida de luxo, vivia grandes privações em seus prazeres emocionais.
Revoltada diante do tédio, do preconceito e da falta de prazeres, ela mergulhou na gula e na luxúria para compensar o seu vazio emocional e psicológico. A rainha passou a promover grandes festas, a investir em moda, a comprar grandes bolos e a trair o rei com outros nobres da França.
Toda a sua opulência, em verdade, escondia os seus medos e as suas provações emocionais dentro de uma nobreza fria e estranha. O seu temperamento apaixonado não combinava com o frio protocolo dos franceses.
Quando os seus filhos nasceram, ela ficou mais simples e apegada à natureza. O seu passatempo predileto era interpretar uma camponesa numa pequena fazenda. Certamente, ela foi inspirada por Rousseau, um filósofo famoso que afirmava que o homem é bom por natureza. Conforme o filósofo, o homem nasce bom, mas a sociedade o corrompe.
Maria Antonieta gostava de esquecer do protocolo de vez em quando e libertar a sua essência em momentos de lazer regados por natureza e simplicidade. Apesar do lado opulento e do excesso dos prazeres, ela também sabia ser "espiritualizada" e valorizar o essencial.
Na sua última carta, ela lamentou o fato de não poder conversar com um sacerdote católico e pediu perdão pelos seus pecados, revelando um aspecto piedoso e religioso da sua personalidade. Ela foi guilhotinada em decorrência da Revolução Francesa.
Apesar da fama de infiel em razão dos rumores dos seus casos amorosos, ela não fugiu da Revolução e quis permanecer ao lado do rei até a morte de guilhotina, demonstrando uma lealdade fora do comum.
Tatyana Casarino.
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