Rosa branca e rosa vermelha

Rosa branca e rosa vermelha

 

A rosa branca murcha rápido,

suas pétalas não pertencem ao mundo.

O princípio feminino é tão profundo,

doce, passivo e com sacrifício pouco válido.

 

Rosa branca, rosa branca,

quando você vai enfeitar coroas

num mundo que só aplaude o masculino?

Ser assertivo é sempre melhor que ser divino?

 

O feminino, na pura essência,

é abnegado como a Grande Mãe.

Um oceano de misericórdia divina,

uma noite estrelada de poesias.

 

Eles dizem que a dama é permissiva,

que nunca sabe ter coragem e dizer “não”,

que só ama quem pode salvar com lágrimas

e que tem um frágil e delicado coração.

 

Mas, quando uma dama olha para os troféus lindos,

tudo o que ela quer é o sucesso de um rei masculino.

Sacrificando a empatia do seu coração como um coelho,

uma dama será uma raposa esperta da vida.

 

Abraçando a rosa vermelha,

eu deixo a rosa branca de lado.

Vestindo a armadura de um guerreiro,

deixo a princesa dormindo no quarto.

 

Se quer sobreviver no mundo

e ganhar os seus masculinos troféus,

mate metade da sua empatia, oh! Alma!

Eis o sacrifício de um terço da alma feminina.

 

Três espadas atravessaram o coração

da antiga dama que nunca dizia “não”.

Abrace a si mesma e cuide do espírito!

A energia da vida merece o seu abrigo!

 

Inspire-se nas boas figuras masculinas

e nos reis mais prósperos que você admira.

Integrando o feminino e o masculino,

o sol e a lua se casam dentro do espírito.

 

Permita-se ser brava como eles,

dizer “não” e lutar pelo que acredita.

Sem deixar de ser feminina e delicada,

a sua alma será uma vitoriosa equilibrista.

 

Poesia escrita por Tatyana Casarino.

   

  Esta é uma poesia mística que fala sobre a alquimia espiritual da alma feminina. Quando uma alma feminina precisa atravessar o mundo material e abandonar a velha inocência permissiva para sobreviver, uma alquimia acontece: o sangue vermelho da coragem toma conta da doçura alva. E a rosa branca vira uma bela rosa vermelha.

  Branca de Neve e Rosa Vermelha é um conto de fadas dos Irmãos Grimm (diferente do conto clássico da Branca de Neve) que retrata a história de duas irmãs que enfrentam várias provações para manter a bondade de coração intacta dentro delas. O livro "Mulheres que correm com os lobos" da Clarissa Estés também traz reflexões sobre as "provações" do processo de amadurecimento e do despertar de uma mulher. 

  Simbolicamente, esse conto expressa a passagem da donzela para a mulher madura, consciente dos seus limites e da necessidade de dizer "não". Tudo em excesso precisa ser cortado para alcançar a plenitude da maturidade, o que abrange até mesmo o sacrifício de parte da empatia. A bondade também precisa de equilíbrio, encontrando a manifestação certa com a sensatez e a sabedoria. 

   O ápice da alquimia é a integração dos princípios feminino e masculino além do equilíbrio entre abnegação e coragem. Quando conseguimos amadurecer e obter um espírito mais assertivo sem perder a generosidade e a doçura, a alma passa a expressar o máximo do equilíbrio e todos os princípios atuam na medida certa dentro de nós. 

   A "desintegração", a ruptura, a separação e o desequilíbrio de partes de nós seriam as fontes dos nossos males psíquicos e espirituais. A música "Snow White and Rose Red" da banda de Rock Blackbriar retrata bem a necessidade de alquimia e equilíbrio da alma. 

Tatyana Casarino. 

Confira o clipe da música citada:

                                 https://www.youtube.com/watch?v=n9iAU3Vsz9Y