Um livro que desperta o monge e o poeta que vivem dentro de nós!
Palavras soltas que se conectam no mesmo fio de raciocínio para conduzir o leitor ao seu interior e acalmar a sua alma -- é assim que vejo o livro. O livro não tem estilo tradicional. Logo, não espere um conteúdo com início, meio e fim. O livro é uma reunião de textos do Allan e da Monja Coen que são intercalados e dialogam entre si.
Por vezes, as poesias do Allan são refletidas pelas ideias da Monja, formando um "mosaico" de beleza poética e filosofia budista em nossas mentes. Allan tem o raciocínio estruturado em versos enquanto a Monja deixa as palavras "voarem" para o infinito das possibilidades poéticas.
Vemos o respeito e o diálogo frutífero entre duas pessoas que compartilham da mesma sabedoria espiritual tão cheia de leveza e simplicidade. Um encontro cheio de luz e admiração mútua que transborda energia positiva em cada página. É um livro para relaxar e ficar mais sábio sem perceber.
Notamos o quanto é importante essa união literária com a Monja para o Allan e o quanto é surpreendente essa realização para ela. Além de reflexões sobre a vida, vemos um pouco da biografia e das lutas dessas pessoas incríveis nas entrelinhas.
Cada capítulo apresenta um tema que abrange poesias e reflexões de Allan seguidas por textos da Monja que combinam com o tema abordado e com as poesias dele. As poesias de Allan são bonitas, autênticas e repletas de trocadilhos inteligentes, assim como as palavras da Monja.
Costumamos pensar que os monges são disciplinados e que os poetas são livres, mas, nesse livro, vi o lado disciplinado do Allan e a essência livre da Monja Coen. É como se houvesse um monge sábio dentro do Allan e uma poetisa excêntrica dentro da Monja. As personalidades se intercalam até que um possa ser transformado no outro diante dos olhos do leitor.
Os assuntos cotidianos, os sentimentos humanos, a força, a coragem e a resiliência de Allan são refletidos sob a ótica espiritualista e budista da Monja, enchendo de emoção o coração do leitor mais sensível e místico.
Por vezes, tive a impressão de que faltava coesão nos textos da Monja, porque ela demonstrava os seus pensamentos "saltitantes" sem dar uma estrutura tradicional para eles. Assim, embora vários pensamentos da Monja combinassem com os temas das poesias do Allan, notei que ela fugiu do conteúdo proposto muitas vezes.
Contudo, longe de críticas, a minha observação sobre o estilo "excêntrico" da Monja nesse caminho literário pretende promover um elogio sincero: a genialidade da Monja estava na fluidez das suas ideias. A espontaneidade da escrita da Monja Coen talvez revele justamente a essência do Zen: a arte de simplesmente observar os pensamentos "saltitantes" e expressar o que está na mente sem necessidade de julgamentos.
Desse modo, em vez de falhas na coesão, encontramos uma conexão intuitiva entre os pensamentos dela e as palavras dele. A espontaneidade literária dos dois formou um encontro livre e repleto de surpresas poéticas.
Se você gosta de espiritualidade e poesia, o livro tocará a sua alma ainda mais profundamente, despertando insights místicos e revelando o monge e o poeta que vivem dentro de você.
Tatyana Casarino.
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