O caderno digital de Tatyana Casarino. Aqui você encontrará textos e poesias repletos de profundidade com delicadeza.









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domingo, 7 de agosto de 2022

Reencontrando a paz que me alimenta




Eu perdi o caminho das tradições

depois de quinze primaveras.

Entrei no porto, saí do ninho,

bati asas em outras religiões. 


Quando bati asas ao leste,

descobri estudos místicos.

Passei a ler sonhos, símbolos,

nas margens do antigo rio Nilo.


Lendo o destino nas cartas,

a personalidade nas estrelas.

Doze anos longe de tão nobre casa,

doze apóstolos defendem a Tua beleza.


Por que tu me chamas de noite?

Por que vejo teu semblante agora?

Tão brilhante em todas as estrelas,

tão brilhante e em nobre beleza.


Caminhando numa tarde qualquer,

o sino de uma igreja, ao longe, tocou.

Tocou tão longe, mas tão perto,

que o meu coração apertou e saltou. 


Na primeira vez que reencontrei a celebração,

reencontrei também o meu alimento, o Teu pão.

Como pude ficar longe do banquete então?

Como pude viver sem paz no coração?


Esse pão espiritual que me alimenta,

esse pão que me sustenta, me sustenta.

Não posso mais pensar em Ti longe de mim,

minh'alma e sua fome espiritual precisam de Ti. 


Seria eu indigna de Ti?

Seria eu a filha pródiga?

Tu me aceitas depois de tudo o que li?

Por que me chamas justamente assim?


Fui para o mundo, desgastei tudo,

me restaram só a dor e o cansaço.

Hoje sei que a caridade sem a Tua vinha

é uma luz ilusória que embriaga a vítima. 


Eu vi Teu rosto por trás do incenso,

rezei para Ti, Tu curaste o meu tormento.

Senti uma paz como nunca senti antes,

senti o Teu amor tão perfeito, nunca errante. 


Por que me chamas de noite

quando olho as estrelas?

Por que me chamas de dia

quando o sol mostra a Tua beleza?


A paz do Senhor invade o interior,

a paz do Senhor domina as estrelas.

A paz do Senhor exala nas flores,

A paz do Senhor é pura beleza. 


Ao meu lado, tem um guerreiro.

Ele entrega a espada no altar,

e eu entrego a minha vida. 

É o Senhor que me ressuscita.


Diante de Ti, entrego a minha bagagem,

o meu passado e toda a minha história.

Hoje eu me alimento, me renovo

dentro do Teu espírito nesta hóstia.


Estive dormindo e muito abatida,

sonolenta como a Bela Adormecida.

Mas, o príncipe do céu me despertou!

Ouvi "Thalita Kum", o espírito ressuscitou. 


Em Ti, eu encontro a paz.

Em Ti, eu encontro o amor.

Reencontrando a paz que me alimenta,

posso afirmar que é o Teu pão que me sustenta. 


Pax Domini e silentium,

Pax Domini e silentium*.

Paz do Senhor e silêncio,

Paz do Senhor e silêncio.


*Tradução do latim para o português:

Pax Domini e silentium - Paz do Senhor e silêncio. 


Poesia escrita por Tatyana Casarino.


      



 Essa é uma poesia religiosa sobre a paz encontrada no recebimento da hóstia consagrada na Igreja Católica. A poesia fala sobre reencontrar o Sacramento da Eucaristia depois de um período afastada da Igreja. 

 Fiquei dos 14 anos aos 26 anos sem frequentar a Igreja semanalmente. Por isso, digo nos versos: "doze anos longe de tão nobre casa". Além disso, quando digo "perdi o caminho das tradições depois de quinze primaveras", me refiro ao tempo que comecei a descobrir outras religiões e estudos místicos aos 15 anos. Desde os 16 anos, escrevo poesias místicas sobre espiritualidade, autoconhecimento, mistério interior, sentimentos sublimes e religiosidade. 

  Essa é uma poesia religiosa sobre ouvir o chamado do Senhor e sentir o Seu abastecimento espiritual em nosso interior como se Ele fosse o alimento do nosso espírito. 

  Nessa poesia, desabafo uma provação espiritual: um grande cansaço psicológico e espiritual que vivenciei. A referência à expressão bíblica "Thalita Kum" é sobre o Evangelho de Marcos (Capítulo 5, Versículo 41), onde Jesus diz "Menina, levanta-te" (Thalita Kum em aramaico) na hora de ressuscitar a filha de Jairo. 


 Tatyana Casarino. 


Um vídeo musical que combina com a poesia:


Enya - Paz Deorum






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