Nossos livros em todas as prateleiras,
mas ninguém nos reconhece na feira.
Nossas histórias em todas as cabeceiras,
mas ninguém reconhece nossa aparência.
Você ganha medalhas literárias,
mas é anônimo ao comprar batatas.
Muitas pessoas admiram a sua mente,
mas não há fãs correndo loucamente.
Nós ganhamos a admiração silenciosa.
Estamos tremendamente escondidos
por trás das telas de computadores,
canetas, lápis, lapiseiras e livros.
Quem é o gênio por trás dos óculos?
Quem é a sábia por trás do vestido?
Quem é o poeta por trás dos versos?
Quem foi que escreveu tudo isso?
Quem é o autor desse livro?
Quem é o louco que imaginou isso?
Somos completos anônimos nisso,
mas profundamente aplaudidos.
Em algum lugar, alguém viu,
alguma vez, alguma foto sua
impressa na orelha de um livro.
Que autor legal! Que autor bonito!
Mas logo sua imagem se perde
na mente do leitor imaginativo.
Ele gravou a sua lenda fantasiosa,
esquecendo-se da sua foto curiosa.
Ninguém sabe quem é você,
mais um cidadão qualquer na fila do pão,
mais um excêntrico que gosta de solidão.
Mas, todos sabem as lendas do seu coração.
Somos anônimos e simples,
vivendo numa redoma doméstica,
repleta de paz, serenidade e família.
Mas, temos o glamour dos poetas.
Somos reservados e discretos,
almas criativas, espíritos belos.
O sucesso dos escritores é perfeito:
somos aplaudidos no silêncio do bom livro.
Nossa criatividade é reconhecida,
mas não há aplausos histéricos.
Somos inteligentes e até mesmo belos,
mas se lembram mais da beleza dos versos.
Todo escritor é introspectivo,
porque carrega bela vida interior,
um espírito imaginativo e metafísico.
Espírito profundo sempre é tímido.
Então, nada melhor que o silêncio
de uma fama tão singela, tão anônima.
Esse paradoxo é o melhor dos mundos:
ser reconhecido sem tantos barulhos.
Poesia escrita por Tatyana Casarino.
*Essa é uma poesia carregada de bom humor que retrata o tipo de fama vivido pelo escritor e pelo poeta.
Quando eu era mais jovem e lia sagas famosas que viravam filmes, eu ficava mais curiosa acerca do autor em vez de ficar fascinada pelos atores como a maioria dos jovens. Quem era a mente por trás do roteiro? Essa pergunta me encantava mais que qualquer beleza ou performance de ator de cinema. Também sempre gostei de "brincar" que estava aplaudindo o autor de um livro quando terminava de ler uma obra agradável.
Quando decidi ser escritora, percebi que o sucesso mais calmo dos escritores é o melhor dos dois mundos: respeita a nossa introspecção necessária para criar sem deixar de promover os "louros" do reconhecimento.
Tatyana Casarino.
Uma música divertida para combinar com a poesia:
*The Best Of Both Worlds - Hannah Montana:
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