Não produza poesia melancólica para sempre! Não seja um poeta "emo" para sempre!
Alerta: A importância da luz e do otimismo na vida e na literatura.
Leia os significados dessas palavras para compreender melhor o texto que será apresentado:
*Emo: Emo ou emocore (inglês: [iːmoʊˈkɔr], de emotional hardcore) é um gênero musical surgido no final da década de 1980 com influências no hardcore punk e post-hardcore, caracterizado pela musicalidade melódica, expressiva e, por vezes, pelas letras emotivas e confessionais.
*Emo também é uma expressão bem-humorada para identificar metaforicamente pessoas melancólicas que expressam um estilo "dark" no comportamento, na vestimenta e na escrita. Um poeta "emo" seria um poeta que escreve poesias dramáticas, tristes, emotivas e confessionais.
*Epifania (do termo do latim tardio epiphanīa, por sua vez do grego ἐπιϕάνεια, de ἐπιϕανής, "visível", derivado de ἐπιϕαίνομαι, "aparecer") é um sentimento que expressa uma súbita sensação de entendimento ou compreensão da essência de algo.
*Epifania é uma sensação filosófica e espiritual da revelação de uma verdade profunda e raramente descoberta ou captada por outras pessoas. É metaforicamente associada ao efeito "Eureka", interjeição que significa "descobri" ou "encontrei". O termo Eureka é associado às descobertas geniais da matemática e da filosofia desde o matemático grego Arquimedes. Quem sente uma "epifania" sabe que descobriu uma verdade existencial e espiritual através de uma intuição profunda obtida pelo despertar espiritual.
Olá, leitores! Hoje, eu vou abordar um assunto que diz respeito tanto ao mundo da alma, o mundo místico, quanto ao mundo literário. Por isso, aproveitarei para postar este conteúdo nos meus 2 Podcasts: no Podcast para jovens escritores ("Literatura em Ação") e no Podcast "Assuntos da Alma" (onde eu trato de assuntos mais místicos) no próximo mês.
O próprio Podcast de escritores não traz apenas um conhecimento técnico. Eu também passo dicas psicológicas para jovens escritores, como, por exemplo, dicas sobre coragem e motivação. E hoje eu vou passar um conteúdo bem diferenciado, otimista, psicológico e motivacional para levantar escritores e poetas melancólicos.
O nome do texto antigo que inspirou a revelação do atual texto é: "Os 33 Mandamentos dos Poetas Melancólicos". Esse antigo texto de minha autoria foi escrito e publicado no meu blogue em 2017 (ano de mudança na minha escrita, pois saí do estilo melancólico e ultrarromântico e passei a produzir poesias mais místicas e alegres).
Fiquei 09 anos produzindo poesias melancólicas (dos 16 anos aos 25 anos) até que tive uma "epifania" (sensação de súbita compreensão sábia acerca da vida), uma revelação espiritual íntima, uma grande intuição de que a escrita deve ser ferramenta de luz e alegria. Compartilho a minha intuição atingida num processo de maturidade pessoal com vocês para ajudar outros poetas melancólicos. Depois dessa epifania, fiquei um tempo sem escrever até que a minha escrita voltou a florescer com mais qualidade, sabedoria e alegria.
Não consigo guardar as minhas "epifanias" somente para mim. Eu gosto de compartilhar as minhas intuições para exercer a generosidade e inspirar outras pessoas. E creio que o máximo da escrita como ferramenta é traduzir epifanias internas em palavras para que todos possam compreender as nossas intuições sábias reveladas.
Tendo em vista que muitos poetas têm a natureza melancólica (temperamento melancólico), eu resolvi inventar alguns "mandamentos" motivacionais para evitar que os poetas caiam em um melancolia deliberada e desnecessária (compartilharei o Link com o texto sobre os mandamentos que todo poeta melancólico deveria seguir no fim deste texto a respeito da minha epifania).
Um pouquinho de melancolia é bom para despertar a nossa sensibilidade e está por trás da nossa criatividade, da nossa inspiração. Tem uma célebre frase que diz: aquilo que é ruim para o seu coração é bom para a sua arte.
A maioria dos artistas possui o temperamento melancólico. Artistas e poetas, em geral, são pessoas introspectivas e melancólicas. Mas, não é recomendável cultivar exageradamente a melancolia com profundidade.
Eu costumo brincar que, no início da descoberta do dom da poesia, todo mundo é um poeta "emo" (risos), gótico e depressivo. Contudo, eis o alerta da minha experiência na vida e na escrita: não seja um poeta emo para sempre. Meu conselho mais valioso é: busque a luz.
É importante que o poeta tente superar os seus sentimentos mais "baixos" como mágoas, melancolias e frustrações. É recomendável que o escritor não viva para descontar somente os seus sentimentos mais obscuros na escrita muito embora a escrita seja uma ferramenta terapêutica no início.
A evolução na literatura ocorre quando o escritor consegue transmutar os seus sentimentos, transcender as suas aspirações e usar a escrita como uma ferramenta de reforma íntima e social. Busque fazer da escrita um valoroso instrumento de transformação, de ascensão, de saída dos sentimentos ruins para os sentimentos bons.
É fascinante quando há uma iluminação. Eu costumo dizer que um bom escritor é aquele que apresenta a sua descida ao "inferno", mas que não deixa de revelar a sua subida para o "céu". Bonito, não é mesmo?
Não fique apenas no "inferno": isso vale para a vida pessoal e para a escrita. O excesso de "densidade" desagrada a maior parte dos leitores, porque o leitor anseia pelo final feliz. Pode parecer clichê, mas o leitor gosta de jornada de superação. O leitor, em geral, gosta de ler sobre a luz do fim do túnel após o abismo.
O leitor ama acompanhar a libertação de um personagem. O leitor gosta de experimentar "redenção" e epifanias ao ler a sua obra. O leitor gosta de sentir que está saindo de um estado obscuro e conhecendo a luz através dos seus personagens.
No início da escrita, muitos escritores ficam somente na atmosfera dos seus "infernos" pessoais e sentimentais. É verdade que o "inferno" (inferno metafórico e não aquele chefiado por um ser de chifres -- risos) pessoal inspira muito -- inspirou até Dante e grandes escritores. O "inferno" inspira, mas não pode ser a nossa única fonte de inspiração. É preciso mais que o obscuro para uma boa escrita. É preciso luz para uma escrita maravilhosa e transformadora!
Como uma escritora mística e mais otimista, hoje passarei para vocês os "33 Mandamentos dos Poetas Melancólicos" ao final desse texto. Quando nós somos jovens e descobrimos o nosso potencial para a escrita, é natural escrever somente poesias tristes no início da carreira. É uma tentação escrever somente poesia melancólica e usar todo o nosso sentimentalismo na escrita, não é mesmo?
Quase todo poeta passa pela fase do ultrarromantismo e experimenta um lado Lord Byron e um lado Baudelaire. Não obstante, é importante sair um pouco dessa esfera puramente "dark" e ir para a luz. A literatura merece luz e a vida pessoal também merece luz.
Podemos ser muito profundos e, ao mesmo tempo, iluminados. Existe uma falsa impressão na sociedade de que o "gênio", o escritor e a pessoa inteligente precisam ser tristes. Existe o falso conceito de que, para ser inteligente e profundo, é preciso ser melancólico.
Existe a crença preconceituosa de que a alegria é superficial. Todavia, a alegria não é superficial, pois é necessária muita profundidade para descer aos infernos, conhecer a melancolia ao fundo e conseguir subir aos céus para respirar uma alegria redentora. A alegria que vem após os estados de melancolia é muito mais profunda e sábia. E eu acredito nesta alegria!
Acredito na alegria profunda. A alegria é mais profunda que a melancolia, pois indica a superação dos nossos instintos orgulhosos, tristes e rancorosos para viver um estado sábio de leveza, amor, perdão e paz espiritual.
É verdade que existe aquela alegria superficial, aquela falsa alegria das máscaras sociais e da hipocrisia. Entretanto, existe a alegria profunda e verdadeira que exala sabedoria. Essa alegria é buscada e desejada inconscientemente pelo escritor mesmo quando ele está melancólico.
O escritor costuma ser uma pessoa de inteligência aguçada que está em busca de certas revelações sábias. O escritor busca a sabedoria além do conhecimento. Nessa busca por sabedoria, percebemos que existe uma sabedoria que não está nos livros: a verdadeira sabedoria está no centro do nosso coração.
E essa sabedoria verdadeira dá felicidade, porque a pessoa fica feliz quando está em conexão com a sua essência e centrada em si mesma. Há felicidade quando a pessoa está centrada na própria luz e na própria sabedoria interior.
Então, caro jovem escritor, não fique somente na melancolia. Não seja um escritor "emo" para sempre. A melancolia pode ser o seu "Start", o seu pontapé na inspiração, o início da sua descoberta na escrita e no universo lírico. Mas, a melancolia não pode ser o seu único motor.
É importante que você saiba alcançar "novos ares" na literatura e na vida pessoal. Sendo assim, não alimente somente músicas tristes. No início da minha jornada literária, eu adorava ouvir "Rock Gótico", "Evanescence" e etc. Adorava ter inspirações em músicas tristes e no universo "dark". Criei até um heterônimo chamado "Cathy Lee" para escrever poesias melancólicas e góticas no passado (risos).
O universo dark pode ser charmoso e legal. Não sou moralista a ponto de desprezar o lado "dark" por completo. De vez em quando, é bom escrever algo mais "dark" desde que tenha consciência e bons propósitos. Mas, esse universo não pode ser a nossa única fonte de referência.
Busque músicas alegres, busque "ares" frescos, fatores iluminados e inspirações mais alegres. É recomendável buscar uma sabedoria mais transcendental. Não fique somente em autores depressivos nem fique alimentando um universo "pesado". O excesso de densidade melancólica faz mal para o seu espírito, para a sua alma e também para a sua escrita.
A densidade melancólica em excesso faz mal para a escrita, pois o escritor não agrada o leitor por muito tempo com essa densidade. O escritor "dark" pode até agradar por algum tempo, especialmente o público mais jovem e "dark". Porém, uma escrita "dark" não se sustenta por muito tempo.
Sabe-se que o leitor gosta de ser motivado não somente por livros de autoajuda, mas principalmente na ficção. Quem busca ficção também busca fantasia, diversão, leveza e distração. Para muitos leitores, já bastam os problemas da vida real.
Para a maioria dos leitores, a literatura precisa ter leveza e luz. É preciso acreditar em uma literatura mais leve e produzir uma literatura mais leve e iluminada. A literatura não precisa ser mais um "peso" de melancolia na vida do leitor. A literatura pode (e deve) incentivar virtudes, principalmente as virtudes de fé, esperança e amor.
Além do mais, é necessário expressar um tabu: nem todo livro é saudável. Cuidado com os livros densos demais! Eu amo a literatura, ler é muito bom e é saudável o mundo cultural. Mas, muitas vezes, pela sua saúde mental e equilíbrio emocional, vale a pena fugir de livros muito densos, complexos e melancólicos que possam confundir a sua cabeça e angustiar o seu coração. Busque leituras mais sábias e edificantes que vão clarear as suas ideias e trazer paz ao seu coração!
Talvez o grande preconceito que existe (ou inveja dos escritores muito formais, elitistas e melancólicos), no mundo da literatura, seja dirigido aos livros com textos mais leves, divertidos e agradáveis. É preciso admitir que tudo o que é leve fará mais sucesso ainda que não tenha tanta formalidade. O que agrada o leitor não é a complexidade ou a formalidade, mas a sensação agradável e a boa energia afetiva que sentiu ao ler uma obra.
É possível passar uma mensagem profunda e fornecer um momento agradável ao leitor ao mesmo tempo -- desde que o escritor atinja um equilíbrio entre intelectualidade e afetividade. Tudo o que é feito com alma e temperado com esperança fará mais sucesso.
Desde que eu passei a expressar mais simplicidade, alegria e esperança nas minhas poesias e no meu conteúdo, eu somente cresci pessoalmente, espiritualmente e profissionalmente.
Meu Canal no YouTube teve um considerável aumento no número de inscritos e o meu blogue tem centenas de leitores. Os gráficos (costumo verificar o número de leitores nas configurações do blogue) apenas expressam bons números desde que eu passei a ter uma escrita mais sábia e alegre.
Eu até escrevo poesias melancólicas de vez em quando. Ainda tenho um viés dark, mas coloco mensagens de esperança até nas minhas poesias tristes. O escritor Mateus Bülow, colunista do blogue e parceiro do Podcast "Literatura em Ação", trouxe uma definição incrível para as minhas novas poesias do estilo "dark": Bittersweet (mistura de amargura e doçura, melancolia e alegria, dentro da escrita).
Creio que esse mistura de sombra e luz seja a evolução da minha escrita e o ingrediente principal do meu crescimento literário. Outro ingrediente fundamental é a estética. Mesmo em poesias melancólicas, eu gosto de usar palavras belas e charmosas e postar imagens belas e agradáveis (imagens repletas de delicadeza sempre acompanham as minhas poesias mais profundas). Acredito muito em charme agradável, estética e leveza como fatores de suavidade, iluminação e qualidade na escrita.
Não passei a escrever poesias alegres com o objetivo de ter mais sucesso, mas com o objetivo de consagrar a minha escrita a Deus e ser leal às epifanias sentidas por mim. Realmente, sinto que tenho uma nobre missão de passar virtudes e iluminação espiritual através da minha escrita. O sucesso somente foi consequência desse despertar espiritual. Descobri que a simplicidade carrega a ternura essencial para o sucesso, porque a leveza agrada o leitor.
Não podemos ter preconceito em relação à simplicidade na literatura, pois a simplicidade é o último grau da sofisticação como dizia Leonardo da Vinci. Muitas vezes, uma literatura mais simples, leve e alegre pode ser a resposta da nossa evolução na escrita.
Eu acredito em uma literatura de paz, de amor, de alegria, de esperança e de sabedoria. Vamos sair, então, do universo puramente "dark" e ascender para a luz! Mesmo na noite mais escura, não podemos deixar de mirar as estrelas. Na escrita, mesmo ao descrever uma noite escura, nunca deixe de descrever a luz das estrelas.
Hoje eu descobri que nós sempre devemos buscar a luz do nosso sol interior, da nossa alegria. Não podemos alimentar melancolias desnecessárias na poesia e na vida. A minha literatura tornou-se mais "solar" (alegre, irradiante e iluminada) consequentemente. Mas, mesmo quando descrevo uma noite escura ou não estou alegre o suficiente para sentir o meu sol interior, gosto de mirar a luz das estrelas.
Sempre admirarei o brilho das estrelas e a beleza da lua mesmo na noite mais escura. Entenda "noite" não somente como a noite da natureza, mas também a melancolia da alma metaforicamente denominada "noite escura da alma" pelos místicos. Como afirmou um escritor certa vez: "Se um dia te roubares o sol, não chores, pois as lágrimas não te deixarão ver as estrelas".
Texto escrito por Tatyana Alcantara Fernandes Casarino. Advogada, Especialista em Direito Constitucional, escritora e poetisa.
*Confira: "Os 33 Mandamentos dos Poetas Melancólicos":
https://tatycasarino.blogspot.com/2017/01/os-33-mandamentos-dos-poetas.html
*Confira a evolução da minha poesia:
*Poesias escritas em 2012 (fantasia e melancolia muito presentes):
https://tatycasarino.blogspot.com/search/label/Poesias%20escritas%20em%202012?max-results=20
*Poesias escritas em 2020 (espiritualidade, amor, esperança e epifanias muito mais presentes):
https://tatycasarino.blogspot.com/search/label/Poesias%20escritas%20em%202020
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