Olá, pessoal! Tendo em vista que a data de hoje comemora a Independência do Brasil, o escritor colaborador Mateus Bülow (colunista de textos com curiosidades históricas) separou curiosidades da História Mundial e fez uma lista com 10 Heróis de Independência pouco conhecidos. Venha conhecer esses heróis conosco ao mergulhar no texto de hoje! Boa leitura!
10 Heróis de Independência pouco conhecidos.
Qual a sua primeira lembrança, quando chega a Semana da Pátria? Os desfiles de Sete de Setembro? Os trabalhos escolares nas cores verde, amarela, azul e branca? Pedro I berrando às margens do Ipiranga? Até os menos patriotas se lembram desses dias, onde quase todos os brasileiros deixam de lado as críticas severas ao país, e puxam do baú da memória os hinos do Brasil e da Independência.
Além da Independência do Brasil, outros processos históricos similares são tratados na escola, como a Revolução Americana e a Independência da América Espanhola, às vezes falando da Independência do Haiti nesse meio tempo. Alguns nomes se sobressaem na miríade dos heróis da liberdade, como George Washington, Simon Bolívar e José de San Martin, enquanto outros são arremessados ao esquecimento.
É impossível conhecer todos os heróis da história do mundo, porém nada impede uma visita ligeira ao passado, em busca de valentes que defenderam seu chão contra invasores e dominadores estrangeiros. Alguns ajudaram a fundar reinos e países novos, enquanto outros lutaram em nome de pátrias já existentes; a posteridade não foi gentil com todos eles, pois muitos foram presos ou executados, e outros não obtiveram sucesso em suas empreitadas, ou não conseguiram passar seu legado adiante.
A presente lista traz dez figuras históricas que se destacaram por unirem pessoas em torno de um objetivo maior: A liberdade de seus respectivos povos. Muitos deles tomaram atitudes controversas, dignas de julgamentos mais duros, porém é inegável a coragem desses homens, muitas vezes obrigados a lutarem contra inimigos mais numerosos e fortes, e com poucos recursos à disposição. Sem mais delongas, em frente!
1-Arminius.
Evento envolvido: Batalha da Floresta de Teutoburgo (IX DC).
Nosso primeiro integrante da lista foi um guerreiro germânico, responsável por definir a fronteira norte do Império Romano, após derrotar três legiões em uma emboscada. Arminius era filho de Segimero, chefe da tribo dos Queruscos; ele foi mandado a Roma durante sua juventude, como refém, e durante esse tempo aprendeu latim e artes da guerra, envolvendo-se com a política romana. Arminius logo percebeu que nunca seria visto pelos romanos como um conterrâneo, o que pode ter contribuído para sua traição a Roma.
Aos vinte e cinco anos, Arminius liderava um destacamento de guerreiros germânicos fiéis a Roma, sob as ordens diretas do general Publius Quintinus Varus. Nessa mesma época, ele fez contatos com diversas tribos germânicas, enquanto preparava sua revolta contra os romanos; foi uma tarefa difícil, pois as rivalidades tribais falavam alto, e apenas cinco tribos se juntaram aos Queruscos.
O ponto alto da campanha de Arminius contra seus antigos mestres ocorreu na Floresta de Teutoburgo, onde os Queruscos emboscaram três legiões romanas, com auxílio de seus aliados. O terreno pantanoso e fechado impedia a formação defensiva com a qual os romanos estavam acostumados, e Publius suicidou-se ante a derrota. A perda de três legiões foi um trauma nacional para os romanos, e o imperador Augustus determinou que nenhuma legião usaria novamente os números XVII, XVIII e XIX.
Arminius venceu os romanos e garantiu a independência das tribos germânicas, porém não teve tempo de aproveitar o triunfo: Líderes germânicos temerosos do poder adquirido por Arminius tramaram seu assassinato, e com sua morte também morreu a frágil união entre as tribos. Os romanos voltariam para a região alguns anos após a morte de seu grande inimigo germânico, porém desistiram de avançar além do Rio Reno, visto por eles como a fronteira entre a civilização e a barbárie.
No século XIX, diversos autores e historiadores alemães resgataram a figura de Arminius, retratando-o como um símbolo de liberdade e união entre os germânicos. Essa exaltação nacionalista atingiria seu ápice com a unificação alemã sob o comando de Otto Von Bismarck e Wilhelm I, mas entraria em declínio após a Segunda Guerra Mundial. Apesar disso, a estátua de Arminius, localizada próxima à Floresta de Teutoburgo, é um dos monumentos mais visitados na Alemanha, até hoje.
2-Yaqub ibn al-Layth al Saffar.
Evento envolvido: Fundação do Império Safárida (867-879).
O segundo personagem da lista foi um ferreiro que libertou a Pérsia de seus suseranos árabes. Yaqub ibn al-Layth al-Saffar nasceu em 840, perto da fronteira atual entre o Irã e o Afeganistão, e pouco se sabe de sua vida pregressa, exceto de sua profissão. Segundo relatos da época, Yaqub “não sorria muito” e nutria especial ódio aos árabes, um sentimento compartilhado por muitos persas desde a conquista islâmica, séculos antes; curiosamente, esse desgosto não impediu Yaqub de se casar com uma mulher de origem árabe.
Na primeira metade do Século IX, a Pérsia se encontrava sob o domínio da Dinastia Taírida, um “estado cliente” do Califado Abássida, o mais forte dos países islâmicos do Oriente Médio. Yaqub e seus irmãos se tornaram milicianos nessa época, dividindo suas profissões regulares com a patrulha da cidade de Sistan. Mais guerreiros se juntariam à guilda, e em 861, Yaqub derrubou o governador de Sistan.
A declaração de guerra contra os Abássidas foi enviada por Yaqub em 867, na forma de uma poesia tradicional persa. O líder rebelde afirmou que vingaria os imperadores Sassânidas derrubados pelos árabes e também salvaria a fé islâmica, que segundo ele foi deturpada pelos califas. Apesar da retórica explosiva, Yaqub demorou a lutar contra os Abássidas, preferindo concentrar esforços nos líderes semi-independentes do Afeganistão.
Apenas em 873 Yaqub e seus seguidores derrubariam o governante Taírida Muhhamad ibn Tahir, o que iniciaria o conflito contra os Abássidas. Ciente de que os fiéis não queriam enfrentar o maior líder espiritual islâmico, Yaqub reforçou a propaganda de guerra, afirmando que sua luta era contra os “bárbaros do deserto” que oprimiam o povo persa. O discurso funcionou entre as classes mais pobres das cidades persas, e alguns poetas comparavam Yaqub com o lendário herói Janshid, outro ferreiro que virou rei.
As batalhas no oeste do Irã e na Mesopotâmia foram difíceis, e após uma derrota em 876, Yaqub decidiu manter o que já possuía em mãos, abandonando o plano de derrubar o Califado Abássida, de uma vez por todas. O Império Safárida se estenderia do atual Irã até o oeste do Paquistão, e Yaqub morreu em 879, sendo sucedido pelo seu irmão, Amir. Outras dinastias turcas e persas sucederiam os Safáridas, mas os árabes nunca mais dominaram o Irã após a passagem meteórica de Yaqub ibn al-Layth al Saffar.
3-Kikuchi Takefusa.
Evento envolvido: Invasões Mongóis ao Japão (1274 e 1281).
Nosso próximo integrante foi um samurai a serviço do Imperador Go-Uda, e que ajudou a repelir duas invasões à sua pátria. Nascido em 1245, Takefusa virou chefe do Clã Kikuchi após o falecimento de seu irmão mais velho, e nesse meio tempo seu irmão Aritaka foi adotado pelo Clã Akahoshi, para firmar uma aliança entre as famílias.
A primeira invasão do Império Mongol ao Japão foi um evento decisivo ao pequeno país: Diversos clãs rivais uniram forças contra o que provavelmente era o maior exército da história, até então. Os mongóis construíram uma frota de 150 navios, levando soldados de diversos cantos do império, além de carregarem armas desconhecidas dos japoneses, como bombas e canhões.
As primeiras batalhas ocorreram nas ilhas de Tsushima, Hirado, Taka e Nokono, com resultados favoráveis aos invasores. A primeira vitória dos defensores ocorreu na baía de Hakata, na ilha de Kyushu, uma das maiores ilhas do Japão. Kikuchi Takefusa se sobressaiu nessa batalha, ao decapitar inúmeros inimigos e acertar uma flechada na testa de um general mongol.
A invasão terminou com o recuo da tropa mongol aos seus navios, seguida de um tufão que destruiu boa parte da armada; os japoneses chamaram o fenômeno de Kamikaze (“Vento Divino”), acreditando se tratar de uma ajuda dos deuses xintoístas. Durante a década seguinte, os japoneses reconstruíram cidades destruídas pelos mongóis, enquanto se preparavam para a inevitável revanche.
A segunda invasão ocorreu em 1281, e a nova frota mongol era ainda maior que a anterior, contando com inúmeros barcos de tripulação chinesa. Os mongóis não conseguiram desembarcar na baía de Hakata e sofreram derrotas em Tsushima, a mesma ilha onde obtiveram a primeira vitória na invasão anterior. Durante a noite, Takefusa liderou ataques noturnos aos navios de guerra mongóis e chineses, aproveitando-se da escuridão e do cansaço dos inimigos após as invasões mal sucedidas.
Outro tufão foi o responsável pela destruição da frota mongol, finalizando a ameaça de uma vez por todas e invertendo o domínio do mar aos japoneses, que agora atacavam cidades portuárias do Império Mongol. Kikuchi Takefusa morreu de uma doença desconhecida, quatro anos após a segunda invasão, e a liderança do clã passou ao seu neto, Kikuchi Tokitaka.
4-Dmitri Donskoy.
Eventos envolvidos: Guerra Lituano-Moscovita (1368-1372) e Batalha de Kulikovo (1380).
Indo agora às estepes russas, encontraremos outro povo que se libertou do domínio mongol sob a liderança de um líder visionário. Dmitri era filho do Knyaz (“príncipe”, ou “duque”) Ivan II de Moscou, considerado um governante pacífico demais por seus súditos. Com nove anos, Dmitri perdeu o pai, e a regência ficou ao encargo de um metropolita (como os ortodoxos chamam seus bispos) chamado Aleksei.
Desde o século XII, diversas cidades-estados eslavas foram submetidas pelos mongóis, e estas eram obrigadas a pagar tributos em peles, cavalos, madeira, âmbar, mel. O poder dominante na região era a Horda Dourada, liderada pelos tártaros e já independente do Império Mongol; apesar da supremacia dos nômades, as cidades-estados enriqueceram com o comércio constante, transformando-se em principados e ducados.
O primeiro desafio de Dmitri veio do oeste: Os lituanos queriam mais territórios e entraram em conflito com os moscovitas, sofrendo três derrotas decisivas. Um incidente ocorrido durante a luta contra os lituanos serviu de alerta a Dmitri, quando os tártaros tentaram submeter Moscou ao ducado de Nizhny Novgorod, outro poder relevante nas estepes russas. Os moscovitas se utilizaram de intimidação militar e uma gorda propina para “convencer” o príncipe de Nizhny Novgorod a recusar a proposta.
Em 1374, os principados partiram da defesa para o confronto aberto com os tártaros, aproveitando-se de uma guerra sucessória na Horda Dourada. O exército eslavo era formado por guerreiros vindos de diversos lugares, com notável maioria dos moscovitas na composição, além de mercenários e renegados lituanos. Mesmo com essa diversidade, era inegável que o exército tártaro superava os eslavos em número.
Sabe-se que a batalha de Kulikovo ocorreu às margens do grande rio Don, mas até hoje o local é desconhecido, assim como a margem correspondente do rio. Um dos participantes mais famosos dessa luta foi o monge-cavaleiro Aleksander Peresvet, que desafiou o campeão tártaro Temir-Murza; ambos mataram um ao outro no duelo. Dmitri sobreviveu por pouco à luta, porém desmaiou de cansaço, acordando horas depois.
Apesar da vitória, Kulikovo não seria o ponto final na luta dos russos contra os tártaros, e Dmitri teve de enfrentar outra invasão, em 1382. Apesar do Grão-Ducado de Moscou ainda se encontrar submisso à Horda Dourada, Dmitri foi reconhecido como um grande herói, adotando o honorífico Donskoy em referência ao rio Don; os sucessores de Dmitri continuaram a luta contra os tártaros, formando o embrião do que seria a Rússia.
5-Taksin, o Grande.
Eventos envolvidos: Guerras Birmano-Siamesas de 1765-1767 e 1775-1776.
Se você passou pela lista dos Dez Militares que sacrificaram suas Vidas em Conflitos, do mesmo autor, deve se lembrar de que em 1765 tropas da Birmânia (atual Myanmar) atacaram o Sião (atual Tailândia), sendo obrigadas a recuar logo em seguida, devido a uma invasão chinesa ao norte. Resta terminar essa história, envolvendo um rei que lutou pela liberdade do Sião, antes de enlouquecer e ser derrubado pelo próprio amigo, que assumiu o trono em seu lugar.
O homem que passou à história como Taksin nasceu em 1734, em Ayutthaya, então capital do Sião; seu pai era um coletor de impostos nascido na China, enquanto sua mãe era de um ramo menor da nobreza local. Com sete anos, o menino foi enviado a um templo budista, recebendo o nome de Sin (“Fortuna”, em tailandês), e mais tarde decidiu seguir a carreira das armas, virando um governador militar na vila de Tak. A partir daí ele seria conhecido pelo nome histórico.
Em 1765, os birmaneses impuseram um cerco a Ayutthaya, e Taksin foi um dos poucos governadores militares a responderem ao pedido de ajuda do rei, enquanto a maior parte deles preferiu se entrincheirar em seus distritos ou desertar de suas funções. Taksin se portou com bravura diante dos birmaneses, mas percebeu que nada poderia fazer diante do imenso exército adversário; o governador militar abandonou a cidade na calada da noite com 500 soldados e seguiu até o sul.
Embora profundamente abalado com a queda da capital, Taksin reorganizou a tropa e retornou a Ayutthaya dois anos depois, aproveitando-se do recuo dos birmaneses e matando o governador “testa de ferro” deixado pelos invasores. Não foi exatamente um triunfo, pois a capital foi destruída ao ponto do inabitável, obrigando os siameses a estabelecerem o governo em outra região. O lugar escolhido foi a vila de Thomburi, próxima ao mar e mais fácil de ser defendida com poucos soldados.
Taksin foi declarado rei em 1767, porém ainda tinha um reino a ser reunido após a devastação birmanesa. Durante três anos o monarca se ocupou com os rivais mais fortes, responsáveis por dividirem o Sião em cinco entidades separadas, enquanto buscava apoio político e armamento no exterior, com destaque para a China, a Inglaterra, Portugal e Holanda. Mesmo nesse turbilhão, Taksin arranjava tempo para escrever peças de teatro.
Em 1775, os rivais de longa data voltaram à fronteira, apenas para serem rechaçados pelo novo exército siamês, mais disciplinado e numeroso em comparação com a guerra de 1765-1767. As tropas birmanesas recuaram em 1776 (coincidentemente o mesmo ano em que os americanos declararam independência em relação à Inglaterra), e os siameses asseguraram o controle sobre as províncias do noroeste. Um ano depois, Taksin já se ocupava com disputas fronteiriças no Camboja e no Laos.
Taksin poderia ser lembrado como o maior monarca de seu país, porém “algo errado” aconteceu. Em 1781, o rei siamês passou a dedicar tempo excessivo às atividades religiosas e declarou-se uma reencarnação de Buda, adotando diversas políticas contraditórias. Bastou apenas um ano para que Taksin fosse deposto e executado sob as ordens do general Chao Phraya Chakri, fundador da atual dinastia da Tailândia; a capital foi transferida de Thomburi para a cidade de Bangcoc.
Não existe consenso entre os historiadores a respeito da doença que acometeu o rei do Sião, ou mesmo se esta insanidade causou tantos danos quanto a história oficial tailandesa sugere. Algumas lendas afirmam que Taksin não foi executado, e sim enviado a um templo nas montanhas, onde passou o resto de sua vida estudando textos sagrados. A saga desse líder contraditório foi um capítulo de rodapé na história da Tailândia durante um bom tempo, até a Revolução Constitucional de 1932, que acabou com o poder absoluto dos monarcas.
6-Theodoros Kolokotronis.
Evento envolvido: Independência da Grécia (1821-1830).
Um personagem comum no imaginário mundial é o fora-da-lei convertido em campeão da liberdade, geralmente forçado a agir pelas circunstâncias e lentamente convertido ao ideal maior. Durante a Guerra de Independência da Grécia contra o Império Otomano, muitos bandidos das montanhas se tornariam campeões da liberdade, e o mais conhecido deles foi Theodoros Kolokotronis, apelidado como “O Homem Velho de Moreia”.
Os foras-da-lei das montanhas gregas eram conhecidos como Klephtes, e apesar da má fama nem todos viviam desonestamente: Alguns eram apenas pastores enquanto outros ofereciam serviços como seguranças às famílias mais abastadas, ou então auxiliavam as autoridades otomanas a procurarem foragidos (algo parecido com os jagunços no Brasil). A família Kolokotronis já era famosa antes mesmo do início da rebelião, pois o pai de Theodoros, chamado Konstantinus, participou de uma revolta mal sucedida em 1770.
Theodoros servia a família Deliyannis, uma das mais poderosas da região, e trabalhava em parceria com Mitros Petrovas, outro líder dos Klephtes. Foi com Petrovas que Theodoros se aproximou dos ideais de liberdade e Iluminismo, ainda fortes na Europa apesar da repressão dos países vencedores das Guerras Napoleônicas. Ironicamente, os britânicos serviriam de aliados a Kolokotronis: Após ser forçado a fugir para a ilha de Zante, então em mãos inglesas, o líder Klepht seria instruído nas artes da guerra.
Em 1821, Theodoros retornou à Grécia continental e forjou uma aliança com outros grupos de Klephtes insatisfeitos com o domínio otomano. Na época ele tinha cinquenta anos, o que contribuiu para o apelido de “Homem Velho de Moreia”, mas sua energia e vivacidade eram dignas de um rapaz jovem. Um monge ortodoxo afirmou que Theodoros se envolvia tanto com o comando de suas tropas que recebia a comunhão montado a cavalo, do lado de fora da igreja.
Apesar de menos numerosos em comparação com o poderoso exército turco, os Klephtes contornavam esse problema com o conhecimento do terreno montanhoso, além de fazerem emboscadas constantes. O maior triunfo de Theodoros durante a luta pela liberdade da Grécia foi a Batalha de Dervenakia, onde os turcos foram atraídos para uma ravina, antes de serem destroçados pelos gregos.
As lutas de Theodoros não envolveram apenas os turcos, pois os gregos tiveram duas guerras civis no meio da rebelião, em 1824 e 1825. Na segunda delas Theodoros perdeu um filho, pouco tempo após o casamento deste com Eleni, filha de Laskarina Boubolina (falamos dela na lista das Mulheres na Guerra, do mesmo autor). Como se não bastasse essa tragédia, o “Homem Velho de Moreia” foi preso no mesmo ano, sendo liberado em seguida.
Após o fim da Guerra, Theodoros apoiou o conde Ioannis Kapodistrias, o fundador da Primeira República Grega. O assassinato de Kapodistrias levou o país à beira de outra guerra civil, e Theodoros apoiou o estabelecimento de uma monarquia. O escolhido para se tornar o primeiro rei da Grécia foi o príncipe alemão Otto, na época ainda um menino, e o governo foi dominado por uma regência de estrangeiros, quase todos vindos da Bavária. Theodoros se opôs ao que considerava um novo domínio estrangeiro, e foi preso em 1834, sendo liberado um ano depois.
Após esse incidente, o Homem Velho de Moreia deixou a política de lado e se dedicou a aprender a ler e escrever, a fim de relatar as suas memórias. Theodoros Kolokotronis morreu em 1843, um dia após o casamento de seu filho mais novo, e tanto o matrimônio como o funeral do velho guerreiro ocorreram com a presença do rei Otto, agradecido pelo apoio durante os turbulentos anos de conflito.
7-José Rafael Carrera y Turcios.
Eventos envolvidos: Fragmentação da República da América Central; surgimento da República da Guatemala (1839-1847); Guerra contra os Filibusteiros (1856-1857).
A América Central é uma “terra incógnita” no estudo de história no Brasil, e raramente se fala sobre o processo de independência na região. É possível falar em três independências ocorrendo quase simultaneamente, primeiro contra a Espanha, depois contra o México, e finalmente entre os estados membros da frágil união. Um dos personagens mais importantes durante os anos turbulentos foi um caudilho guatemalteco, outrora um criador de porcos analfabeto que recebeu o apelido de “Rei dos Índios e dos Padres”, ainda em vida.
José Rafael Carrera y Turcios nasceu em 1814. Com vinte e três anos, Carrera era um líder informal entre os agricultores das redondezas da Cidade da Guatemala, até que em 1837 ele se juntou às rebeliões campesinas e indígenas contra o governo liberal e anticlerical da República da América Central, presidida por Francisco Morazán. Havia uma razão pessoal para Carrera participar do movimento, pois Morazán ordenou a execução de seu sogro ao reprimir uma rebelião anterior.
Diversas guerrilhas centro-americanas se revoltaram na primeira metade do século XIX, mas nenhuma delas ofereceu desafio ao governo unionista como o exército de indígenas e monges-guerreiros de Rafael Carrera. Quase todas as cidades guatemaltecas se mantiveram fiéis a Morazán, mas o mesmo não podia ser dito das florestas e montanhas do país, onde os guerrilheiros conservadores se escondiam. Em 1840, Carrera e seu exército improvisado derrotaram os soldados sob o comando de Morazán, quando estes adentraram a Cidade da Guatemala, após acreditarem em um falso recuo de seus adversários.
Rafael Carrera tornou-se presidente da Guatemala em 1844, dois anos após a morte de Morazán, porém apenas declarou independência em 1847, equilibrando o conservadorismo católico com generosas concessões aos indígenas e aos liberais moderados. Nesse período, Carrera manteve distância dos conflitos nos países vizinhos, enquanto firmava acordos com a Santa Sé, a Bélgica e o Reino Unido. Em troca de acordos comerciais favoráveis, a Guatemala cedeu o atual Belize aos ingleses, e uma colônia belga foi fundada ao leste do país.
Em 1851, um exército de salvadorenhos e hondurenhos atacou a Guatemala, dispostos a apearem os conservadores do poder. A força invasora era duas vezes maior que o exército guatemalteco, porém foi derrotada na Batalha de Arada; nenhum governante liberal ousou atacar a Guatemala após a vitória improvável do “Rei dos Índios e dos Padres”. Carrera também se envolveu na Guerra contra os Filibusteiros (falamos dela nas listas das Mulheres na Guerra e dos Heróis que sacrificaram suas Vidas em Conflitos) e ocupou-se de realizar obras de infraestrutura, incluindo um teatro de Ópera.
Após a morte de Carrera em 1865, quem assumiu a presidência da Guatemala foi um general chamado Vicente Cerna. Em 1871 ocorreu a Revolução Liberal, liderada por Justo Rufino Barrios e Miguel García Granados, que derrubou o governo conservador. Os governos liberais reverteram boa parte das medidas pacificadoras de Carrera e privaram os indígenas de suas terras; diversos conflitos no interior da Guatemala eclodiriam após a mudança nas leis das terras indígenas.
Devido à forte rivalidade entre liberais e conservadores, é difícil avaliar o governo de Carrera, e quase toda a culpa pela fragmentação da República da América Central recai sobre o “Rei dos Índios e dos Padres”. Esse julgamento é injusto, afinal Carrera não interviu em outras nações após a fundação da Guatemala; os liberais também não demonstraram prudência no reformismo dos anos iniciais da república unida, enquanto reprimiam indígenas e perseguiam líderes religiosos, além de se apropriarem de seus bens.
8-Matías Ramón Mella.
Eventos envolvidos: Independência da República Dominicana (1844-1856) e Guerra da Restauração (1863-1865).
Deixamos para trás a América Central e seguimos ao Caribe, rumo à ilha de Hispaniola, dividida entre Haiti e República Dominicana. Enquanto a Revolução Haitiana é estudada nas escolas brasileiras, quase nada a é dito a respeito do país vizinho, que teve três declarações oficiais de independência em 1821, 1844 e 1865. Um herói envolvido nesses processos foi Matías Ramón Mella, considerado um dos três Pais da Pátria Dominicana, ao lado de Juan Pablo Duarte e Francisco Del Rosário Sanchez.
Matías era apenas um menino quando a parte oriental da ilha de Hispaniola declarou sua independência, sob o nome de Estado do Haiti Espanhol, apenas para ser anexada ao país vizinho em 1822 (ironicamente, o ano da independência do Brasil). A ocupação haitiana promovida pelo general Jean Pierre Boyer se destacou pela desapropriação de terras e pela repressão aos costumes herdados da Espanha; até mesmo brigas de galos e jogos de azar foram proibidos pela ditadura de Boyer.
Nesse regime de terror surgiu uma organização maçônica chamada “La Trinitária”, fundada por Juan Pablo Duarte. O nome dessa organização fazia referência à Santíssima Trindade e ao método de recrutamento, onde cada membro novo deveria recrutar ao menos três pessoas interessadas. Matías se juntou à Trinitária após ser convidado por Francisco Sanchez, destacando-se ao espalhar as notícias da rebelião em diversas cidades do interior, enquanto mantinha-se incógnito.
O primeiro tiro da guerra de independência contra o Haiti foi disparado por Matías em 1844, ao dar o sinal para os revoltosos dominarem o Forte Ozama, em Santo Domingo. As batalhas entre dominicanos e haitianos foram violentas, e os maiores inimigos da Trinitária foram os generais Charles Riviere-Herard e Faustin Soulouque. Faustin se autoproclamou imperador do Haiti durante a guerra, e seria deposto após uma derrota humilhante contra os dominicanos na Batalha de Sabana Larga, em 1856.
Após a independência, Matías apoiou um proprietário de terras chamado Pedro Santana, que se tornaria o primeiro presidente da República Dominicana. O campeão da luta pela independência respeitava Santana, devido à valentia deste na Batalha de 19 de Março de 1844. Entretanto, esta admiração se converteria em hostilidade, após Matías descobrir que Santana almejava transformar o país em um protetorado da Espanha, sob o argumento de manter a ordem e prevenir outra invasão haitiana.
Em 1862, Santana renunciou ao cargo de governador-geral do protetorado, desiludido, e no ano seguinte começou a luta dos dominicanos contra os espanhóis. Juan Pablo Duarte foi exilado e nunca mais retornaria ao país, enquanto Francisco Sanchez foi capturado e fuzilado; dessa forma, Matías era o único veterano da luta contra o Haiti a se envolver na Guerra de Restauração. Os principais líderes dominicanos nessa guerra foram Santiago Rodriguez Masagó e Gregório Luperón; este último foi presidente provisório do governo interino, enquanto Matías serviu como vice-presidente.
Tanto Matías como Santana morreram no mesmo ano, em 1864, de enfermidades distintas; disenteria no caso de Matías e derrame no caso de Santana. No ano seguinte, as autoridades espanholas saíram da República Dominicana, após perderem inúmeros soldados para os guerrilheiros e a febre amarela. Considera-se que a Guerra de Restauração Dominicana motivou os independentistas de Cuba, outra colônia espanhola que obteria sua liberdade na alvorada do século XX.
Hoje, os restos de Juan Pablo Duarte, Francisco Del Rosário Sanchez, Matías Ramón Mella e de outros heróis da República Dominicana repousam no Altar da Pátria, em Santo Domingo, e Pedro Santana se encontra ao lado deles. De certa forma, a presença desse controvertido personagem ao lado de outros vultos históricos representa o desejo dos dominicanos de viverem em paz com seu passado.
9-Menelik II da Etiópia.
Evento envolvido: Primeira Guerra Ítalo-Etíope (1894-1896).
Agora iremos ao coração da África, onde encontraremos um grande líder nascido na Etiópia. Menelik era um dos inúmeros príncipes na linha sucessória do trono etíope, e teve de lutar pelo comando da única nação independente no leste do continente. Nada indicava que o jovem Menelik seria o responsável por triplicar o tamanho da Etiópia, além de surpreender as potências coloniais europeias.
Os três reis antecessores a Menelik deram suas próprias contribuições, centralizando a administração do país e repelindo agressões de vizinhos islâmicos, uma ameaça constante na milenar história da Etiópia. Durante esse período turbulento, Menelik pouco se envolveu com as guerras nas fronteiras, preferindo atuar como observador na repressão às revoltas internas; esse conhecimento se provaria valioso no futuro, pois ele necessitaria da ajuda desses bandos rebeldes para manter o poder.
Enquanto lutava para garantir o trono, Menelik formava alianças com grupos islâmicos minoritários que também se ressentiam dos tradicionais inimigos da Etiópia, além de manter contato frequente com italianos e franceses em busca de armas. Um conde italiano descreveu o Imperador como um “apaixonado” por armas de fogo, além de ligeiro no adestramento com fuzis, pistolas e revólveres.
Em 1889, Menelik se tornou Imperador com o apoio da maioria da nobreza. Apesar dos esforços de monarcas enérgicos na centralização do estado etíope, havia muito a ser feito: Disputas regionais ocorriam com frequência, e boa parte dos guerreiros era fiel aos líderes locais, e não ao Imperador. Menelik II desmontou os governadores rebeldes enquanto abria a Etiópia ao mundo, atento ao colonialismo europeu que engolia a África.
Uma das principais mudanças ocorridas nesse período foi o estabelecimento de uma capital permanente para a Etiópia, em Adis-Abeba. Até então, considerava-se que a capital do país era onde estivesse o Imperador, mesmo se o local não passasse de uma tenda ou cabana. O local foi escolhido pela imperatriz Taytu Betul em 1889, e a expansão de Adis-Abeba foi impressionante: Em 1910, a capital etíope contava com 70.000 habitantes, e sete anos depois foi construída uma estrada de ferro conectando-a à colônia francesa do Djibuti.
Escaramuças com as forças coloniais italianas na Eritréia motivaram Menelik II a firmar um tratado com o país europeu, que passaria à história como o Tratado de Wuchale, chamado Ucciale pelos italianos. Esse talvez seja o tratado internacional mais insólito da história, pois a versão em amárico (uma língua da Etiópia utilizada em documentos oficiais) reconhecia a amizade entre as nações, enquanto a versão em italiano do mesmo tratado efetivamente transformava o país africano em um protetorado da Itália.
A guerra se tornou inevitável, e Menelik II foi ligeiro ao defender a Etiópia contra os italianos, enquanto conclamava seu povo a lutar com o que tivesse à mão. Ao lado do exército regular etíope, o Imperador contava com os Mehal Sefari, guerreiros de elite criados no início de seu reinado, e rebeldes eritreus também pegaram em armas contra os italianos. A maior batalha dessa guerra ocorreu em Adwa, onde o exército colonial italiano simplesmente deixou de existir; essa vitória é celebrada até hoje na Etiópia.
A vitória etíope teria resultados interessantes ao longo prazo: Os países europeus foram obrigados a reconhecerem a existência da Etiópia como um poder regional, a única nação africana livre no continente, ao lado da Libéria. Os teóricos da superioridade racial caucasiana, por sua vez, viram um desafio legítimo às suas crenças, e a ascensão etíope seria o primeiro passo na fundação do pan-africanismo e no combate ao racismo.
Os últimos anos de Menelik II no trono foram dedicados à modernização da Etiópia, embora quase todas as novidades estivessem restritas a Adis-Abeba. Eletricidade, novas técnicas de agricultura, ferrovias, telégrafos, correios e até mesmo um banco central surgiram no país, até então uma “solitária ilha de cristãos em um imenso mar de pagãos”, nas palavras do próprio Imperador.
Em 1913, o velho monarca faleceu e foi sucedido por um parente distante, chamado Iyasu. Um dos sucessores de Menelik II foi Haile Selassie, conhecido como “Rastafári” no ocidente. Assim como o vencedor de Adwa, Selassie buscou modernizar a Etiópia, criando a primeira constituição do país em 1931, e teve de enfrentar uma invasão italiana em 1935; os etíopes mais uma vez derrotaram os italianos, com ajuda dos britânicos.
10-Emílio Aguinaldo.
Eventos envolvidos: Revolução Filipina (1896-1898) e Guerra Filipino-Estadunidense (1902-1913).
E terminamos essa lista com um herói guerreiro nascido nas Filipinas, quando esta ainda era colônia da Espanha. Emílio Aguinaldo seria presidente da primeira república constitucional fundada na Ásia, além de seu mais jovem chefe de estado, com apenas vinte e nove anos. A vida de Emílio Aguinaldo foi um verdadeiro caleidoscópio, assim como a história de seu curioso país.
Emílio Aguinaldo nasceu em 1869, na cidade de Kawit, sendo o sétimo de oito filhos; assim como Taksin, havia sangue chinês por parte de pai na família de Emílio, uma das mais prósperas da região. Os Aguinaldos viviam da fazenda e do comércio, e tanto Emílio como seu pai foram chefes da câmara de vereadores de Kawit. O rapaz se juntou à maçonaria em 1895, o mesmo ano na qual virou chefe da câmara, e a partir daí ele se envolveria com diversos partidários da independência.
Um amigo da família convenceria Emílio a se juntar ao Katipunan, um movimento patriótico criado por Andrés Bonifácio. Os ânimos estavam exaltados em 1896, após a prisão e execução do poeta José Rizal, quando este publicou diversos artigos atacando as autoridades espanholas no arquipélago. Andrés afirmava que a hora de lutar havia chegado, enquanto Emílio defendia cautela, argumentando que os Katipuneros precisavam aumentar seus efetivos para terem alguma chance contra os espanhóis.
A descoberta do Katipunan pelas autoridades coloniais já em 1896 obrigou os patriotas filipinos a contra-atacarem com pressa. A primeira batalha de Emílio ocorreu em sua cidade natal, e o líder revolucionário deu ordens para seus homens não executarem os prisioneiros espanhóis, prevendo que o governo colonial devolveria todas as agressões dos rebeldes com a mesma força.
O Katipunan se saiu bem na maioria das batalhas, mas a rivalidade entre Andrés e Emílio aumentava a cada vitória ou derrota. Em 1897 ocorreu uma convenção de Katipuneros na cidade de Tejeros, a primeira eleição presidencial da história asiática. Andrés tentou ser nomeado vice-presidente quando soube que perderia a disputa, apenas para ouvir Daniel Tirona, membro fundador do Katipunan, afirmar que um advogado seria melhor opção para o cargo. Andrés sentiu-se insultado e por pouco não disparou o revólver contra Daniel.
O presidente escolhido para a república em gestação foi Emílio, e Andrés ordenou a recontagem de votos, obtendo o mesmo resultado. Ironicamente, Emílio sequer sabia da Convenção de Tejeros, pois estava na frente de batalha em Pasong Santol, e foi avisado do ocorrido um dia depois, por seu irmão. Sentindo-se traído por Andrés, Emílio concordou em assumir a presidência e enviou um telegrama ao rival, em nome da união dos Katipuneros, mas foi rechaçado. Emílio ordenou a prisão e execução de Andrés e seus seguidores, uma ação até hoje controversa entre os historiadores filipinos.
A guerra contra os espanhóis terminaria em 1898, após o pacto de Biak-na-Bato, mas outro desafio apareceria diante da Primeira República das Filipinas: Os americanos, até então vistos como aliados, na verdade queriam anexar o arquipélago, e muitos companheiros de Emílio concordavam que um novo governo colonial talvez fosse preferível à instabilidade interna do Katipunan. Apesar de exaustos, os patriotas filipinos resistiram como puderam ao exército americano, até a captura de Emílio em 1901; no ano seguinte, quase todos os líderes rebeldes depuseram armas, embora rebeliões ocorressem até 1913.
Durante o período colonial americano nas Filipinas (1901-1935), Emílio se afastou da política, enquanto representava entidades de auxílio aos veteranos das lutas nas quais se envolveu; vez ou outra ele demonstrava apoio a algum representante político mais exaltado, conclamando pela independência total. Em 1935, os Estados Unidos afrouxaram o domínio sobre o protetorado; nessa época, Emílio disputou as eleições para presidente da Comunidade das Filipinas, mas perdeu as eleições para Manuel Quezon.
Após a ocupação japonesa das ilhas, Emílio foi preso sob uma acusação infundada de colaboracionismo com os invasores. Em 1946, os americanos concederam a independência às Filipinas e Emílio foi chamado pelo presidente Elpídio Quirino para fazer parte do recém-estabelecido conselho de estado; ele não ficou muito tempo na posição, voltando a lidar com os assuntos dos veteranos de guerra.
Em 1962, o dia da independência das Filipinas foi alterado de quatro de Julho para 12 de Junho, em homenagem à Revolução liderada por Emílio Aguinaldo e Andrés Bonifácio. O último herói vivo da independência filipina participou dos eventos, a despeito de sua saúde frágil. Dois anos mais tarde, Emílio faleceu de trombose coronária, com noventa e quatro anos, sendo o mais longevo herói dessa lista; sua última ação foi doar a casa onde vivia, a fim de transformá-la em um museu da Revolução Filipina.
*Confira outro texto sobre o tema:
10 Heróis de Independência pouco conhecidos - Parte 2
Texto escrito por Mateus Ernani Heinzmann Bulow.
Mateus Bulow é gaúcho da cidade de Santa Maria/RS, Bacharel em Direito pela Faculdade de Direito de Santa Maria (FADISMA), escritor e poeta.
Ele é autor de dois livros de fantasia publicados:
*Taquarê -- Entre a Selva e o Mar
*Livro dele no Skoob:
https://www.skoob.com.br/taquare-entre-a-selva-e-o-mar-844417ed849687.html
*Divulgação do Livro no Blogue:
http://tatycasarino.blogspot.com/2017/06/taquare-entre-selva-e-o-mar_68.html
*Divulgação do Livro no Canal do YouTube de Taty Casarino:
https://www.youtube.com/watch?v=XFpiUL97u3I
*Leia o início do livro gratuitamente e compre o livro para ler a história completa no Link abaixo:
https://pensecomigo.com.br/livro-taquare-entre-a-selva-e-o-mar-pdf-mateus-ernani-heinzmann-bulow/
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*Taquarê -- Entre um Império e um Reino
*Divulgação do Livro no Blogue:
http://tatycasarino.blogspot.com/2019/04/divulgacao-de-livro-taquare-entre-um.html
*Sobre o Livro dele no Jornal Diário de Santa Maria:
https://diariosm.com.br/cultura/taquar%C3%AA-entre-um-imp%C3%A9rio-e-um-reino-1.2138628
*Mateus falando sobre o seu livro no Lançamento que ocorreu na Feira do Livro de Santa Maria/RS (Canal do Youtube do Diário de Santa Maria):
https://www.youtube.com/watch?time_continue=4&v=nvyq1UuDi-Q&feature=emb_logo
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https://www.amazon.com/TAQUAR%C3%8A-Entre-Imp%C3%A9rio-Reino-Portuguese/dp/179548831X
*Confira todas as postagens do colunista Mateus no blogue:
http://tatycasarino.blogspot.com/search/label/Mateus%20Ernani%20Heinzmann%20Bulow
*Mateus Bülow também é colaborador do Podcast "Literatura em Ação" no YouTube (dentro do Canal da Taty Casarino) e no Spotify (dentro do Podcast "Literatura em Ação") com dicas de escrita para jovens escritores.
*Literatura em Ação no Spotify:
https://open.spotify.com/show/3Nqc44j01TlisrngKyVIMB?si=lxyX4g8fQvqURncRjip4lw
*Os três pilares da literatura fantástica no YouTube:
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