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quarta-feira, 11 de março de 2020

Bela sacerdotisa e pequena Maria



Toda mulher é uma sacerdotisa,
não importa o que a sociedade diga.
Se a Igreja nunca vai nos ordenar papisas,
tudo continuará certo em nossas vidas.

É inútil levantar bandeiras e gritar,
criticar a Igreja por não nos ordenar.
A mulher não enxerga o poder que já tem,
quem tem olhos que veja o Além.

Não, eu não sou feminista!
Não, a Igreja não é machista!
Cristo foi o primeiro defensor da mulher,
afastou-nos das pedras e mostrou a fé.

Cristo veio de uma mulher,
Cristo expulsou os demônios de uma mulher.
Cristo teve os pés lavados por uma mulher,
Cristo apareceu ressuscitado para uma mulher.

Cristo impediu o apedrejamento de uma mulher,
Cristo amou a maternidade da mulher.
Cristo teve o rosto enxuto por uma mulher,
Cristo é o esposo de toda religiosa mulher.

As pessoas mais presentes na crucificação
eras as mulheres que admiravam a Cristo.
As pessoas que mais espalharam o cristianismo
foram as mulheres catequizando os seus filhos.

Eu sou uma sacerdotisa
quando ouço os desabafos de uma amiga.
Sim, eu sou naturalmente uma sacerdotisa
quando a minha voz doce perdoa os seus pecados.

Eu sou uma sacerdotisa
quando catequizo o meu namorado.
Quando digo para ele me tocar só após o casamento,
quando mando o homem respeitar os sacramentos.

Eu sou uma sacerdotisa
quando reanimo a fé do meu namorado ateu,
quando faço o homem crer em Deus
e quando arrasto o marido para a missa.

Eu sou uma sacerdotisa
quando arrasto o admirador para a missa
só por ter visto lá uma moça bonita.
Eu sou a chama da fé viva.

Eu sou uma sacerdotisa
quando curo uma amiga,
quando mostro Cristo para minha filha,
quando vejo a Trindade na minha vida.

Eu sou uma sacerdotisa
quando represento Cristo na vida,
quando minha generosidade te ensina,
quando minha doçura te ilumina.

Eu sou uma sacerdotisa
quando lembro do amor de Cristo
e quando impeço o homem de fazer guerra.
A mulher sabe que a misericórdia é bela!

Eu sou uma sacerdotisa
quando choro pela Paixão de Cristo,
quando tomo a hóstia e bebo o vinho.
Deus fez a mulher mais intuitiva!

Nenhum homem fica santo com a razão,
ninguém se santifica estudando teologia.
O homem se santifica a partir do coração 
e quando abraça o lado feminino da Paixão.

A mulher compreende a Paixão de Cristo,
a mulher sabe que o perdão é o caminho.
A mulher almeja a redenção da humanidade,
a mulher é a boa samaritana com piedade. 

A mulher é quem enxuga o rosto de Cristo,
é quem lava os pés Dele com as lágrimas,
é quem oferece-Lhe os copos d'água.
A mulher sempre vê a água virar vinho. 

E é por essa e outras razões
que a Igreja não ordena as mulheres.
Não é por falta da nossa capacidade,
mas por não ter qualquer necessidade.

A mulher não precisa de títulos
nem de ordenações e ritos.
Toda mulher é uma pequena Maria,
que pode gerar Cristo na nossa vida.

Quem gera Cristo no dia a dia,
quem carrega a nobreza de Maria
não precisa de humanos títulos.
Aceitemos, pois, nosso papel divino.

Poesia escrita por Tatyana Casarino.


           



    Essa é uma poesia que enaltece o papel divino e generoso da mulher ao longo da história. Se é verdade que a mulher sofreu mais que o homem na história da humanidade, também é verdade que ela teve mais glórias. Há glória por trás da dor e do sacrifício -- e Cristo nos mostrou muito bem isso. 
     A dor do parto é sucedida pela glória de gerar um filho. E existe glória maior do que a de gerar uma vida? Se focarmos apenas na dor de ser mulher, seremos tomadas pela revolta. Mas, a revolta nunca será um caminho curativo e glorioso. A partir do momento que eu aceito o lado bonito da dor e do sacrifício, também posso ver a glória e ampliar a minha visão sobre a vida da mulher. Não se trata de romantizar a dor, mas de compreender a luz por trás dela. 
      Devemos lutar contra as dores injustas, mas abraçar e transcender as dores inevitáveis da nossa jornada. É verdade que um coração sensível e generoso como o da mulher sofre mais, mas também é verdade que ela conhece melhor a Cristo a partir de sua sensibilidade e generosidade. Nesse sentido, podemos dizer que a mulher é como uma sacerdotisa quando revela Cristo e quando gera Cristo no seio do cotidiano (como se ela fosse uma pequena Maria). 
          Se uma sacerdotisa é aquela mulher consagrada ao culto de Deus, podemos dizer que todas as mulheres que levam as pessoas para o caminho da cura em Deus e da fé são intermediárias entre o divino e o humano e, portanto, são espécies de "sacerdotisas" naturais. Ao invés de brigarmos com a Igreja por não haver a ordenação de mulheres, deveríamos enxergar o quanto nós mulheres já desempenhamos esse papel no cotidiano e não nos damos conta. E a Igreja Católica sabe disso e valoriza muito o nosso papel no cotidiano.
       Nenhuma religião eleva tanto o papel de Nossa Senhora como intermediária entre Cristo e os homens como a Igreja Católica. O intermediário entre Deus e os homens é único e é Jesus Cristo. Mas, Maria sempre nos ajuda a chegar até Cristo, sendo uma ponte para o conhecimento de seu divino filho. Toda mulher carrega esse potencial mariano de ajudar os homens na travessia do conhecimento do filho divino de Deus. Sendo assim, toda mulher é uma bela sacerdotisa e uma pequena Maria.


                             

                

               Deveríamos enxergar o poder divino que já temos e elevarmos a nossa autoestima por causa dos dons que Deus nos deu ao invés de nos subestimarmos pela ausência de algumas ordenações no mundo humano. A mulher já está tão próxima do divino que talvez nem necessite de alguns títulos religiosos no mundo dos dogmas humanos. A mulher sempre foi mais sensível aos assuntos religiosos e carrega uma veia mística nata em seu ser. A mulher sempre esteve mais próxima da religião do que o homem, o qual é, muitas vezes, cético e distante em relação ao sagrado. 
                   O Sagrado Feminino consiste em equilibrar e harmonizar o mundo a partir de uma visão mais divina, generosa e conectada com as bênçãos do Alto. A mulher tem papel fundamental ao fazer o homem enxergar as pontes que existem entre o mundo humano e o mundo divino. 

Tatyana Casarino.


Para entrar na "atmosfera" mística da poesia, sugiro a música Athair Ar Neamh (Pai Celestial) da cantora Enya:

Trecho inicial da belíssima música: 

"Pai Celestial,
Deus me abençoe.
Pai Celestial,
Deus me abençoe.
Minha alma,
meu coração,
minha glória.
Louvado sejas Tu,
Oh! Deus!"





                  
                 

Capa do álbum "The Memory of Trees" da cantora Enya. 

Na capa desse álbum, a estética do cenário onde está Enya e a sua vestimenta fazem com que ela pareça uma sacerdotisa ou até mesmo uma papisa. É um dos álbuns mais icônicos dos anos 90. Costumo ouvir Enya desde criança. 



             *Essa música faz parte do álbum The Memory of Trees de uma cantora, compositora e instrumentista irlandesa chamada Enya. E, antes que você diga que ela é da "Nova Era" e venha com teorias da conspiração, saiba que ela é uma discreta católica que não tem nada a ver com as supostas tramas da "Nova Ordem". Existe uma grande diferença entre as músicas que são chamadas de "New Age" por seus instrumentos e por sua veia "celta" e as teorias da conspiração acerca da "Nova Ordem" e é preciso esclarecimento e estudo sobre isso. 
            Muitos cristãos ouvem Enya, pois as suas letras não atacam a fé cristã, muito pelo contrário: aprofundam o nosso amor por Deus e ajuda-nos no estado de meditação, oração e contemplação. Suas músicas calmas são um convite à religião e ao autoconhecimento. Suas músicas possuem refinamento e beleza cristã. Ouvir Enya é como entrar em uma belíssima catedral repleta de imagens sacras. 

                    

Enya
           

         Suas músicas têm uma qualidade ímpar que eleva os ouvintes além de ajudar na compreensão do transcendental. Recomendo essa cantora! Além de excelente profissional, é uma pessoa discreta que nunca fez mau uso da fama. Ao invés de explorar a fama, vive reclusa em seu castelo com os seus gatos (sim, ela mora em um castelo no sul de Dublin na Irlanda). E, nós sabemos que, para produzir boa arte, umas boas dose de mistério, introspecção e isolamento são necessárias e bem-vindas (em um belo castelo, tais doses ficam melhores ainda, hehehe)!
            Até onde eu sei acerca dela, Enya é uma virtuosa, elegante e discreta católica. Um exemplo de modéstia, elegância, equilíbrio e discrição no vestuário e no comportamento. Que a sua música nos ajude a sentir os elevados, sutis, refinados e puros sentimentos em relação ao sagrado!



Imagem de Enya



Castelo de Enya. 



Tatyana Casarino. 











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