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quinta-feira, 27 de junho de 2019

5 Dicas para ser um ótimo escritor

                    


Olá, pessoal! Escrevo poesias, contos e textos há 11 anos -- descobri meu dom literário aos 16 e estou prestes a completar 27 anos -- e hoje eu darei 5 dicas importantes para ter uma ótima jornada literária! Se você quer ser um ótimo escritor, não desista de seus sonhos e leia a lista a seguir. Espero que eu te ajude a alcançar o sucesso, a paz interior e a realização nessa caminhada.


               


1) Fantasie menos e escreva mais!

  Todo bom escritor é uma pessoa fantasista, repleta de histórias na mente e momentos onde ele sonha acordado com essas histórias. É uma grande tentação ficar sonhando acordado com fones de ouvido -- e, muitas vezes, a imaginação alimenta maravilhosas ideias. Contudo, o problema está quando o escritor fantasia demais e não escreve tudo o que sonha, ou seja, não é produtivo.
   O escritor deve ser um canal da imaginação, ele deve "concretizar" as suas ideias através das palavras e dar forma às fantasias mentais por meio da escrita. É recomendável encontrar um equilíbrio entre momentos de fantasia e momentos de escrita, e o ideal é quando as palavras fluem sem dificuldade, produzindo no mundo físico o que estava apenas no mundo das ideias (isto vai parecer mágica, mas a maior magia é fruto do trabalho duro e honesto). Não fique somente no mundo das ideias, jovem escritor! 


                       


2) Não seja tímido! Exponha o que você escreve e equilibre o seu orgulho!

  Não existe escritor sem leitor. Não guarde as suas histórias literárias na gaveta nem deixe que as suas ideias maravilhosas morram junto com você. Todo bom escritor é considerado "imortal", pois deixa um legado de ideias e histórias no mundo físico que ficarão eternizadas por meio da escrita e da exposição delas aos leitores. 
   No começo, todo jovem poeta e escritor é balançado entre dois extremos: a insegurança (achar que sua escrita não é digna de ser exposta) e o orgulho exacerbado (achar-se o maior gênio do mundo). São extremos que parecem ser bem opostos entre si, mas na verdade apenas revelam duas faces da mesma "moeda": a imaturidade e o orgulho desequilibrado. 
    Esconder o que escreve também é uma forma de orgulho, porque o medo da crítica do leitor nada mais é do que orgulho. A outra face do orgulho é se considerar o "gênio", e lamento em te dizer, jovem escritor, que tu não és nenhum gênio ou deus e sim apenas um humano dotado de certa inteligência e criatividade (seu dom pode ser especial, mas muitos escrevem melhor que você e, no fundo, você é tão normal e comum como qualquer "João" ou "Maria" da esquina). 

                           

"Eu sou um escritor": diga essa frase sem medo 
e solta teu leãozinho talentoso. 

        

       Quanto à insegurança, não dê ouvidos ao que ela diz. Não tenha medo de parecer metido ao se auto-intitular "escritor", porque é isso mesmo que você é. Vejo muitos jovens escritores com receio até de pronunciar a palavra "escritor" e dizem de forma cabisbaixa que é um "aspirante" por não ter livros publicados. Diga com coragem: "eu sou um escritor". O verbo "ser" tem muito poder, e toda vez que você diz "eu sou" você cria um magnetismo em volta de si que passa a atrair tudo o que corresponde ao mundo literário. 
       Não subestime a sua escrita nem a superestime. Trate o seu dom com equilíbrio, suavidade e naturalidade, carregando dentro do coração bondade, humildade e gratidão (virtudes que você não pode perder quando começar a fazer sucesso de fato). O ego é como um leão: não pode ser enjaulado, senão fica mais bravo (então não prenda o seu orgulho na autodepreciação nem deixe engavetado o seu talento, coloque seu potencial para fora). 
         O "leão" do seu ego também não pode se tornar arrogante, feroz e sem freios, sob risco de destruição e autodestruição (por isso, não se ache o "gênio", pois você sempre será um mero aprendiz que a cada dia aprenderá sobre como escrever melhor). Aprenda a domar o seu "leãozinho" interior, exponha de forma natural a sua escrita (como uma criança alegre, leve e entusiasmada que mostra o desenho que fez para todo mundo) e seja equilibrado. Postura, seriedade e humildade sempre!
        E não se importe com as críticas: absorva as construtivas, filtre os comentários que receber e não deixe os elogios subirem à cabeça de forma exagerada. Se você carrega humildade e bondade no coração, tampouco importará se o vizinho te acha metido e te critica (geralmente quem diz que você é metido e critica a sua escrita adoraria colocar o potencial dele para fora também e tem o ego mal resolvido). Como diz Richard Bach, todo escritor profissional foi um amador que não desistiu. Você não é um amador nem um aspirante, você é um escritor nato. Logo, você nasceu para contar histórias sim (não importa quanto tempo leve para o mundo exterior reconhecer o talento do seu mundo interior).

               


3) Não inveje o sucesso literário alheio!

       Vejo muitos escritores inseguros que, para aumentarem um pouco o seu ego mal resolvido, acabam depreciando os trabalhos literários alheios ou se revoltando com pessoas que fazem sucesso no meio literário. Sob suas percepções, algumas pessoas não seriam dignas desse sucesso literário. Se o orgulho é o pecado capital que acaba com o sucesso e o brilho de qualquer escritor, a inveja é outro pecado que derruba o seu talento, porque, enquanto você está invejando a escrita do outro, você não está escrevendo. 
    Sendo assim, é uma grande perda de tempo e energia ficar invejando o sucesso alheio, tendo em vista que cada escritor é único e, por mais que algumas histórias sejam até um pouco parecidas, cada escritor dá toques especiais e ímpares em cada história que produz. Não existem dois escritores iguais, pois a escrita é como a sua impressão digital. Seja único, seja original e seja você mesmo. Você não precisa invejar qualquer outro escritor, pois você é único e não haverá outro igual a você. O seu único concorrente deve ser você mesmo: vença a si mesmo e vença a preguiça na hora de escrever. 
     Você pode se inspirar em certas características de escritores que admira, mas nunca tente copiá-los, porque é a autenticidade que faz o sucesso. Você também não é obrigado a gostar de todo mundo e a apreciar o sucesso de todo mundo, mas tente respeitar a escrita de cada um: o escritor que você não gosta talvez tenha passado pelas mesmas dificuldades que você passou na vida dele. Então, quando for criticá-lo, seja suave e faça críticas construtivas do mesmo modo que gostaria que fizessem com você (não seja agressivo nem escreva críticas destrutivas, pois além de falta de ética, seria desrespeitoso).
        Não tenha preconceito literário: cada obra literária é única e atende a uma demanda exclusiva do público. O sucesso é uma caixinha de surpresas, motivo pelo qual você não deve tentar entender o sucesso alheio e sim apenas confiar no seu futuro sucesso baseado na sua autenticidade e na capacidade de tocar questões importantes e fascinantes para o leitor. Além do mais, você não deve invejar aqueles cujo sucesso vem rápido, porque geralmente o brilho deles é efêmero (sucesso que vem rápido normalmente vai rápido também). 
       É preferível subir degrau por degrau na carreira literária e consolidar seu sucesso ao longo do tempo ("febres" literárias são como fogo de palha, então não as inveje). Se algo faz sucesso é por atender a alguma demanda do público, tocando algum lugar que ressoa dentro de um nicho de leitores, ainda que você não compreenda. 
     Aquela saga de romance açucarado e meio bobo de vampiros pode ter atendido a alguma sede fantasista do público; aquele escritor do tipo youtuber que parece fútil pode ter algum tipo de carisma com o público dele; aquele místico que escreve numa linguagem mais fácil pode ter tocado alguma questão psíquica que fascina o leitor e etc. Todo escritor tem o seu nicho e você um dia achará o seu: é só não perder tempo nem energia se revoltando com o sucesso alheio. Não subestime nem superestime a obra de ninguém (assim como você não deve subestimar e superestimar as próprias obras). 
         Respeite toda e qualquer obra, mesmo aquelas que você não gosta. E, se algo não lhe agrada, simplesmente ignore e foque na sua escrita e no seu caminho (críticas destrutivas geram "ibope" para o autor tanto quanto elogios, razão pela qual existe aquela célebre frase: a sua inveja é o meu ibope). 

                   


4) Seja básico no início da carreira literária e não tenha medo de pontos "clichês". 

  Eu costumo comparar a escrita com a gastronomia: não adianta tentar cozinhar polvo e servir caviar se você não sabe nem fritar um ovo. A mesma coisa ocorrerá na escrita: não adianta apresentar ao público uma obra de grande complexidade intelectual, um soneto sofisticado ou um romance repleto de personagens e excentricidade se você não sabe rabiscar versos simples e escrever histórias simples. Muitas vezes, menos significa mais no início da carreia: não fique ressentido se o público mostrar mais interesse nas obras mais simples e você for complexo demais.
      Você pode até se tornar requintado quando estiver num ponto avançado de sua jornada, mas invista no básico para ser conhecido do grande público de leitores no início da carreira. Suba degrau por degrau de sua carreira sem ansiedade. Tenha paciência e construa o sucesso literário passo por passo. É melhor dar passos consolidados do que ser autor de uma febre literária tipo "fogo de palha". Construa lareiras de outono e não fogos de palha: lareiras de outono são mais duradouras. 
     Dá para ser profundo e simples ao mesmo tempo: você pode mostrar grande maturidade literária e altas reflexões psíquicas em uma linguagem equilibrada (nem tão coloquial e nem tão sofisticada e erudita). Para mim, a inteligência não está em complicar as coisas e tentar mostrar erudição na sofisticação densa, mas está na sua capacidade de traduzir ideias complexas em uma linguagem mais simples que consiga tocar uma grande variedade de público. 
    Quanto mais tipos diferentes de público você tocar, maior será o seu sucesso (obras demasiadamente excêntricas e complexas alcançam um público bem menor, e o sucesso apenas é grandioso quando abrange o número máximo de pessoas). Do mesmo modo, ocorre na gastronomia: o número de brasileiros, por exemplo, que gosta de arroz com feijão é bem mais elevado do que o número de brasileiros que gosta de arroz com polvo ou caviar. 
   Às vezes, um arroz com feijão bem gostoso é bem melhor que o sabor excêntrico e supostamente refinado do caviar. A sua escrita deve ser bem "arroz com feijão" no início da sua carreira: clássica, com arquétipos agradáveis e bem definidos e pontos "clichês". A comparação da escrita com gastronomia pode gerar metáforas das mais variadas e divertidas: o livro de febre literária seria "fast-food" (gostoso, irresistível, nada saudável e enjoativo), os clássicos seriam aqueles pratos bem temperados e atemporais e etc. 
        Ser um bom escritor é como ser um bom cozinheiro. Não pense que sua obra será rasa por ser "arroz com feijão": por mais que você invista num estilo clássico, o seu tempero será único e você pode incrementar seu texto com altas reflexões em uma linguagem mais simples e agradável (você é livre para escolher os seus temperos). Considere também um número equilibrado de páginas no início da carreira: obras entre cem e trezentas páginas são as mais equilibradas (nem tão longas e nem tão curtas). 
         Os arquétipos clássicos devem ser o seu ponto de partida, mas a forma como você conduzirá a história será de um jeito único, ousado e especial. Ninguém escreve um conto igual ao outro, assim como ninguém faz um omelete igual ao outro. Você só não pode apresentar uma obra insossa (o sal é o tempero fundamental de qualquer alimento). Equilibre, dentro de sua história, elementos clássicos e inovadores. Você pode ser básico com toques e temperos emocionantes ao mesmo tempo: eis o caminho do sucesso. 
        
     


5) Seja paciente, esteja aberto a outras carreiras além da literária e não desista nunca de escrever!

  Ser escritor é uma jornada emocionante e cansativa. O seu trabalho é intelectual e não será, inicialmente, recompensado. Você vai se fechar num quarto e ficar escrevendo durante horas sem que isso seja visto como um trabalho (muitas vezes, os outros julgam os escritores como desocupados e mandam a gente ir buscar um "emprego de verdade", o que pode ser muito irritante e frustrante). Mas, não se irrite: siga a sua intuição e apenas aceite os conselhos de pessoas sábias (fuja de pessoas negativas e de falas ignorantes como a daquelas pessoas que depreciam o seu trabalho ou sugerem empregos "tradicionais" para você). 
    Pode ser sábio se dedicar a outra carreira mais "tradicional" e com resultados mais imediatos se assim você desejar, considerando que a escrita só gera resultados a longo prazo, mas você não precisa abrir mão de seu lado criativo e de seus trabalhos com a escrita de ficção. 
     Ter outra carreira é uma forma de se qualificar e se realizar em outras áreas, driblando a ansiedade e a obsessão por sucesso literário. Ser focado na carreira literária é bom, mas até o foco deve ter a medida certa. O excesso de foco pode gerar ansiedade, obsessão e frustração. É bom explorar outros talentos e ter sempre um "plano B" na manga. 
     Uma forma de ter um plano B é usar o seu dom de comunicação, persuasão e escrita em outras áreas (geralmente dentro das ciência humanas, porque quem gosta das letras geralmente tem dificuldade com os números), tais como: Direito, Jornalismo, História e Filosofia. Muitos escritores bons também são bons jornalistas, historiadores, advogados, professores e etc. Letras também é um excelente curso para escritores, mas é sempre bom explorar outras áreas e conhecer novos ares. Talvez você deva se contentar com o fato de que precisa se "casar" com outra profissão e carregar a literatura como a sua "amante" (eu e minhas metáforas hehehe). 
       Não tenha medo de se dedicar a outra carreira ao mesmo tempo: você vai ver que ter duas atividades ao mesmo tempo pode inspirar ambas e trazer mais maturidade e crescimento individual em sua vida. Você também pode usar o seu dom literário muito além da ficção e ajudar muitas pessoas com seu jeito comunicativo e múltiplo. Quanto ao tempo, você vai arranjar tempo para ambas as atividades (fique tranquilo!). O importante é nunca desistir da escrita criativa (ainda que ela fique no papel da "amante" hehehe).
      Explore novas áreas: sua profissão "tradicional" pode ser a inspiração que faltava na sua obra criativa (e você pode se apaixonar por outras áreas também, assim como eu sou apaixonada tanto pelo Direito quanto pela literatura). Gaston Leroux, por exemplo, autor de "O Fantasma da Ópera", aproveitou muito de sua experiência no jornalismo policial e na advocacia criminal ao escrever (e a obra dele parece ser verídica pelo tom policial em alguns tópicos). Não são raros os escritores com diversas formações. 
          Seja paciente com você mesmo e com a sua escrita: não existem fórmulas de quanto tempo você deve levar para escrever um livro e de quanto tempo o sucesso deve demorar para chegar até você. Escrevas boas histórias, ainda que a atividade criativa leve anos de sua vida, rascunhos perdidos e obras iniciais publicadas sem o sucesso esperado. Tenha persistência: não dá para ser escritor por alguns anos e depois desistir, pois quem é escritor carrega o dom da escrita por toda a sua vida. 

                                 

Frase do escritor Richard Bach, 
autor de Fernão Capelo Gaivota e outras obras. 

Richard Bach é um exemplo de quem se inspira na carreira "tradicional" para deixar emocionante a obra literária criativa: sua experiência como piloto das Forças Armadas fez com que ele escrevesse sobre voo na ficção de forma sensacional. 

          


             Vá até o final de todas as suas metas literárias e tenha bastante perseverança e resiliência ao longo de sua jornada literária. Supere os obstáculos de cabeça erguida, pois todo escritor já é um vencedor por enfrentar a fadiga mental, o trabalho sem reconhecimento e a incompreensão inicial da sociedade. Seja você mesmo, siga a sua intuição e expresse o seu talento literário. Todo escritor profissional foi um amador que não desistiu (ver frase motivacional acima). 
                Apenas "semeie" boas histórias sem se preocupar com a "colheita" ou com o dia de amanhã. Trabalhando honestamente, um dia o reconhecimento virá. E, quando tudo parecer mágica, não se esqueça que você trabalhou duro para obter a vitória. 


Texto escrito por Tatyana Casarino.

Tatyana Casarino é especialista em Direito Constitucional, advogada, escritora e poetisa. 



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