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sexta-feira, 24 de maio de 2019

Resenha da Taty: Batalha Espiritual


                                           


Livro: Batalha Espiritual -- Entre Anjos e Demônios 
Conheça as armas da fé para o mais importante dos combates. 
Best-seller com mais de 3 milhões de exemplares vendidos. 

Autor: Padre Reginaldo Manzotti
Editora: Petra 
Número de páginas: 174


    Este grande sucesso literário do padre Reginaldo Manzotti é composto por dez capítulos, os quais retratam a batalha espiritual entre o bem e o mal e entre os anjos do Senhor e os demônios. Basicamente, o livro explica a origem do mal, segundo a visão católica, e traz aconselhamentos e direções boas para vencer as ações do Maligno. 
  Os capítulos são curtos, escritos em uma linguagem simples, e o final de cada capítulo expõe um salmo ou uma oração com o intuito de ajudar o leitor a se proteger do mal. É notável a bibliografia de qualidade citada ao final do livro (é interessante buscar cada fonte literária citada para suprir a curiosidade sobre o tema). Generosamente, Reginaldo Manzotti trouxe um compilado das principais obras a respeito de fé, moral, catolicismo, filosofia cristã e exorcismo, escrevendo com palavras simples e compreensíveis para o grande público sobre os grandes segredos espirituais que envolvem uma batalha vitoriosa e o triunfo do bem sobre o mal. 
     Consoante os ensinamentos do livro, a origem do mal estaria na soberba: um anjo de luz chamado Lúcifer passou a admirar a própria beleza e quis se igualar a Deus. Um dia, achou maldade dentro de si e, por querer se exaltar ao invés de reverenciar a Deus com respeito, foi lançado às pedras de fogo. Quando soube dos planos de Deus sobre a criação do ser humano -- uma criatura apenas menor do que os anjos, dotada de livre-arbítrio e detentora da redenção oferecida pelo Filho de Deus -- uma inveja corrosiva tomou conta de Lúcifer e, desde então, ele persegue os seres humanos para desviá-los da redenção divina e cortar a relação entre eles e Deus. 
      Nesse sentido, o maior desejo de Satanás é destruir a comunhão das pessoas com o Criador e, para tanto, ele utiliza as seguintes armas: mentiras, manipulações, seduções para o caminho dos vícios e decepções. Desse modo, ele aproveita a fraqueza inerente ao ser humano para induzir a maldade no coração humano, trazer o pecado para o nosso caminho e afastar as almas da graça santificante de Deus. 
          Quanto aos cuidados em relação à presença do mal no mundo, uma das grandes lições morais do livro é acerca da vigilância equilibrada sobre o Maligno: não podemos subestimar a ação do mal, mas também não podemos ter pavor do mal e superestimar o seu poder. 

                             

          


                    É recomendável não negligenciar a ação do mal no mundo: devemos sempre orar e vigiar como Jesus ensinou aos seus discípulos. A falta de consideração pelo mundo espiritual e pelas batalhas invisíveis travadas entre o bem e o mal é o que deixa o ser humano despreparado e suscetível à derrota pela tentação. Sendo assim, jamais devemos subestimar a presença do Maligno. O Inimigo espiritual existe e, como disse São Boaventura, ele poderia nos devorar a qualquer instante se não fosse a proteção do Altíssimo sobre nós.
              Contudo, também é aconselhável não superestimar o poder de Satanás, pois ele é uma simples criatura. O Maligno não tem autonomia nem liberdade para agir como quiser. Conforme o Catecismo da Igreja Católica, o Inimigo espiritual da humanidade precisa da permissão de Deus para agir no mundo. A permissão divina da atividade diabólica é um grande mistério, e o livro não responde àquela célebre e curiosa pergunta que costumamos fazer desde crianças: "Se Deus é bom, por que o mal existe?" 
               Apesar de não responder objetivamente à célebre e filosófica pergunta citada, o leitor pode tirar as suas próprias conclusões ao final do livro a respeito do porquê da existência do mal. Uma das possíveis respostas para a existência do mal estaria na necessidade de nossa fé ser provada -- e apenas o mal poderia testar o valor da fé em nossa vida. Sabe-se que a fé que tiver sido provada será mais preciosa que o ouro perecível, provado pelo fogo (cf. 1 Pd 1, 17). 
                       Além do mais, uma das histórias mais tocantes na Bíblia sobre a permissão de Deus para o Diabo testar um homem virtuoso é a de Jó, citada no livro no quinto capítulo. Jó era um homem íntegro, justo e temente a Deus. Mesmo assim, o Diabo teve a permissão de Deus para atacar a sua vida e arrancar tudo dele: sua saúde, sua família e seus bens. Mas, Jó perseverou e continuou louvando a Deus mesmo na tristeza -- ele não se revoltou contra o seu Criador assim como o Diabo queria. Com paciência e resignação, Jó continuou amando e servindo o seu Criador. 
                      A fé de Jó foi testada no fogo e tornou-se mais preciosa que ouro. Como tudo concorre para o bem daqueles que amam a Deus ( cf. Rm 8, 28), Jó reconquista tudo: família (Deus o abençoa com outros sete filhos e três filhas após a morte de seus filhos mais velhos), saúde (Jó apenas morre em idade avançada) e bens (Jó recebe duas vezes o que possuía antes). 


                                      

                          
                        A lição de Jó é aquela que o catolicismo ensina: nem sempre o sofrimento vem em forma de penitência para curar uma culpa precedente ou como lição moral para evitar uma culpa futura. A ciência, o poder e os desígnios de Deus são muito maiores e vão além de nossas capacidades de compreensão. Às vezes, o sofrimento vem apenas para testar a nossa fé ou por outros motivos que somente o mistério do Altíssimo compreende. 
                       Pessoas boas e virtuosas também sofrem (e incrivelmente são as mais testadas), mas possuem a seguinte diferença: enquanto as pessoas más perdem o seu caminho, a perseverança das pessoas boas permite a redenção e o triunfo em suas vidas. 
                     Portanto, devemos permanecer obedientes, fiéis e tementes Àquele que nos criou, pois o bem triunfará sobre o mal se combatermos os ataques do Inimigo espiritual com as armas da fé, da esperança e da caridade. O sofrimento é um dos métodos pedagógicos de Deus: doloroso e curativo. Através do sofrimento, alcançamos mais força e sabedoria. Afinal, a graça de Deus é o bastante e a força Dele brotará da fraqueza que o ser humano sente (2 Coríntios 12:9). 
                     Salienta-se que nem todo o mal que se manifesta no mundo é fruto de ações diabólicas. O mal nasce claramente de três focos: a "carne" (nosso eu egoísta e inclinado para o mal), o "mundo" (solicitações externas para o mal, como maus conselhos, pornografia, drogas e induções para o crime) e o "Diabo" especificamente (possessões e etc). A Igreja somente considera uma ação diabólica quando as outras duas fontes do mal estão descartadas e apenas apela para o exorcismo em última hipótese. 
              É válido reconhecer nossos próprios erros, defeitos, maus pensamentos e más inclinações (nem todo mal é fruto do Diabo). Também devem ser levadas em consideração as doenças mentais e sua relação com o mal e com o sofrimento (embora, muitas vezes, exista uma mistura entre transtorno mental e ação do Maligno em uma pessoa sob possessão, já que a possessão causa ou acentua males psíquicos). 
                  Considerando que nem todo mal advém do Diabo, aquele que pensa que o livro abordará essencialmente o exorcismo está enganado: a batalha espiritual trata de ajudar o leitor a vencer o mal no dia a dia através das ferramentas da fé. Talvez o quarto capítulo satisfaça os mais curiosos sobre as ações do Maligno, pois Manzotti expõe as reflexões do Padre Amorth, uma autoridade no assunto do exorcismo. Nesse capítulo, são abordadas as armas do mal (magia negra, maldições, mau-olhado, bruxaria e etc) a fim de que o leitor tenha conhecimento do assunto e saiba se proteger melhor. 


                                        

                 


                    Por fim, citarei as ferramentas da fé, ou melhor, as "armas" e as "armaduras" da fé que deverão ser utilizadas na batalha espiritual a fim de ocorrer o triunfo do bem sobre o mal. As armaduras da fé são: cinturão da verdade (entregar-se a Jesus é vestir este cinturão, pois Jesus é a verdade enquanto o Diabo é a mentira), couraça da justiça (dar a Deus e ao próximo o que lhes é devido), calçado do Evangelho da Paz (promover a paz e propagar a face de Cristo), escudo da fé (ser obediente à fé, assim como a Virgem Maria foi obediente) e o capacete da salvação (ter a esperança na graça divina e crer que passado, presente e futuro estão nas mãos de Deus).
                 Também portamos a espada do espírito (a Palavra de Deus é a espada do Espírito Santo) para lutar contra o mal. Afinal, temos poder e força para rejeitar o mal, pois a graça de Deus fortalece cada um de seus filhos e filhas. Entretanto, as armadilhas do Maligno tornam a nossa mente e alma vulneráveis aos seus ataques. Para nos ajudar a vencer essa batalha espiritual, Deus forneceu aos seres humanos armas espirituais. 
                      Dentre o "arsenal de combate", também dispomos dos seguintes itens: jejum (bom para treinar o autocontrole e o equilíbrio da vontade), caridade (fortalece nossa comunhão com Deus e expressa nosso amor ao próximo), cruz (símbolo do nosso Salvador e da nossa redenção e, por tal razão, os demônios a temem), nome do Senhor (os demônios temem o nome do Senhor por causa da força emanada pelo santo verbo), intercessão de Maria (o diabo tem medo de Nossa Senhora, porque ela é uma criatura nascida sem pecado, humilde e obediente a Deus desde sempre), invocação ao Arcanjo Miguel (esse Arcanjo é o líder do combate contra Satanás, prestando valiosa ajuda no combate espiritual), água benta (sinal sagrado que remete aos sacramentos e traz curas espirituais), sal bento (traz purificação ao lado da fé e do espírito de oração) e Eucaristia (o Cristo Eucarístico que caminha conosco é o mesmo que expulsou demônios). 
                        Para entender com mais profundidade todas essas armas espirituais citadas, sugiro a leitura desse livro. É uma leitura muito agradável e perspicaz que aumenta a fé e a força de seus leitores. De cinco estrelas, minha nota para este livro é a de quatro estrelas, porque os capítulos são curtos e o autor poderia ter aprofundado mais o tema. Pode haver um engano entre a fama do livro e o seu conteúdo: embora seu conteúdo seja ótimo, o livro é bem mais simples do que o marketing em torno do exorcismo sugere (alguns capítulos abordam casos de exorcismo de modo superficial e muitas perguntas sobre as causas do mal ficam sem respostas). Contudo, eu gostei da simplicidade do livro e meus capítulos favoritos são justamente aqueles sobre as armas da fé e não sobre o exorcismo propriamente dito. 
                         Sugiro um marketing mais adequado e uma edição mais colorida, pois as páginas cinzas dos capítulos tornam o aspecto visual melancólico, o que não combina com a alegria da fé. Livro recomendadíssimo!

Oração:

Levanta-se Deus, intercedendo a Bem-aventurada Virgem Maria,
São Miguel Arcanjo e todas as milícias celestes.
Sejam dispersos os inimigos de Deus,
fujam da Sua Face todos os que O odeiam
e O perseguem nos Seus filhos.

Amém.



Foto do meu livo sobre a minha escrivaninha. 



É interessante sublinhar certos trechos com marcadores de textos. 






Resenha escrita por Tatyana Casarino. 


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https://www.skoob.com.br/usuario/5835831

*Link do Livro no SKOOB:

https://www.skoob.com.br/livro/670351




Para encerrar a postagem, divulgo uma bela música que combina com o conteúdo do livro por retratar o tormento que Jesus sofreu no deserto (se até Jesus foi atormentado pelo Demônio, os seres humanos não estão livres dos tormentos do mal). Mas, foi no Deserto que Ele venceu... 



Iahweh (banda de rock cristã) feat. Padre Fábio de Melo - Deserto - Clipe Oficial



                    

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