O caderno digital de Tatyana Casarino. Aqui você encontrará textos e poesias repletos de profundidade com delicadeza.









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segunda-feira, 6 de maio de 2019

A vida é uma procissão






Quando caminhamos, somos livres,
as estrelas no céu e nós sobre a terra.
Não há mais algemas nem setas,
o único caminho está no olho do tigre.

Derramando sangue nas chagas das mãos,
grande e célebre é a sua coroação.
Anjos cantam sempre em outro ritmo,
entre o paraíso e a terra está o abismo.

Você está disposto a beijar o abismo?
Está disposto a ceder o seu ego
por uma coroa de louros e espinhos?
Então, veremos onde éramos tolos e cegos. 

Quando souberes sofrer, crer e suportar,
então terás aprendido o que é amar.
Eu venho de uma estrada de estrelas,
todas estão dispostas a dançar.

A beleza nasce da doce superação
de nossos pensamentos obscuros.
Quando tudo estiver incerto e escuro,
ouça com carinho o seu coração.

Na profundidade do abismo,
também moram luzes de sabedoria.
Eu caminho com a leveza de uma bailarina
nas tortuosas estradas dessa vida.

Já não suportamos mais a beleza,
já não queremos o cantar dos pássaros.
Mas, esses simples prazeres são bárbaros
e espantariam toda a humana tristeza.

Contemple a beleza da natureza,
ouça o cantar dos lindos pássaros
e beije docemente como os serafins.
Da vida, nunca saberemos o seu fim.

Por isso, cante enquanto há tempo
e abrace os seus doces sentimentos.
Caminhe sem rumo sob as estrelas,
pois a vida é uma procissão festeira.


Poesia escrita por Tatyana Casarino.


     Esta é uma poesia mística baseada no mistérios da existência e nos encantos do viver. A poesia relembra a natureza mortal do ser humano e proclama a importância de cultivar os prazeres simples e essenciais como a contemplação da natureza e as caminhadas livres sob as estrelas. 
  De forma delicada e metafórica, o caminhar sob as estrelas também pode representar a nossa travessia na terra. Tal travessia parece uma procissão feita durante a noite: escura, incerta, livre e guiada apenas pelas luzes das estrelas e pela fé. Afinal, como dizia Paulo de Tarso, caminhamos pela fé e não pela visão.  

Tatyana Casarino 

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