O caderno digital de Tatyana Casarino. Aqui você encontrará textos e poesias repletos de profundidade com delicadeza.









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sexta-feira, 13 de outubro de 2017

Retorno à inocência



Não quero tornar a vida grande,
quero gozar essa simples vida.
Não quero mais ser uma rainha,
mas sim uma gentil e doce menina.

Não quero sentir de todas as maneiras,
mas apenas sentir a vida rotineira.
Quero ser cotidiana, casada, tributável,
humilde, normal, simples e amável. 

Não quero ser mais a poetisa genial,
mas simplesmente a garota da fila.
A garota da fila do Mercado Amaral,
a mulher que você viu certa vez na esquina.

Se você está indo à Nova Era da Poesia,
deverá haver flores em sua cabeça.
Os seus pés estarão descalços na linha
que separa o seu passado e o seu futuro.

O meu ego era tão grande e expressivo
que não coube em minha mala.
Nela, levei só incensos e rabiscos,
bem como a oração de São Francisco.

Eu cantei a inteligência dos anjos,
escrevi poesias em idiomas celestiais.
Eu vi a loucura dos demônios,
senti a perturbação dos mortais. 

Eu caminhei no deserto árido e vil,
sentia tremores, angústia e frio.
O meu ego não será mais o mesmo,
deixei de ser ganancioso para ser sereno.

Como é lindo ser simples, 
como é lindo ser comum,
como é lindo ser anônimo.
Não preciso mais de feitos icônicos.

Quero passar pelo mundo 
como o sopro de um vento,
simples, quente, doce e fecundo,
espalhando belos sentimentos.

Não quero mais deixar legados,
mas apenas simples passos.
Serei como uma singela flor
que exalou um leve perfume de amor.

E, quando a flor murchar,
leve as pétalas para o mar.
Quero apenas me unir à luz.
Nenhuma glória além do amor me seduz!

Ainda que eu falasse a língua dos anjos,
sem o amor, sei que eu nada seria.
Ainda que eu fosse um gênio ou uma rainha,
sem o amor, inútil para a vida eu seria. 

O seu ego pode sussurrar em seu ouvido:
"você é mais inteligente, você é especial,
você não se enquadra, você é um proscrito."
Saiba que nenhum desses sussurros é real.

Alguém pode me perguntar o que eu prefiro:
se é a mente pesada ou o coração singelo.
Então, eu responderei com um doce suspiro:
"eu prefiro o coração, porque o coração é belo."

As pessoas que a nossa sociedade idolatra
são todas megalomaníacas ou psicopatas.
Até mesmo os poetas que eu costumava ler
não passam de gênios imbecis e desalmados.

O que adianta declarar que tem a alma grande
e expressar um coração tão preso e pequeno?
Pessoa e Baudelaire, na literatura, são gigantes,
mas na realidade são psicopatas ingênuos.

Todos aqueles que tentaram racionalizar o sentimento
não passam de imbecis, tontos, loucos e falsos gênios.
No nosso coração, habita o amor: a maior genialidade.
A filosofia idolatra a melancolia, mas eu amo a felicidade.

Eu não me importo com a métrica dentro da poesia,
pois não há fita métrica para a expressão da harmonia.
Faço versos que precisam ser tocados e sentidos.
O meu coração não necessita ser medido!

Há mais poesia no nosso amável cotidiano
do que em qualquer livro genial ou textos santos. 
No sorriso de uma mulher, há tantos versos,
assim como na faxineira esfregando o pano.

Talvez o jardineiro que rega as minhas flores
seja o mais genial de todos os poetas existentes.
A forma com a qual ele extrai mágica da semente
arrebata a natureza com todas as suas cores.

Todos parecem buscar sucesso e fama,
mas há no anonimato uma delícia suprema.
A delícia de ser livremente eu mesma
por todos os bairros e por todas as bandas.

Há no meu sorriso muito mais poesia
do que em qualquer verso escrito por mim.
Há no meu olhar muito mais fantasia
do que em qualquer linha escrita.

Não passam de seres absurdos e bestiais
esses desalmados e egocêntricos intelectuais.
Entre a culta teoria filosófica e o bom senso,
eu fico com o bom senso que é uma bênção. 

Eu não admiro mais pesadas mentes,
mas singelos corações, singelos corações.
O coração singelo é um manancial de ouro,
o mais valioso de todos os suntuosos tesouros.

O ego ferido tem o prazer de não se enquadrar
e, com raiva do mundo normal, fica a criticar.
Critica a tudo e a todos, mas sem justo êxito.
Todas as teses científicas sumirão com o vento. 

Durante todo este tempo, li tantos livros
e adquiri imenso conhecimento e cultura.
Mas a cultura realmente vai adiantar
quando você não sabe como aplicar?

O que me importa ser tão erudita 
e acabar chorando após uma briga?
Quero mesmo ter olhos de águia
para ser verdadeiramente sábia.

Entre o caminho intelectual e a sabedoria,
eu escolhi a sabedoria da sacerdotisa.
Quero um dia caminhar como o eremita
e ser uma mulher sábia e destemida.

Despida do meu ego, a minha alma está nua
e caminha estre as flores da inocência pura.
Na biblioteca da sabedoria, não há mais livros,
mas as bússolas dos seus nobres instintos.

Eu decidi parar de idolatrar os livros
para ouvir mais o meu singelo coração.
Eu retornei para o caminho da inocência,
onde não há ego nem fama da aparência.

Eu retornei para a minha inocência,
eu retornei para o meu singelo coração.
Eu estou livre do mundo das aparências,
quero apenas cantar a minha canção.

Não quero mais fama ou aplausos,
mas apenas uma consciência tranquila.
Para Deus, ninguém é anônimo,
pois é especial toda forma de vida. 

Como um pássaro que está a cantar
sem medo do que os outros irão pensar,
assim eu quero viver e escrever poesias.
A verdadeira genialidade é viver bem a vida!

Poesia escrita por Tatyana Casarino

            


    Esta poesia representa uma nova era em minha vida e em minha escrita: a era da simplicidade do coração. Haverá menos poesias melancólicas, filosóficas e intelectuais.  Em compensação, haverá muito mais poesias simples que retratarão a fé e o cotidiano.
     Hoje não leio mais poetas como Pessoa e Baudelaire. 
Abandonei definitivamente os poetas modernos, racionalistas, intelectuais e idolatrados pelas mídias e pelas universidades. Atualmente, meus poetas favoritos são os poetas místicos, especialmente os poetas persas. Rumi e Hafiz, por exemplo, são os meus poetas favoritos. 
    Escreverei poesias místicas a partir de agora, expressando os sentimentos de fé, esperança, amor e a nobreza das virtudes das religiões. Escreverei poesias inspiradas em diversas religiões, como o judaísmo, o cristianismo, a Cabala e o budismo. 
    Se alguém conhece algum poeta místico, pode sugerir nos comentários! O Recanto da Escritora retratará agora uma nova fase: a fase das poesias religiosas. Abandonei de vez a filosofia para mergulhar na religião! 
    Também deixei para trás a necessidade de escrever poesias melancólicas para escrever poesias repletas de energias boas! Escreverei ainda poesias melancólicas, mas serão poucas. Investirei mais no "melancólico gótico" da fantasia através de Poesias sobre Vampiros, por exemplo (estas poesias continuarão hehehe, pois amo escrever sobre sereias e vampiros). 
    Já não me importo com o mundo intelectual... Tudo o que eu quero é paz no meu coração. Sinceramente, não almejo mais reconhecimento literário ou agradar "críticos literários". Quero agradar o leitor e levar paz ao coração dele. Se eu levar paz a pelo menos um coração angustiado, estarei feliz. A minha meta literária não é fama, dinheiro, sucesso ou status, mas apenas uma: levar paz aos corações angustiados. 

   Aguardem! As poesias "New Age" e místicas vem aí...


Tatyana Casarino


Para quem quiser conferir, uma música que tem tudo a ver com a poesia:




Link do vídeo da música: https://www.youtube.com/watch?v=Rk_sAHh9s08



Return To Innocence

Love, devotion
Feeling, emotion

Don't be afraid to be weak
Don't be too proud to be strong
Just look into your heart my friend
That will be the return to yourself
The return to innocence

If you want, then start to laugh
If you must, then start to cry
Be yourself don't hide
Just believe in destiny

Don't care what people say
Just follow your own way
Don't give up and use the chance
To return to innocence

That's not the beginning of the end
That's the return to yourself

The return to innocence

Link da tradução da música:

https://www.letras.mus.br/enigma/12922/traducao.html




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