O caderno digital de Tatyana Casarino. Aqui você encontrará textos e poesias repletos de profundidade com delicadeza.









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segunda-feira, 23 de outubro de 2017

A Fada Misteriosa



Quando a professora colocou a garota
do outro lado daquela sala de aula,
o castigo injusto gerou uma jaula
feita de uma grande parede de vidro.

Ela tentava falar, mas estava muda,
ela tentava ouvir, mas estava surda.
Do outro lado do vidro, as crianças brincavam,
enquanto a garota estava tão solitária.

Ela trancou as suas revoltadas lágrimas,
bem como o seu amargo ressentimento.
Ela batia na parede, mas ninguém ouvia.
Ela tentava falar, mas nenhuma palavra saía.

Ela expressava um olhar melancólico
que brotava de seu pesado sentimento. 
De repente, sua visão ficou embaçada,
e ela via apenas silhuetas na vidraça.

As silhuetas riam, brincavam e pulavam
como manchas, sombras e fantasmas.
Ela encostou o nariz no vidro embaçado
antes de soltar um suspiro atravessado.

Então, ela se sentou no chão gelado,
encolhendo os joelhos até o queixo
e abraçando o corpo frio e estático.
Percebeu que tremia o seu corpo tenso.

Quando estava pálida e cabisbaixa,
uma luz azul apareceu na sala.
Era uma bela e sorridente fada
que portava um cajado prata.

Apenas ela podia ver a fada brilhante
que devolveu o seu sorriso e a sua cor.
A garota ficou rosada e bem radiante
quando sentiu a esperança e o amor.

A fada pegou levemente a sua mãozinha
e bateu no vidro com o seu grande cajado.
Depois disso, o vidro ficou todo rachado,
despedaçando-se em mais de mil pedaços.

O barulho lembrava a explosão das estrelas,
mas só a garota e a fada podiam ouvir a beleza.
Os cacos de vidro pareciam purpurinas cristalinas,
mas eles desapareciam na mística e invisível neblina. 

A fada beijou a bochecha da garota abençoada
enquanto as suas belas asas azuis balançavam.
Ela sumiu em alguns instantes depois de sorrir
ao ver a garota que brincava e se socializava. 

A garota olhou para trás em busca da misteriosa fada,
mas só conseguia ver um leve brilho prateado de purpurina.
Ela ouvia, falava e a sua visão não estava mais embaçada.
O seu coração agora estava cheio de graça e de vida.

Naquela tarde, quando a garota chegou em casa,
ela viu uma fada de vidro que brilhava como cristal.
A fada misteriosa estava sobre a sua escrivaninha
e lançava lampejos de luz ao ver a doce menina. 

Poesia escrita por Tatyana Casarino



*Esta caricatura da Taty foi feita pelo grande amigo Rudy. Uma singela homenagem ao meu amigo Rudy, que faleceu ano passado. Ele me ensinou a fazer caricaturas no Moment Cam e fez algumas caricaturas para mim, como esta. 

*A imagem da fada de cristal (primeira imagem da postagem) também foi enviada pelo Rudy através do Site e Aplicativo de Imagens Pinterest (ele que me apresentou ao Pinterest).


Esta poesia retrata a superação da fobia escolar e da fobia social de uma maneira divertida, envolvendo a magia das fadas.

Tatyana Casarino

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