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terça-feira, 5 de setembro de 2017

Analisando "Somewhere in Time".

     
               

       Olá, pessoal! Hoje eu vou analisar um dos meus filmes prediletos: "Somewhere in Time". No Brasil, o título do filme foi traduzido para "Em algum lugar do passado". Trata-se de um filme de 1980 estrelado pelo mais belo e talentoso ator da história do cinema (em minha opinião) Christopher Reeve (suspiros). Dirigido por Jeannot Szwarc, o filme é baseado no romance de Richard Matheson que inicialmente foi publicado com o título de Big Time Return em 1975. Depois, o romance foi republicado com o título oficial "Somewhere in Time". 
     Nascido em 20 de fevereiro de 1926, Richard Burton Matheson foi um reconhecido escritor, contista e roteirista norte-americano. Ele escreveu obras de diversos gêneros, incluindo fantasia, terror e ficção científica (um escritor do signo de peixes só poderia ser genial, altamente criativo e meio doido também). Certamente, a obra dele nos faz "viajar" em todos os sentidos (inclusive viajar no tempo, minha gente). 
      Algumas pessoas consideram Somewhere in Time como um drama de ficção científica (especialmente devido à viagem no tempo) enquanto outras classificam a história dentro do gênero romântico simplesmente. Confesso que não sou o tipo de leitora e telespectadora de ficção científica, mas sou uma leitora e telespectadora assídua e assumida de livros e filmes românticos (hehehe). 
     Talvez "Em Algum Lugar do Passado" não agrade aquele telespectador típico de ficção científica, porque não há robôs, máquinas do tempo, lutas com monstros, fórmulas químicas e ação. É um filmes do estilo mais "paradão" como muitos diriam, romântico, dramático, nostálgico e meio meloso... Ele desagrada uns por causa dessas características e agrada outros justamente por causa das mesmas características (hehehe). Certamente, o filme agrada muito as pessoas românticas...

                      

       
       Eu confesso que gosto de filme cult, "paradão", calmo e que você precisa prestar atenção nos diálogos entre os personagens e na resolução do enredo misterioso. Não gosto de filmes muito "agitados", cheios de "ação" ou repletos de "sustos" como o terror (hehehe). 
      Infelizmente, belos filmes mais clássicos e suaves acabam caindo no esquecimento hoje em dia. No ritmo frenético dos tempos modernos, as pessoas estão sempre ansiosas, correndo contra o tempo e só dirigem a sua atenção para as coisas "chocantes". 
        Atualmente, os jornais somente vendem quando suas manchetes são feitas de "fogo, bomba, sangue ou corrupção" e os filmes somente atraem a atenção quando "chocam" o telespectador. Salienta-se que as telenovelas estão cada vez mais loucas, agitadas e bombásticas, visto que hoje em dia só a polêmica vende infelizmente. 
        Sinto falta dos enredos simples, tradicionais e suaves, onde há mocinhos, mocinhas e vilões bem definidos. Mas, a impressão que eu tenho é que hoje o vilão faz mais sucesso do que os mocinhos... Considerando que o desenho animado mais famoso da atualidade carrega o título "Meu Malvado Favorito" (devo admitir que é uma animação boa hehehe), nós já podemos concluir muitas coisas, não é mesmo? 
         Sobre "Em algum lugar do passado", dizem que ele recebeu muitas críticas na época (como tudo o que faz muito sucesso, não é mesmo?). Na minha opinião, os críticos sempre têm "recalque" em relação aos escritores/roteiristas/diretores que fazem sucesso ou caem nas graças do povo.
         A história pode ser meio doida e ultrapassar a lógica... A linguagem do diálogo pode ser simples e imprevisível. Mas o fato é que ela toca o coração das pessoas. É a típica história que conquista o público devido à carga emocional profunda, arrancando lágrimas e sorrisos. 

                     

         

           E é isto o que mais importa em minha opinião: tocar o emocional. Ela toca a alma das pessoas de um jeito impressionante (algo que os críticos céticos ou recalcados jamais entenderão). E qual o motivo dessa história mexer tanto com o emocional das pessoas? Porque ela retrata o amor verdadeiro, a pureza, a delicadeza e o afeto que ultrapassa o tempo. 
         Mesmo sendo um filme "paradão" e dramático a ponto de tocar Rachmaninoff (melodia clássica) a todo instante (o que poderia cansar alguns), é um filme que possui muita popularidade entre as pessoas românticas de plantão que ainda existem por aí (como eu hehehe). Ele pode ter sido "esquecido" pela mídia (raramento vejo a Rede Globo passar este filme, por exemplo), mas é muito lembrado pelos fãs e internautas, especialmente após ter sido divulgado na Netflix. 
         Bem, feita essa introdução, vamos ao que interessa à postagem: a análise de Somewhere in time. Pegue o seu relógio de bolso e mergulhe no texto... Esqueça o tempo presente e viaje no passado junto comigo, leitor! 


Analisando Somewhere in Time

                    
Além da fantasia. Além da obsessão. 
Além do próprio tempo... Ele irá encontrá-la. 


        O filme narra a vida do famoso dramaturgo Richard Collier interpretado por Chistopher Reeve (curiosamente o personagem carrega o mesmo nome do autor da obra -- Richard Matheson hehehe -- já pensou se esta moda de batizar personagem com nome de autor pega?) que resolve viajar no tempo para reencontrar o amor de sua vida, a talentosa atriz de teatro Elise McKenna interpretada por Jane Seymour (a bela atriz britânica que atuou na série televisa Doutora Quinn também). 
          Muito embora ele fosse belo, inteligente e famoso como dramaturgo, ele vivia com "crises existenciais" e carregava uma nostalgia inexplicável. Certa vez, no ano de 1972, quando o dramaturgo estava conversando com seus fãs após a apresentação de uma peça teatral escrita por ele (escritores geniais de peças de teatro sempre me lembram um pouco o Fantasma da Ópera -- não sei o porquê hehehe), surge uma senhora enigmática da plateia, a qual provoca silêncio e espanto no ambiente. 

                        

           
            Ressalta-se que a senhora possui a aparência de aproximadamente 80 anos e é bastante elegante em seu vestido preto embora expresse um olhar melancólico. O encontro do dramaturgo e da senhora enigmática é o momento crucial da história, tendo em vista que ela entrega ao belo escritor de peças teatrais um lindo relógio de bolso e lança uma misteriosa frase enquanto olha profundamente os olhos dele: "Volte para mim!"
            Em 1980, oito anos após o encontro com a misteriosa senhora, o dramaturgo abandona o seu apartamento e a sua máquina de escrever e decide partir para um hotel a fim de espairecer a cabeça (ele parecia melancólico e com alguma espécie de insatisfação interior). 
            Quando questionado sobre como está o andamento da próxima peça e pressionado para entregar o roteiro aguardado pelas pessoas, ele simplesmente responde "não sei" e coloca as malas dentro de seu carro com um olhar sonhador e melancólico. Ele parecia estar numa fase "não sei quem eu sou ou para onde vou" (algo típico do signo do criador da história que inspirou o filme, que era de peixes hehehe). 
                   

              
               Chegando no hotel, ele decide passear pelo local, mas a maioria das lojas está fechada, bem como o restaurante. Sem ter muito o que fazer no hotel, ele decide conhecer uma sala histórica (a única que estava aberta naquele momento), a qual é uma espécie de "museu" com objetos antigos do hotel. Seus olhos brilham quando ele vê uma sala nostálgica repleta de objetos históricos aberta (Richard, eu te entendo, querido, também sou atraída pelo mundo retrô). 
              Dentro daquela sala, ele se depara com um quadro misterioso que faz o coração dele bater mais forte: o retrato de uma bela atriz que costumava se apresentar no teatro do hotel, a senhorita Elise McKenna (opa, história de amor entre escritor de peça de teatro e atriz me lembra muito o Fantasma da Ópera mesmo hehehe embora sejam duas histórias bem diferentes entre si). A partir desse instante, ele fica obsessivo (meu Deus, por que as histórias de amor que eu gosto sempre têm um cara com algum traço obsessivo? hehehe) e decide reencontrar a moça -- mesmo sabendo que a fotografia é do ano de 1912, minha gente hehehe. 
               Teimoso e obstinado, ninguém consegue tirar da cabeça dele o desejo de voltar ao ano de 1912 para ver Elise McKenna. Isso mesmo, querido leitor, o grande desejo do personagem era "viajar" para o passado. Que mulher poderosa essa, hein?! Ela era capaz de fazer um homem querer quebrar a barreira do tempo! Eita, isso é o que eu chamo de amor arrebatador!

                              

                
                Repararam que eu escrevi "reencontrar" a moça ao invés de "encontrar" em algumas linhas acima? Sim, ele desejava um reencontro mesmo, pois ele sabia que havia vivido naquele tempo também embora fosse apenas um jovem de 1980. Dentro de seu coração, ele carregava uma nostalgia inexplicável, a certeza de pertencer a outro tempo e a convicção de ter amado perdidamente uma mulher do passado (um pouco doido o enredo para alguns, mas cheio de charme e dono de um romantismo peculiar). 
              A fotografia da moça mexe profundamente com o coração dele e ele decide pesquisar tudo a respeito da vida dela. Sendo assim, ele pesquisa o nome dela nos livros da biblioteca, nas revistas e até visita uma escritora de biografia de atrizes famosas que guarda os objetos e roupas de Elise (naquela época não tinha Google para digitar o nome da pessoa, minha gente). 

                       

              

            Ele fica sabendo que ela era uma atriz muito inteligente, gentil e divertida, mas que se tornou uma mulher "fechada" em meados de 1912. Muito embora ela fosse bela, inteligente e famosa, carregava dentro de si uma melancolia inexplicável e uma nostalgia inconfessável (ele se identificou instantaneamente com ela, pois ele também carregava a mesma melancolia embora fosse belo, inteligente e um famoso dramaturgo). Mais uma vez, há a confirmação da teoria que o outro é um espelho astral/espiritual nosso. 
           Richard ainda descobre que a bela Elise possuía uma réplica do hotel e se assusta quando se depara com uma foto de seu rosto e a sua melodia favorita de Rachmaninoff na réplica de hotel dela. Essas eram as primeiras "provas" de que ele e ela haviam se conhecido. Afinal, de que maneira ela teria uma foto dele ou guardaria a gravação de sua música favorita dentro da réplica de um hotel? Ressalta-se que a grande prova de que ele havia vivido no passado era a sua assinatura na ata do hotel em 1912. 
                 

           

             Além do mais, o fato mais curioso que ele descobriu acerca dela era de que Elise guardava uma coleção de livros a respeito de viagens no tempo. O livro favorito de Elise era um livro de viagem no tempo escritor por um professor de filosofia que havia sido professor de Richard nos tempos escolares e acadêmicos. 
            Quando ele fica sabendo que a senhora enigmática que deu um relógio a ele e disse "Volte para mim" e Elise eram a mesma pessoa, o coração dele fica ainda mais decidido para voltar ao passado e aos braços dela. A senhora havia morrido na mesma noite em que deu o relógio a ele, mas ele somente descobriu esse fato um bom tempo depois. Em sua alma, já estava a decisão de voltar ao passado para reencontrar a jovem Elise. Diante dessa decisão, ele procura o seu antigo professor de filosofia, o Dr. Gerald Finney, autor do livro sobre viagem no tempo. 
            Ele pergunta ao seu professor sobre a possibilidade de viajar no tempo e o professor sugere a auto-hipnose para a realização do intento. O professor afirma ter viajado no passado por um breve período de tempo e ressalta a importância do local onde a viagem é realizado e do poder das sugestões mentais. Richard, então, volta esperançoso para o quarto do hotel e grava a sua voz em um playback dizendo: "Eu estou em 1912 e a minha mente aceita isso como verdade". 
          Richard afasta do quarto do hotel todos os objetos que lembram o tempo atual, corta o seu cabelo no estilo do passado e compra um terno "retrô". Ele passa dias tentando realizar a auto-hipnose e chega a suar de tanta fadiga mental (meus queridos, a fadiga mental é pior do que a física...), mas só consegue realizar o seu intento depois de muito esforço.

                 

         
         Ele descobre que a presença do playback prejudica a auto-hipnose, pois um objeto do presente atrapalha a crença mental de que ele está no passado. Sendo assim, ele esconde o gravador abaixo da cama e decidi falar para si mesmo as frases afirmativas da auto-hipnose. Richard dorme em sua cama do hotel durante a auto-hipnose e acorda em 1912 em uma poltrona de antigamente (não tentem a auto-hipnose em casa, queridos leitores). 

                       

          
          Destinado a procurar Elise, ele procura a donzela por todo o hotel. Ele assisti a alguns ensaios teatrais e pergunta sobre ela para outros autores, mas ninguém dá informações a ele. Então, ele decide passear na área externa do hotel e se depara com Elise caminhando entre as árvores (nessa parte, uma melodia começa a tocar e eu começo a chorar enquanto assisto a cena hehehe). Ela olha para ele e docemente diz: "É você?" E ele responde: "Sim, sou eu". 
          Embora ela se mostrasse feliz com a presença dele, Elise também demonstrava ser muito reservada, resistente e "difícil". Para ela aceitar o convite de um novo encontro com Richard, foi um desafio e tanto! Insistente, ele dizia a ela: "Por favor, não tenha medo de mim." "Você não sabe de quão longe eu vim só para vê-la." 

                

          
          Nessa última frase, eu dou risada, pois ele atravessou uma distância de 68 anos no tempo (ele viajou de 1980 para 1912). Realmente, ela não sabe de quão longe ele veio hehehe. Mesmo ocupada e repleta de ensaios teatrais, ela decide sair com Richard. Eles passeiam por toda a área externa do hotel, conversam e quase acontece um beijo quando ela vê o relógio de bolso dele (por sinal, o relógio que ela deu para ele em 1972 hehehe). 
         Como toda boa história romântica tem um vilão, o romance entre Richard e Elise encontra a oposição de William, agente de Elise, o qual acredita que o amor pode atrapalhar a carreira da atriz. O agente acompanha o trabalho de Elise desde a adolescência e é extremamente rígido e chato, proibindo a atriz de ter uma vida "normal" e de ter um amor. 

                       

          

              Em uma parte do filme, Elise diz para Richard: "Você não sabe o quanto é difícil ser uma atriz famosa". A bela atriz sofre devido ao próprio talento, tornando-se escrava de seu próprio sonho. Esse diálogo me remete à filosofia de Nietszche: "É pelas próprias virtudes que mais somos castigados". Quem acompanha o meu blog sabe que eu já fiz uma poesia a respeito dessa filosofia. Mesmo sendo dotados de beleza, inteligência, virtudes e talentos, Richard e Elise não conseguiam evitar a solidão e a melancolia. 
              Durante uma peça teatral de comédia estrelada por Elise, ela modifica o texto e faz uma declaração de amor para Richard que está na plateia: "Eu sei quem é o meu verdadeiro amor. É o homem que toda mulher gostaria de ter em seu mais profundo sonho do coração. Se ele estivesse aqui, eu pediria perdão a ele. É natural que eu não reconhecesse o amor rapidamente, já que foi ele quem despertou este sentimento pela primeira vez em mim."

                   

             
             O agente fica furioso com o fato de Elise ter modificado o texto, mas a plateia de emociona com o discurso da atriz e sua peça faz ainda mais sucesso hehehe. Após a peça, ela é convidada para ser fotografada. Quando Richard entra na sala onde ela está prestes a ser fotografada, ela sorri ao ver o amado. Sabe aquele retrato de Elise que Richard viu na sala do museu do hotel? Trata-se da fotografia retirada naquele momento.
             O sorriso doce dela que fez ele ficar obsessivo em viajar ao passado tinha sido motivado pela presença dele na sala de fotografia. O sorriso e o brilho nos olhos dela eram para ele. E ele sentiu isso desde a primeira vez que viu o retrato. Essa parte me arrepia e me emociona muito. 
           

                     

           

             Sabe-se que, após alguns passeios e diálogos, Elise e Richard se beijam apaixonadamente no quarto da atriz. É uma cena linda e profundamente romântica. Richard é bem alto e inclina a sua cabeça de modo tão suave e delicado diante de Elise que arranca suspiros. A forma que ele olha para ela é a forma com a qual toda mulher deseja ser olhada -- com suavidade, amor, respeito e até mesmo uma certa "devoção". Ele tem um jeito delicado sem perder a masculinidade (algo que só um ator com o signo de libra como Christopher Reeve poderia passar). 

                      

         

           E, antes do beijo, ele acaricia a face de sua amada enquanto olha em seus olhos (minha nossa, essa parte arranca muitos suspiros meus hehehe). Um detalhe curioso: As mãos dele são tão grandes que o rosto da atriz cabe dentro das mãos dele hehehe. Para mim, este é um dos beijos mais bonitos da história do cinema! É mais do que um beijo: é uma carícia entre lábios apaixonados hehehe. E ele a beija suavemente diversas vezes antes do beijo mais "intenso" digamos assim (opa!). O beijo vai ficando mais intenso aos poucos e há muita troca de carinho antes (perfeito!). 
           Todavia, a bela cena romântica é interrompida por brutas batidas na porta... O agente da atriz flagra o romance e acontece uma discussão entre Elise e o vilão. Para se desvincilhar do domínio que o agente quer exercer sobre ela, Elise luta a favor de sua vida pessoal e afirma não estar disposta a abrir mão de sua felicidade. Ela admite amar Richard e querer ficar ao lado dele. 

                      

           

             Furioso, o agente marca um encontro com Richard. Ele diz a Richard para desaparecer da vida de Elise, pois um romance atrapalharia a sua brilhante carreira. Richard tenta explicar de forma calma e ponderada (como um bom libriano hehehe) que não quer prejudicar a carreira dela. 
           Ele informa ao agente que também sonha em ver a atriz evoluindo na carreira e que compreende as expectativas depositadas sobre o talento dela. Porém, ele deseja estar ao lado dela. Richard diz: "Ela pode crescer na carreira e, ainda assim, ter a minha companhia. Quero ficar ao lado dela para sempre." 
                    
                            

             

            Contudo, Richard não consegue convencer o agente de Elise que um romance jamais atrapalharia a vida profissional dela. Desse modo, o vilão chama dois "capangas" que dão uma surra em Richard e amarram suas mãos, pés e boca (nessa hora, quero entrar no filme para ajudar Richard). Quando amanhece o dia, Richard consegue desamarrar as cordas que prendem o seu corpo e escapar do local que estava. 

                  

          

             Ao escapar da situação, ele retorna ao hotel e reencontra a sua amada. Apaixonados, eles fazem amor. É uma cena linda e profundamente delicada -- não há nada vulgar no filme. Eles se deitam e a vela que iluminava o quarto se apaga -- dando a entender que eles estão fazendo amor. Eu adoro quando ela solta os cabelos e olha para ele de forma doce e ousada ao mesmo tempo hehehe antes de eles fazerem amor. Ela tem cabelos lindos que ficam ocultos no tradicional coque formal da época. 
              A atriz já é linda, mas na cena de amor ela fica mais linda ainda, tomada por um brilho espetacular. E ele como sempre belíssimo -- dotado daquela beleza fatal de olhos claros e cabelos escuros, jeito delicado sem perder a masculinidade, traços faciais marcantes e corpo naturalmente bonito. A cena de amor é profundamente romântica, suave e emocional. Verdadeiramente sublime!

                   





            

               Após fazerem amor, eles decidem tomar café da manhã juntos. Eles conversam, riem e ele trata a amada do jeito mais carinhoso do mundo (como toda mulher sonha em ser tratada). Ele a trata como uma princesa... Richard é mesmo um príncipe (definitivamente, o homem mais bonito e charmoso da história do cinema em minha opinião hehehe). Em um momento, ela diz que pretende ajudá-lo a comprar roupas novas e que o casaco dele parece muito antiquado (ele pegou um casaco de 1900 para viajar para 1912 hehehe). 

                        

                

               Ele se levanta e pega o casaco. Na hora de vestir o casaco, ele diz entre sorrisos: Por que todo mundo implica com o meu casaco? Eu acho ele bonito e gosto dele. Salienta-se que, durante o filme, outros personagem haviam dito que o casaco dele parecia fora de moda. Naquele instante, ele tira do bolso do casaco uma moeda e lê o ano 1979 na moeda. Ao se lembrar que ele veio do futuro, o encanto da auto-hipnose e da crença mental de que ele está em 1912 se quebra e ele parece "congelar". Ao ver o seu amado desaparecendo, Elise grita o nome Richard entre lágrimas. 
               De volta para 1980, ele tenta várias vezes regressar para 1912, mas não consegue. Pelas emoções instáveis de estar separado de seu grande amor em 68 anos na linha do tempo, sua mente não consegue se concentrar na auto-hipnose e ele fracassa em todas as tentativas. 
                 

             
              Angustiado e depressivo, Richard fica uma semana sem comer nem beber. Os administradores do hotel arrombam a porta de seu quarto para tentar salvar a sua vida, mas já é tarde demais... Fraco daquele jeito e isento de nutrição e hidratação adequadas, Richard acaba morrendo no quarto do hotel. No momento de sua morte, entra uma grande luz da janela. O espírito de Elise aparece para buscá-lo e os dois caminham juntos em direção ao paraíso. Eles parecem flutuar sobre o céu nublado. De mãos dadas, eles partem para a neblina mística. 

Pontos Positivos:

1) Romantismo





   O filme é profundamente romântico e agrada as pessoas sensíveis, poéticas e com a alma apaixonada. Dono de um romantismo sublime e ímpar, o filme invoca doces sensações místicas e faz o telespectador flutuar no amor e no tempo. A atmosfera nostálgica certamente toca as pessoas que já viveram um grande amor inesquecível no passado ou que já perderam alguém que amava muito. 
   É um filme extremamente emocional capaz de "derreter" até mesmo as pessoas mais "fechadas". Ele passa uma mensagem muito linda a respeito de amor puro e incondicional. Em um mundo tão frio e calculista como o nosso, é bom saber que ainda há a salvação pelo amor. É ótimo saber que podemos amar as pessoas sem julgamento. 
  O amor é vivido de forma pura, onde não há o erotismo pelo erotismo. Até mesmo a "química" e a atração sensual entre eles ocorrem de maneira sublime, demonstrando um amor suave e evoluído. 


2) O personagem masculino demonstra as suas emoções

           

       


      Eu sei que o belo e talentoso Christopher Reeve já interpretou o super-herói mais famoso dos quadrinhos e do cinema mundial -- o Super Man hehehe. Mas, nesse filme, o ator interpreta um personagem muito humano que demonstra as suas fraquezas, angústias e lágrimas. Richard não é poderoso e cheio de força invencível como o Super Homem, mas melancólico, nostálgico, sensível e muito humano. 
      As cenas onde ele tenta fazer a auto-hipnose demonstram um lado frágil, nostálgico e sonhador dentro dele. Ele chora muito quando não consegue regressar ao tempo de sua amada novamente. Ele admite os seus sentimentos mais inconfessáveis e expõe o seu amor, a sua saudade, os seus sonhos, as suas obsessões e os seus desejos de forma transparente e sem medo. Em algumas cenas, podemos ver Richard chorando (ele é tão lindo que até chorando fica belíssimo hehehe). 
       Em uma sociedade que obriga o homem a "endurecer" e que não acolhe as suas emoções, o índice de suicídio masculino ainda é mais alto do que o feminino justamente pela dificuldade dos homens em desabafar o seu sofrimento e confessar os seus sentimentos. Por essa razão, é importante que a literatura e o cinema demonstrem personagens masculinos que expressam emoções. A arte sempre é um bom incentivo para o aprendizado emocional da vida real. 

3) Retrata um assunto filosófico e complexo de maneira simples e romântica

               


     Viagem no tempo é um tema que intriga cientistas, pesquisadores e místicos do mundo todo. O filme retrata a temática sem cair nos clichês de ficção científica: não há robôs ou máquinas do tempo hehehe. Richard faz a viagem do tempo sem o auxílio de qualquer máquina -- apenas com a própria mente. E vamos combinar que a mente humana é a máquina mais poderosa e intrigante que existe, não é mesmo? 
     De uma maneira simples e com o objetivo romântico de reencontrar a sua amada, Richard realiza uma viagem no tempo através de suas próprias sugestões mentais. Porém, será que realmente valeu a pena viajar no tempo? Os mais passionais e impulsivos diriam que sim, já que ele realizou seus desejos e foi feliz -- ainda que por um curto período de tempo. 
    Mas será que não seria mais lúcido evitar a viagem no tempo? Sem os véus do romantismo, acredito que ele poderia ser feliz no tempo presente e ter levado uma vida normal. A viagem no tempo provocou uma inadequação no presente e a sua morte abrupta. Um rapaz tão jovem, belo e talentoso poderia viver mais tempo e aproveitar a sua existência no presente. 
     A filosofia budista é a maior defensora da beleza do tempo presente. Para o budismo, todo o sofrimento humano deriva das angústias do passado e da ansiedade em relação ao futuro. Sendo assim, a armadilha do tempo cria a ilusão do sofrimento na mente humana. 
     Ao treinar a mente para se fixar no momento presente, o ser humano consegue a libertação de maus pensamentos e do sofrimento. Para se libertar do sofrimento mental, é preciso viver e aceitar o Aqui e o Agora.  
    A fim de atingir essa libertação e treinar a concentração da mente para que ela não se desvie do momento presente, o Budismo ensina mantras e formas de meditação. Um dos meus livros de autoajuda prediletos é "O Poder do Agora" de Eckhart Tole que ensina como se libertar da dor emocional através da concentração e da aceitação do presente. 
     Há um filósofo alemão que diz: "Nenhum passado merece ser revivido por melhor que ele tenha sido". Por coincidência, a colunista Ana Miranda do Caderno "Zoeira" do Jornal Diário do Nordeste escreveu um texto a respeito do tema "Saudade" que eu li no fim de semana passado. 
     Ela começa o texto com a seguinte frase: "Os meus amigos niilistas diriam que a saudade não existe." Depois, ela continua: "Ah, teorias! Diriam os meus amigos niilistas que sentem saudades aqueles que não amam a si mesmos o bastante para se bastarem a si mesmos, mas, meu Deus, quem é o bastardo que se basta a si mesmo? Somos todos órfãos de nós mesmos, Clarice Lispector escreveu a bela frase: Ah, quando eu morrer vou sentir tanta saudade de mim.. diriam os niilistas que sentimos saudades apenas de nós mesmos. Mas seja assim, ou não seja, o que sei é que a saudade dói." Sensacional a escrita de Ana Miranda, não é mesmo? 

4) Figurino

           



   O figurino do filme é espetacular! Eu bato palmas e "tiro o chapéu" para o capricho com o qual o figurino foi confeccionado para este filme. Perfeitas as roupas de cada personagem! Ao ver o figurino das pessoas nos diversos cenários, o telespectador viaja no tempo junto com Richard. Você realmente acredita que está em 1912 hehehe. 

  5) Trilha Sonora

                


     A trilha sonora é a que mais chama a atenção do telespectador sem dúvidas. Eu amo as melodias instrumentais tocadas no filme, especialmente Rachmaninoff. 
    Muito embora exista um certo "exagero" no número de vezes que a música principal do filme é tocada (demora para sair da cabeça depois que você assiste e ela é bem melancólica de certa forma hehehe), a trilha sonora ajuda a compor o "clima" emocional dos personagens e a provocar empatia no telespectador.  


Pontos Negativos:

1) Não há um final feliz tradicional 

            


     Se você é do tipo que gosta de finais "bonitinhos" e tradicionais, esqueça o filme! O filme é diferente, envolvente, fantasioso e, de certa forma, "místico", misterioso e "nebuloso". 
    Trata-se de um filme do gênero de Fantasia e com total liberdade para escapar da "lógica". Digamos que a história segue um fluxo misterioso e está repleta de "licenças poéticas" hehehe. O personagem morre no final e encontra a sua amada no plano espiritual. Para quem não acredita no plano espiritual, talvez o final não consiga agradar ou demonstrar a sua graça e encantamento onírico. 

2) Nem todos os enigmas são resolvidos 

             

      
     Dentro da temática romântica e fantasiosa do filme, são deixados alguns enigmas como a origem do relógio de bolso de Richard. Considerando que ele recebeu o relógio de presente de Elise e deu o relógio a ela quando voltou ao passado, o telespectador fica sem saber de quem era o relógio na verdade. O relógio é um grande paradoxo no enredo. 
      Além do mais, a própria origem do personagem é duvidosa: seria ele um viajante do tempo desde o início? Se ele já havia vivido em 1912 e Elise se tornara uma mulher "fechada" no mesmo ano, pode-se concluir que ele fez uma viagem no tempo antes e ela ficou triste assim que ele "desapareceu" pela primeira vez. 
      Dessa forma, ela saberia desde sempre que ele era um viajante do tempo e, por isso, gostava de livros com a temática "viagem no tempo". O fato de ele ter assistido às aulas de um professor e filósofo que escrevia a respeito de viagem no tempo pode comprovar que ele sempre gostou do assunto e já havia viajado no tempo antes. 
       Há diversas teorias para a origem de Richard. Os telespectadores espíritas dizem que ele realizou uma regressão de vida passada na verdade enquanto os mais científicos filosofam a respeito de paradoxos quânticos e temporais. 
       O tema gera polêmica e abrange diversas reflexões acerca de projeções mentais, projeções espirituais, auto-hipnose, sugestões mentais, sonhos compartilhados, sonhos lúcidos, encontros astrais e viagens astrais. 
      De qualquer forma, a falta de resolução de enigmas pode ser um "defeito" do filme, mas é justamente o mistério da história que faz com que ela encante gerações e emocione tanto as pessoas.

Postagem escrita por Tatyana Casarino.

**Eu mesma já viajei no tempo diversas vezes, minha gente. São tantas vidas passadas, tantas recordações, tantos sonhos... Minha alma é pura nostalgia. Minha Nossa! 

Observação: Trata-se de uma brincadeira. As imagens são caricaturas criadas no MomentCam. 

Confiram as imagens abaixo:




                                     





                                          

Taty Casarino

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