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domingo, 30 de julho de 2017

O soldadinho de chumbo e a bailarina



Na Rússia, o inverno é rigoroso,
é natal e a neve cai lá fora.
Pendurada na árvore de natal,
uma boneca bailarina charmosa.

Sinos tocam, beijando o ar,
os soldadinhos de chumbo se levantam.
Os bonecos começam a cantar
e a bailarina cai na caixa de música.

Embalada pelo som dos sinos,
a caixinha de música começa a girar.
Com a perninha para trás, ela está a dançar
sob o olhar apaixonado de um soldadinho.

Um soldadinho que perdeu a perna
e está aprendendo a se equilibrar.
Um soldadinho que está sempre em alerta
para sua coragem não quebrar.

Quando percebeu o olhar do soldadinho,
a bailarina saiu de sua caixinha.
Ela caminhou em passos de dança até ele,
e ele percebeu o que era receber carinho.

As outras bailarinas riam dela 
e diziam que ele era tão esquisito.
Por que uma bailarina tão bela
se apaixonaria por aquele soldadinho?

Mas, ela via o sol onde viam inverno,
ela via luz onde as outras viam escuridão.
O seu jeito sempre tão lunático e terno
era capaz de ver, por trás do chumbo, o coração.

She is the only one that see the winter sun,
she is the only one that see the winter sun.
She loves him, she loves the stranger soldier,
she loves him, she loves the stranger soldier.*

He can not walk, but she loves him.
Ha can not walk, but she loves him.
She is the only one that see the winter sun,
she is the only one that see the winter sun.*

É verdade que ele não pode andar,
mas ele ainda pode amar.
É verdade que ele é feito de chumbo,
mas existe nele um coração a pulsar.

A luz dela é muito mais fácil de ser vista:
bela como as flores e calorosa como o dia. 
Ela é aquela carismática e doce donzela,
ela é como o sol dourado da primavera.

Mas raras são as pessoas capazes de ver
a luz oculta perdida na ampla escuridão. 
Raras pessoas são aquelas que veem
o sol que brilha no inverno e no coração.

Ela deu uma fita cor-de-rosa ao soldadinho
que guardou no bolso do uniforme.
Todas as noites ele sorria pela sorte
de ter encontrado tão raro carinho.

Ele beijava todas as noites aquela fita,
pensando em acariciar os cabelos dela,
beijar os seus lábios e abraçar a donzela.
Ela era o seu sol do inverno, a sua estrela-guia.

A fita que outrora prendia o cabelo dela
era um símbolo do amor da donzela.
Uma promessa de lealdade eterna,
uma promessa de carícias ternas.

Certo dia, ele pegou uma muleta de madeira
para chegar até a árvore de natal da bailarina.
Mas, ao lado dela, havia uma grande lareira.
Então, o soldadinho tropeçou na muleta escorregadia. 

A bailarina caiu na caixa de música
e, enquanto dançava e rodopiava,
desciam de sua face silenciosas lágrimas.
Quando encontraria de novo uma alma pura?

Das cinzas do soldadinho, avistaram um coração,
um coração de chumbo amarrado numa fita,
que simbolizava o amor que ultrapassa a vida.
Nem mesmo a morte ceifa uma leal união.

Ya tebya lyublyu.
Ya lyublyu tebya vsem serdtsem.
Ya tebya lyublyu.
Ya lyublyu tebya vsey dushoy.*

Poesia escrita por Tatyana Casarino.

Esta Poesia foi inspirada no conto "O Soldadinho de Chumbo" de Hans Christian Andersen. 

Para quem quiser ler o conto, eis o link do conto:

http://www.qdivertido.com.br/verconto.php?codigo=5

Esta poesia será o "carro-chefe" do livro de poesias "Bailarina Lunática & outros poemas" de Tatyana Casarino. 

Confira a tradução das estrofes em inglês e da última estrofe em russo:

*Ela é a única que vê o sol do inverno,
ela é a única que vê o sol do inverno.
Ela o ama, ela ama o estranho soldado.
Ela o ama, ela ama o estranho soldado. 

*Ele não pode andar, mas ela o ama,
ele não pode andar, mas ela o ama.
Ela é a úncia que vê o sol do inverno,
ela é a única que vê o sol do inverno.

*Eu te amo.
Eu te amo de todo o coração.
Eu te amo.
Eu te amo com toda minha alma.

Observação: Haverá mais poesias de contos de fadas! Aguardem!

Abraços,

Taty. 


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