O caderno digital de Tatyana Casarino. Aqui você encontrará textos e poesias repletos de profundidade com delicadeza.









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terça-feira, 14 de março de 2017

Interpretando a Poesia Operação Poética



                           

            Olá, pessoal! Hoje venho interpretar junto com vocês uma de minhas próprias poesias: Operação Poética. Esta é uma poesia bem antiga e quem me acompanha sabe que eu evolui de uns tempos para cá -- tanto na forma quanto no conteúdo da Poesia. Esta é uma poesia absolutamente simples, mas com uma mensagem tocante. Por isso, considero estes versos muito especiais.
         Esta poesia foi escrita há muito tempo, mais precisamente meados de 2012. Mas ainda me lembro do meu processo criativo. Tudo começou com um convite: eu havia sido convidada para participar de um Sarau literário da poetisa gaúcha Ruth Larré. Quem me convidou foi uma amiga muito querida que sabe que amo ler e escrever poesias. Essa minha amiga disse: "Taty, leve para o sarau algumas poesias suas, pois poderá ter a oportunidade de declamar uma poesia." 


          
        Bem, eu nem sabia onde e como iria ser o Sarau... Eu só tinha o livro da poetisa e fiquei lendo na noite anterior. Também preparei uma pasta com algumas de minhas poesias favoritas para escolher uma na hora do sarau. Sempre gostei de arrumar minha bolsa e pastas na noite anterior. Aí me deu um "insight" e eu pensei: Vou escrever uma poesia diferente para levar amanhã. Deitei em minha cama e peguei minha lapiseira e meu caderninho de poesias. Olhei para a minha lapiseira e pensei: Nossa, como ela parece um "bisturi" (hahaha, eu pensei isso). Então, eu senti um "sussurro interior" (sim, minha gente, minhas inspirações são assim, tá bom?). O sussurro me "dizia": Por que você não compara o médico e o poeta? Eu atribuo aos anjos tais inspirações repentinas, mas acreditem se quiser. ;)
             Então, eu passei a escrever e, quando a lapiseira tocou o papel, eu pensei: Gente, isto é como se fosse uma operação. E logo escrevi os versos que vocês verão a seguir. Além de comparar o médico e o poeta, eu também quis explicar como funcionava o trabalho de um poeta e a sua magia.
           Feita esta introdução, vamos interpretar a poesia, comentando as suas estrofes!



                

***Analisando a Poesia Operação Poética




Eis que o vento clama
por folhas que levitam
os versos do poeta.

*É como se as inspirações viessem a partir do vento ou do ar dos pensamentos... E as folhas de papel do poeta fossem como as folhas das árvores balançadas pelo vento. 

De uma imagem,
brota um sentimento
belo, mágico e eterno
dentro da alma.

*As minhas inspirações acontecem por meio de imagens quando ouço música ou sonho acordada. A partir da imagem, brotam sensações.

Se o filósofo é parteiro de ideias,
como eternizou o sábio Sócrates,
então o poeta é parteiro de sentimentos.

*Do mesmo modo que os sentimentos surgem no poeta, eles surgem no leitor. O poeta transmite sensações, emoções e sentimentos por meio de palavras, sendo um "parteiro de sentimentos."

A caneta é o bisturi,
que rasga o papel
para tatuar o sentimento
que a alma do poeta abriga.

*Aqui entra a analogia entre a caneta e o bisturi. No papel, ficarão registrados os sentimentos.

Eis então a simbiose
Formada entre poeta e papel,
o qual passa a ser,
quase sem querer,
o raio-x de sua alma.


*A partir do momento que o poeta transfere para o papel os seus
sentimentos em palavras, o papel passa a ser o reflexo dele. 


Descarga elétrica:
é assim a inspiração.
Vem, repentinamente,
quando o poeta menos espera.

*Quis descrever o quanto a poesia vem de forma inesperada, complementando o relatado na estrofe onde cito o vento. Também pensei em outra manifestação da natureza: raios. Mais uma vez comparando a natureza com a inspiração (vento, raio...).

E, atacado pela surpresa
do som dos anjos inspiradores,
o poeta parte para mais uma operação.


*Aqui eu imaginei que a inspiração pode vir de Anjos tocando trombetas. 
Relata novamente o caminho entre a inspiração e a operação/escrita.


O papel é o seu suporte,
e, a caneta, sua varinha de condão,
a qual faz as mágicas de escrever
os versos transportados do coração.

*Mais uma possível analogia com a caneta: além de ser considerada "bisturi", ela pode ser uma varinha de condão. Há algo misterioso e mágico na atividade de escrita poética.

Todo poeta precisa ser mágico
para transformar sentimentos indescritíveis
em versos rimados ou livres.

*Os sentimentos são invisíveis e indescritíveis. Porém, o poeta é o único ser capaz de tornar o sentimento visível por meio de versos e descritível por meio de metáforas. 

Alguém consegue descrever o Amor, por exemplo? Não, a gente apenas sente aquele "calor no coração". Mas, Camões "descreveu" o Amor de certa forma quando afirmou em sua poesia: Amor é um fogo que arde sem se ver... Entendem como é mágica a habilidade do poeta em descrever o indescritível e impenetrável mundo do sentimento?

A inspiração é uma poção secreta
de fórmula desconhecida
que chega, de repente,
para trazer vida a uma nova poesia.

*Nesta estrofe, eu elucido novamente o mistério da inspiração. De onde vem a inspiração? Como ela brota? Qual a sua fórmula desconhecida?

Para ser poeta, é preciso ter:
um coração cheio de sentimentos,
uma alma ultrassensível,
além da habilidade mágica
de descrever o indescritível.

*Para encerrar, a última estrofe da poesia diz o que o poeta precisa ter: um coração cheio de sentimentos (a fonte da inspiração), a alma ultrassensível (para sentir intensamente e captar as sensações) e a habilidade mágica de descrever o indescritível. 

Link da Poesia:



 Por fim, sempre acreditei que há algo de "metalinguagem" nessa poesia... Como se fosse uma poesia nascida especialmente para explicar como a poesia funciona hehehe... Escrevi uma poesia para falar sobre poesia. Justamente por essa razão, senti que seria interessante recitar tais versos num Sarau literário. E o Sarau, por coincidência, aconteceu em um local onde havia vários consultórios médicos no mesmo edifício hehehe. 

Comentem as suas próprias opiniões e interpretações acerca dessa poesia. Qual poesia vocês gostariam de ver por aqui também?

Abraços,

Taty. 








            

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