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segunda-feira, 7 de novembro de 2016
O beijo do vampiro
Tantos fantasmas na estrada
esperando a carruagem da donzela.
Noite escura, ponte amaldiçoada,
o vampiro quer o beijo doce dela.
Lua cheia, céu profundo, estrelas,
cenário perfeito daquela fascinação.
E, quando o sangue derrama quente,
o vampiro vibra como um trovão.
Um vestido de renda negro que se alastra,
beijando lentamente todo o salão.
Misteriosas estátuas deslizam e se afastam,
os brincos de rubi brilham como um vulcão.
A cauda do vestido negro é o céu,
e sua pele branca resplandece como a lua.
A cauda do vestido negro é o mar
cujas ondas são tecidas pelo caminhar.
O vampiro dança com a donzela,
a Fera abraça docemente a Bela.
O leão se apaixonou pelo cordeiro,
naquela noite melancólica de Janeiro.
O vampiro beija o pescoço da dama,
que exala um suspiro de prazer e dor.
Sob a pele fria, há uma alma em chamas,
tremendo por dentro de tanto ardor.
Seus dentes despedaçam a renda do vestido,
buscando pelo sabor do ombro dela.
O castelo é acariciado pelo calor das velas,
que anunciam flamejantes cantos místicos.
Ele suspira enquanto os ombros dela sangram,
ele puxa os seus cabelos e sussurra uma tolice.
Ele está caminhando embriagado pelo vento profano,
mas ela já se comporta como uma imperatriz.
"Meus ombros doem." ─ Ela sussurra.
E, então, ele lambe os arranhões.
Bebendo do sangue da alma pura,
ele navega por obscuras tensões.
Ela suspira docemente durante o beijo,
recitando juras de eterno amor.
Nos olhos dele, há a malícia do cortejo
pronta para torturar o seu esplendor.
Suas carícias mergulham no mar
daquele vestido negro de renda.
Ele é como o barco do amar,
provocando as ondas de sua tenda.
Ela é como uma sereia noturna,
e o mar é todo o seu corpo.
Seus seios são o porto seguro
onde a face dele pousa.
Poesia escrita por Tatyana Casarino.
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