O caderno digital de Tatyana Casarino. Aqui você encontrará textos e poesias repletos de profundidade com delicadeza.









Contador Grátis





quarta-feira, 7 de outubro de 2015

La pluie de larmes


*La pluie de larmes = A chuva de lágrimas (tradução do francês para o português)



Silenciosamente, a flor chora
quando a noite tece as lamúrias
de um coração de ternura
que faz versos sem demora.

É rápido perceber uma dor.
Tudo começa com um nó na garganta
que queima as lágrimas interrompidas.

Depois, o estômago dói
como se tivesse levado um choque.
A lua balança as decepções
em seu ventre de cristal.

Não sou fraca nem tão forte,
sou essa alma que grita de sede,
sede de paz, sede de Deus,
sede de amor, sede de Vida.

Silenciosamente, a lua tece o passado,
revirando os baús das emoções.
Os caranguejos retornam ao mar,
tudo é dor, nostalgia e amor.

Silenciosamente, as mágoas voltam a queimar
como águas vivas atacando os banhistas.
Enclausuradas, as feridas sangram
como as lágrimas vermelhas que tu estás chorando.

A tua sensibilidade oculta se revela
ferida a cada palavra, magoada a cada gesto,
acuada, escondida, trancafiada
na escuridão de uma caixa.

Eis que a caixa escura foi balançada,
colocada de cabeça para baixo,
e dela saíram mil estrelas abençoadas,
tecendo de versos a tua estrada.

As tuas emoções enforcadas
hoje balançam como sinos.
Os pêndulos da vidraça
indicam onde a lua se escondeu.

Venha, doce criatura, deite no meu colo,
conte para mim dos teus amores,
exorciza de vez todos os teus rancores,
chora hoje como se fosse uma nuvem.

Tu és uma nuvem carregada,
acizentada, tempestuosa e brava
que carrega toda a chuva oculta
cujo céu ainda não fez chover,

Chuva de lágrimas, chuva,
chuva de tristezas, chuva,
chuva de mágoas, chuva,
chuva de belezas, chuva.

O choro é uma chuva
que fertiliza a alma
de sensibilidade e sabedoria.

O choro é uma chuva
que lava a nossa alma
dos seus rancores e nos imuniza.

O choro é uma chuva
que limpa o mal da alma,
mergulha no mar e exorciza.

Ter dor na alma é ter uma nuvem
carregada de lágrimas e não saber chover.
O poetas antes de mais nada
é o homem que colhe o sol,
alimenta-se da lua e faz chover.

Do quadro na parede, toda a água é derramada,
nossa alma hoje exposta como uma gravura,
ser poeta é fotografar sentimentos, captar a lágrima,
transbordar em palavras, transbordar...

Poema de Cathy Lee, personagem poética gótica e melancólica de Taty Casarino.


Nenhum comentário:

Postar um comentário