O caderno digital de Tatyana Casarino. Aqui você encontrará textos e poesias repletos de profundidade com delicadeza.









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sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Nostalgia





Há tempos vejo sorrisos
que mudam de faces.
Há tempo vejo lágrimas
regando flores de outros jardins.

Nostalgia, eu quero a sua utopia.
A esperança de tempos remotos
arde na alma que já mudou.

O tempo passa,
a gente muda.
Mudas miúdas de flores
brotam nos jardins do futuro.

Os olhos são passados,
a vida é breve.
As utopias morrem
assim como você.

O futuro sonhado no passado
era apenas uma doce ilusão
pueril, inocente e sem sentido.

O passado visto hoje
representa um oásis inexistente
que sorria no meio da gente.

Quase todos os amores
viraram pó e lembranças.
Quase todos os sorrisos genuínos
foram apagados pelas vaidades.

Em verdade, os tempos bons não voltarão.
Amores secretos, uniões fraternas,
noites de verão à beira da piscina:
memórias de sorrisos doces,
sonhos em vão, mera ilusão.

Famílias unidas, entrelaçadas,
laços de alma e de sangue,
conversas que adentravam madrugadas,
cantos de ópera e oração.

Promessas descumpridas,
laços desfeitos, mutação.
Viagens inesperadas
que surpreendem o coração.

Tudo o que eu senti hoje
pode ser traduzido em duas palavras:
dor e saudade.

Dor, saudade,
saudade, dor, dor,
dor, saudade.

Saudade do sal
que temperava o passado.
Saudade do sabor
da vida sem dor.

Saudade dos sorrisos genuínos,
saudade da nossa leveza farta,
da nossa alegria inata e pueril.

Saudade de sorrir levemente
após conversas inocentes
em belas tardes de verão.

Saudade de tudo o que vivi
e de tudo o que me faz sorrir.
Saudade é a dor de não poder reviver
tudo aquilo que insiste viver em mim.

A vida é uma eterna morte.
Mudar, de certa forma, é morrer.
Hoje o passado está morto,
tudo muda conforme a estação.

As flores nascem, crescem e morrem.
Os seres nascem, crescem e morrem.
A vida é a eterna inconstância,
instáveis são os rios da vida.

O que éramos ontem
hoje já não somos mais.
O que somos hoje
morrerá quando vier o amanhã.

Quando vier o amanhã,
não se esqueça dos sorrisos passados,
resgatando as palavras ditas e perdias
nas esquinas de seu coração.

Poesia de Tatyana Casarino

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