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terça-feira, 21 de abril de 2015

Vigilate et Orate



É verdade que tudo era perfeito
como um raio de sol divino,
eis que de repente tudo fica escuro,
lapso de uma sutil queda.

É como se um eclipse escurecesse a vida,
cobrindo as estrelas com o manto frio,
choroso e úmido da melancolia.

Debaixo do trono da papisa,
há uma caixa vazia.
Eis que olho para os lados
e vejo as feras soltas rugindo.

Cristo disse: "Vigiai e orai".
Eis que eu dormi um pouco mais
e acordei por causa das mordidas das feras.

Um instante sem vigília
pode ser a nossa ruína.
Mergulhada no poço
dos meus vícios esquecidos,
eu renasço das cinzas (mais uma vez).

Vícios aparentemente já superados,
lágrimas que já foram enxutas,
tudo volta numa fração de segundo
de um instante sem vigília.

Hoje eu perdi a tampa
da caixa de Pandora
e só Deus poderá socorrer.

Aranhas, lagartos e serpentes,
feras rangendo os dentes,
besouros, baratas e escorpiões
diante do meu santuário outrora imaculado.

Os anjos me guiam,
eis que saio da escuridão.
Sussurram em meus ouvidos
os gloriosos anjos da vigília:
"Vigilate et Orate,
orate et vigilate".*

Poesia de Taty Casarino.


*Tradução do latim para o português da expressão cristã "Vigilate et Orate,
orate et vigilate": Vigiai e Orai, Orai e Vigiai.


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