Naquelas tardes fogosas,
interpretações de versos e beijos
ocultos nos porões da estranheza.
Belas flores francesas
trazidas dos jardins da arte,
superando a verdade,
reflexos de uma sociedade.
Verlaine, Verlaine, o que mais encanta
a sua alma violenta e poética
é o mistério de Rimbaud.
Na tua prepotência vil,
pensas que só tu podes interpreta-lo.
Mergulha na alma de Rimbaud
na esperança perigosa de possui-lo.
No teu leito, deitas ao lado da mulher.
Mas, nos teus sonhos, é Rimbaud que aparece
a atormentá-lo com sua vertigem.
Então pensas: Cadê Rimbaud?
Este amor é tanto que se torna ódio,
o espaço entre o beijo e o revolver é pequeno
diante da profundeza visceral do teu sentimento.
Como um encanto lúgubre,
assim é o teu sorriso.
E, nas tuas mãos, o sangue da paixão
custa a escorrer até a alma.
Noite profunda, sensação poética,
tiros e açoites são os sons daqueles versos.
Tardes de inverno, encontros poéticos,
doces ironias de uma paixão profética.
Taty Casarino.
Poesia escrita por Taty Casarino baseada na triste e turbulenta história de amor de Verlaine e Rimbaud, a qual culminou em tentativa de homicídio quando Verlaine disparou dois tiros em Rimbaud.
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