O caderno digital de Tatyana Casarino. Aqui você encontrará textos e poesias repletos de profundidade com delicadeza.









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domingo, 25 de maio de 2014

Alma de lobo




Dentre tantas leis,
puxo a alavanca,
descobrindo meu lado obscuro:
uma leve anarquia
que residia em mim.

Um coração sem bússola,
um rumo despido de flores,
a seca do mundo dos homens
não combina com as lágrimas de uma mulher.

É chegada a hora
do sol despertar em êxtase,
mas minha lua ainda reina tímida
pelos reinos inóspitos do amadurecimento.

Pude me juntar aos rios,
colhi flores, vivi sonhos,
sorri, chorei, errei e acertei
a vitória está quase em minhas mãos
ainda que eu chore hoje.

Não posso perder
minha compostura agora
já que tão arduamente fora construída
para sorrir docemente para a vida.

Seus olhos não me recepcionam,
eu sei que sou uma intrusa aqui,
mas tudo que uma canceriana quer
é sentir-se sempre em casa.

Recolho-me ao útero materno
de minha poesia inexplorável,
navego num mundo
onde alguns jamais navegarão.

Oh! Glória do reino dos sentimentos,
permita que o meu sofrimento
seja transformado em poesias.

Estas palavras, estas palavras,
não são apenas letras unidas:
é o sangue de minh'alma
derramado no papel.

Alguns artistas despem o corpo,
outros artistas fogem para as drogas,
mas o poeta é aquele tipo de artista
que, ao invés de despir o corpo, despe a alma,
e, ao invés de ir às drogas, embriaga-se com a imaginação.

O êxtase do mundo imaginário
despe a alma em mil palavras,
códigos escritos sem precedentes
e decodificados apenas com o coração.

Você pode ler minha poesia com os olhos,
e ela pode não agradar a sua vista,
você pode ler minha poesia com a mente,
e então você pode julgá-la menos erudita.

Mas, no reino do coração, da emoção,
não há erro nem erudição,
apenas vísceras transformadas em arte.

Eu que pareço presa às regras,
ao meu fanatismo pela lei maior,
tenho uma alma selvagem
que queima em vontade
de utopias e anarquias.

Por trás do mel dos meus lábios,
uma legítima anarquia grita
nas sombras da temperança.

Então eu descubro,
que seguir a lei de Deus
e ser fiel a sua essência astral
significa ser louco na Terra,
utópico e até mesmo anarquista
diante das convenções desnecessárias.

Quando a noite chega,
sou como um lobo uivando para a lua,
reverencio minhas emoções
e minha essência mais profunda.

A lua é inconstante, doce e ilógica,
a lua é imaginação utópica,
idealista e até mesmo anárquica.

Tatyana Casarino 






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