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quarta-feira, 28 de agosto de 2013

A queda das pétalas

               



A queda das pétalas

Uma semente sob a terra
brota em direção ao sol,
nasce sobre a terra,
 arrebenta a casca
e cresce com a água.

Um broto recém nascido,
recebendo do sol calor e carinho
começa a florescer devagarzinho.

Raízes na terra,
folhas apontando para o sol,
de repente, o despertar das flores ocultas
e dos frutos tão vistosos.

O pico da luz do sol,
o auge da vida,
flores belas, coloridas,
frutas lindas e vigorosas.

Eis que chega a noite,
o sol se despede,
os frutos caem de suas árvores,
as folhas envelhecem,
e as pétalas das flores caem.

Murcharam as rosas outrora vistosas,
adoeceram os frutos caídos,
o tempo decepou a vida
com a foice da noite.

Oh! Escuridão, oh! noite,
a gravidade devolve para a terra
tudo o que ela fez nascer
através do morrer.

Morrem as flores,
morrem os frutos,
morrem as folhas,
que caem na fria terra sob o luar.

Enterrados, absorvidos
os frutos, as folhas, as flores.
No útero da terra, restam recolhidos.

A mãe natureza abriga, nutre,
faz florescer, dá a vida, dá a morte.
Eis que o véu do luar tão nebuloso
molha a terra com chuva prateada.

A noite recolhe a vida,
que descansa sob a terra.
E, então, das frutas apodrecidas,
surge nova semente a ser amadurecida
por antigas folhas mortas.

Tal semente nova e recolhida,
abrigada no útero da terra,
desponta para a vida ao amanhecer,
novo ciclo que se inicia.

Morte, vida, morte, vida,
morte, vida, morte, vida,
morte, vida, morte, vida.

Noite, dia, noite, dia,
noite, dia, noite, dia,
noite, dia, noite, dia.

Quando eu murchar,
não recolham minhas pétalas,
deixe a terra absorvê-las,
que enterradas sob o luar,
florescerão de novo.

 Taty Casarino

Uma bela música de Beethoven para sintonizar com o poema:

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