O caderno digital de Tatyana Casarino. Aqui você encontrará textos e poesias repletos de profundidade com delicadeza.









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quarta-feira, 16 de maio de 2012

A sombra que habita em nós

 A sombra que habita em nós

A sombra que habita
no fundo d'alma grita
com o despertar das flores.

Ela quer germinar e brotar essência.
É este minotauro que vive dentro de mim
que provoca essas iras embriagadas.



Um monstro de três cabeças
habita o subterrâneo:
um plutão destemido
que destrói e constrói.

Oh! Como dói a regeneração!
Como é desconfortável seu casulo, plutão!
Mas, se hoje sou borboleta,
agradeço sua destreza.

Sou um misto de vênus e plutão,
sou a energia da bela e da fera.
Vênus é a Bela, plutão é a Fera.

Regenera-me, doce plutão, conceda-me forças.
Só chegará ao topo quem conheceu o fundo.
Cheguei ao âmago da alma e renasci.

A mulher que sorri
abriga a menina que chora.
A menina está aqui ainda,
não está morta, está regenerada.

A menina vive na alma,
mas não teme mais a fera.
A menina amansou a fera quando pura,
e usou suas forças para o bem com doçura.

Ira branca pelo bem da humanidade,
revolta contra os lobos da injustiça,
destruir sistemas falidos
e reconstruir a sociedade.
Forças ferozes com diretrizes belas!

Quem regenera a própria alma
regenera o mundo.
A Fera é sombra,
a Bela é luz,
e eles se amam.

Conectei o lado feio e o lado belo,
equilibrando minh'alma.
Obrigada, plutão,
pela regeneração.
Taty Casarino

Este poema trata sobre o equilíbrio entre as forças antagônicas que habitam em todos nós: luz e sombra, virtude e vício.

Todo ser humano possui um misto de Bela e Fera. A Bela é o nosso lado sensível, puro e doce. A Fera é o nosso instinto. Mas o nosso instinto não precisa ser o vilão sempre, ele pode até se transformar no príncipe encantado como ocorre no desenho A Bela e a Fera da Disney se for bem direcionado.

Se as nossas forças instintivas forem usadas para o bem, ocorrerá uma grande regeneração espiritual. Nossa missão não é nos tornarmos santos ou matarmos nossos instintos. Isto seria uma utopia, um sonho louco e inalcançável para meros humanos duais como nós. O nosso objetivo é conectar o nosso lado belo e o nosso lado feio de modo que eles se equilibrem.

Assim como a bela dama do arcano XI do tarô, nós devemos domar a fera com a nossa doçura e domesticar o nosso leão interno. Para deixar leão domesticado, não é preciso brigar com ele. Talvez, ele não seja tão mau quanto a gente pensa. Devemos saber quem ele é. Mas, para isso, é preciso mergulhar na nossa alma e construirmos a nossa individualidade.

Dói mergulhar na nossa alma. A lagarta com certeza deve ficar muito desconfortável quando está dentro do casulo. Mas, depois que ela se torna uma borboleta, ela percebe que tudo valeu a pena.

O poema também faz referências astrológicas, porque plutão personifica o mundo do subterrâneo e uma força vital intensa capaz de destruir ou construir de acordo com a diretriz. Vênus é o plantea da beleza, do luxo, do princípio feminino e da delicadeza, personifcando o arquétipo de Bela. Individualmente, o mapa astral mostra em que setores de nossas vidas as energias planetárias mais nos influenciam.

  Quanto à energia de plutão, vale ressaltar que ela não é maléfica, pelo contrário, ela é o combustível da regeneração. Se for bem direcionada, ela é capaz de lapidar nossas almas e agir em prol do bem da humanidade.

  









O autoconhecimento é o caminho. O bem e o mal estão dentro de nós. Não há luz sem sombra nem sombra sem luz. Não saberíamos o que é o calor se não sentíssemos o frio. Se nós tentarmos exterminar totalmente o lado sombra que está no fundo da alma, fracassaremos, porque ninguém é perfeito. Todos nós temos as nossas sombras. Nós só não podemos permitir que elas sejam capazes de ofuscar o brilho da nossa luz interna, da centelha divina.


O caminho é o equilíbrio. Devemos equilibrar as duas forças antagônicas dentro de nós, o bem e o mal. De modo que o bem prevaleça e o mal nunca nos atrapalhe. A nossa sombra é o conjunto de nossos vícios. E ela sempre existirá é claro, pois ninguém perfeito. Só Deus é 100 % luz.

Aceitar a sombra não significa ser inerte diante do mal, mas reconhecer sua existência, vigiá-la e manter o equilíbrio. Devemos sempre vigiar nossas atitudes, pois o mal é oportunista, ele se manifesta quando encontra uma brecha, ou seja, quando estamos distraídos ou enfraquecidos.
Devemos mergulhar na nossa alma e acendermos a nossa luz interior a fim de nos conectarmos com a grande luz que é Deus. Mas, para isso, devemos enfrentar o quarto escuro de nossa alma.
Se a gente tem medo de escuro, foge do quarto da alma ou deixa trancado para esquecê-lo, nós nunca acenderemos a luz nesse quarto. Para acender a luz no quarto escuro, é necessário entrar nele primeiro.
Conhecendo a sombra, fica mais fácil administrá-las. Todos nós temos um lado animalesco dentro de nós. Nosso dever é conhecê-lo e direcionar as forças instintivas para o bem. Afinal, a sombra só é ruim quando é mal direcionada ou negligenciada. Iluminada pela luz, ela até se torna bela.
 A Fera pode se transformar em um princípe se a Bela o ensinar a ser doce. O conto de fadas "A Bela e a Fera" é a metáfora mais bela de todos os tempos e quer dizer: Nossos vícios podem ser regenerados pelo poder da luz e do amor. A Fera pode ter um lado belo oculto se for bem direcionada. O instinto pode ser nosso aliado ao invés de nosso inimigo. As nossas virtudes podem lapidar os nossos vícios e direcionar a sobra para a luz e pára o bem.
  E, por falar no lado belo da Fera, sugiro a música "Beuty Of The Beast" de Nightwish que está no link. Eu sempre ouço essa música quando estudo astrologia, principalmente quando leio sobre plutão.

Taty Casarino

Imagens do site "fanpop" e google.