Busco a loba interior
nos campos inóspitos do ser
e nos bailes da existência.
Flor intrínseca da minha vida.
O fogo selvagem que se afirma,
a lágrima quente que desce
como lava de vulcão ardente.
A revolta é a mãe dos mundos.
A beleza que chama a atenção
é a mesma que se esconde na caverna.
Sou a loba selvagem que uiva
para a lua cheia na noite terna.
O mundo material é denso,
a realidade é um poço hostil,
e o trabalho um fardo mortal.
Gosto da fantasia feérica* e do irreal.
A alma selvagem se esconde
atrás das árvores e da lua cheia.
Ela está no oceano profundo e belo
e na mais vívida e bela clareira.
A estrela do horizonte é bela,
o mar se agita, o pássaro grita,
o lobo uiva, o cão protege a prole,
o urso hiberna e a águia levita.
Ah! Os animais são felizes,
porque seguem a sua natureza.
Enquanto isso, humanos racionais
são doentes de gravata borboleta.
Sigo buscando a loba interior,
sigo buscando o meu amor,
porque, um dia, matarei a dor
e renascerei das cinzas com esplendor.
A alma selvagem se esconde
atrás do civilizado papel e da caneta.
Lobas que uivam, poetisas que escrevem,
as mulheres vão ressuscitar o selvagem do planeta.
Busco a loba interior
nos templos e nas bibliotecas.
Há letras com aroma de essência,
há uivos que viram poesia.
Poesia escrita por Tatyana Casarino.
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